Capítulo XLIV

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≈Antônio•

Eu conseguia ver um vislumbre dela e isso era muito mais do qualquer coisa que eu tenha tido desde a primeira semana de vida da nossa filha.

Queria gravar cada segundo daquele momento, do sorriso dela, das implicâncias. Queria sentir ela de novo. A felicidade.

Nos sentamos no chão da sala olhando pela janela de vidro que dava para o horizonte. Aurora dormia tranquila no quarto.

— Você se arrepende de ter me conhecido? - pergunto passeando com o dedo pelo braço dela.

— Não. Nem por um segundo.

— Você se arrepende de algo?

— Também não.

— Quando você descobriu que me amava? - pergunto  curioso.

— Quando viajei para o lugar mais incrível da minha vida e só pensava em como queria sua companhia lá.

Sorrio ouvindo.

— Sabe quando eu descobri que te amava?

Ela balança a cabeça tocando minha mão.

— Quando te vi falando apaixonada em cima do palco lá no projeto social. Eu sentia tanto orgulho. Minha vontade era gritar "essa é a minha mulher"... mesmo que você ainda não fosse.

Amanda ri de um jeito gostoso, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos.

— Eu sinto muita falta da medicina... muita.

— Será que esse não é o motivo de ter intensificado esse seu sentimento?

— Possivelmente... - ela suspira - mas... não tem o que fazer.

— Podemos arrumar uma forma de você aliar a medicina a maternidade, amor.

— Como? - ela fala frustrada.

— Internet? Atendimento online? Não sei...

— É uma possibilidade... mas, ai sinto que estou falhando com a Aurora.

— Não está, amor. Cuidar de você também é cuidar dela.

— Você tem razão.

Amanda levanta e senta de frente pra mim, nos encaramos alguns segundos até que ela me beija.

— Eu... - ela suspira - só quero te agradecer amor. Por ser tão compreensível. Você sempre fala sobre eu ser o seu sol e o quanto você é grato, mas eu também sou tão grata.

Sorrio ao ouvir ela falar dessa forma.

— Eu sou grata por você me amar sem tentar me mudar. Por me querer bem quando nem eu mesma consigo desejar isso pra mim. - ela coloca a testa na minha, fechando os olhos - sou grata por você ter me dado uma filha linda e ser esse pai incrível. Por me apoiar. Me fazer rir. E sou grata, principalmente, por você estar fechando cada ferida da minha alma.

— Eu te amo, sol da minha vida.

— Não...me deixa falar, por favor. Eu quero que você saiba. Eu já te falei das minhas dores. Já te falei como meu ex causou grande parte delas. Você viu um vislumbre desse monstro da insegurança quando desconfiei de você... e - ela suspira - bom... ao invés de se ofender você me acolheu, entendeu e mudou o que poderia causa-lá. Você comprou essa casa com um dinheiro que poderia ser exclusivamente seu, só para construirmos memórias com a nossa filha.

A CuraTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang