A cura é muito mais do que o objetivo, é se permitir viver a plenitude do processo.
Quando Antônio descobre que está doente, ele perde todas as certezas da própria vida.
Quando Amanda sofre uma grande desilusão, ela resolve ser livre.
Um em busca de...
Os país de Michelle me informam que estão chegando e eu os encontro na recepção do hospital.
— Antônio! - Dona Ruth corre para me abraçar. Aperto ela em um abraço reconfortante. Apesar de ser uma pessoa difícil, Michelle tinha uma família incrível e todos sempre me trataram com muito amor.
— Dona Ruth. Senhor Paulo. - cumprimento o pai dela com um aperto de mão e os encaro.
— Me fala direito o que aconteceu. - a senhora pede aflita.
Peço um minuto e digito uma mensagem para Amanda.
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— A médica dela está vindo explicar o caso. Pelo o que eu sei foi um acidente entre o carro dela, outros dois e um ônibus.
Ruth leva a mão a boca.
— Ontem a médica me avisou de um traumatismo craniano grave, eles entubaram e sedaram ela.
Alice se aproxima contando sobre o caso, machucados, traumas e decisões que foram tomadas ao longo da noite.
— Precisamos de 48 horas para dimensionar os danos neurológicos.
— Ela corre risco de vida?
— O quadro dela é muito delicado, ela corre sim.
Ruth chora copiosamente e Paulo a abraça. Eles choram juntos e eu observo mantendo distância. Alice pede licença e se retira. Fico um tempo com eles enquanto membros da família são informados.
— Vocês voltaram, Antônio? - Paulo me pergunta enquanto esperamos o café expresso da máquina.
— Não senhor Paulo, na verdade não nos víamos há alguns anos. Eu fui o acompanhante na época da cirurgia e era o único contato no sistema.
— Que pena, sempre dissemos o quanto ela errou deixando você escapar.
Mexo meu café sem encarar ele.
— Sei que ela não é fácil, mas ela era muito melhor quando estava com você.
Olho sem dizer nada e sorrio.
≈Amanda•
— Como foi? - questiono Alice curiosa.
— Ah, os pais estão muito abalados. A mãe chorou muito. Só um rapaz que estava ao lado que não esboçou muita reação.
— Ah, não? - pergunto fingindo indiferença.
— Não. Não sei o que ele é, mas pareceu indiferente.
— Que coisa, né? - desvio o olhar para o relógio e vejo que já deu o meu horário.
Me despeço do pessoal, passo plantão para o novo atendente e desço rápido para o saguão querendo bisbilhotar a família.