Capítulo L

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≈Amanda•

— Ele morreu? - pergunto mas a ligação já havia caído — Não... - medo... eu sentia medo - Não! - meu peito apertou e o grito rompeu minha garganta de uma forma alucinante.

Eu estava congelada, um desespero descomunal percorreu dos meus pés à minha espinha. Minhas mãos tremiam e eu tentava buscar algo que justificasse a ligação sem ser o que eu estivesse imaginando. As lágrimas rompiam pelos meus olhos pingando na roupa e em uma Aurora que agora chorava assustada devido ao grito.

— Amanda! - minha mãe gritou.

A criança. Minha mãe. Dona Wilma. Muitos gritos.

— Amanda! - novamente o grito.

Abro os olhos e vejo as duas me olhando completamente assustadas. Sinto meus batimentos disparados e meu corpo arrepiado.

Um pesadelo. Era só... um pesadelo.

— Filha? O que foi? - minha mãe me olhava apreensiva.

— Eu estava dormindo? - pergunto confusa.

— Sim, começou a gritar "não" - sinto o alívio e o choque do medo, as lágrimas tomam conta dos meus olhos e sinto meu corpo balançar em um rompante de emoções intensas. Levo alguns minutos para me controlar e sinto minha mãe me apertar em um abraço - foi só um sonho, calma.

— Eu... - solucei - meu Deus. - olhei minha sogra com os olhos marejados e não precisei dizer como havia sido o pesadelo, elas sabiam.

— Está tudo bem. Está tudo bem! - dona Wilma sai do quarto e busco o olhar da minha mãe.

— Eu achei... Mãe - suspiro - meu Deus, foi tão real.

— É exaustão filha, você está sobrecarregada. É medo, culpa. Noites sem dormir. Está tudo bem.

— Eu preciso voltar pra lá, mãe. Eu preciso ficar com ele.

— Tudo bem, descansa mais um pouco e volta a noite.

Concordo fechando os olhos e vejo dona Wilma entrar no quarto com um chá.

— Aqui, minha querida. Um chá de camomila.

Sorrio e agradeço. Bebo o chá devagar e vejo elas deixarem o cômodo em silêncio. Pego o celular e digito uma mensagem que sei que ele não verá nem tão cedo.

 Pego o celular e digito uma mensagem que sei que ele não verá nem tão cedo

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Eu só precisava ter a certeza de que ele estaria aqui. Só isso.

≈Antônio•

— Você nos deu um susto. - Bethania fala sorrindo de forma acolhedora.

— Me desculpa. - falo sem graça.

— Imagina, essas doses intensas fazem isso mesmo, deixam a pessoa fraca e com algumas reações fortes - ela sorri — Agora acabou, logo faremos a transfusão e a partir dai é uma melhora crescente.

A CuraWhere stories live. Discover now