Capítulo XXXVI

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≈Antônio•

Depois da confirmação de que, por enquanto, eu estava bem, a nossa vida virou de pernas pro ar. Ao viver a inconstância e o medo do câncer passei a planejar cada segundo tentando fazer o máximo que eu pudesse no tempo que eu ainda tinha. Hoje, depois dos exames, vivia com mais liberdade e curtindo cada segundo com as duas.

Amanda insistia em não querer um ensaio fotográfico mesmo eu dizendo que ela estava absurdamente linda. Até que Érica, amiga de infância dela, a convenceu a fazer as fotos em um airbnb próximo a nossa casa.

— Eu não estou legal. - ela suspirava frustrada dizendo que a roupa não estava boa, o cabelo não estava bom.

— Você é a mulher mais linda que eu já vi e está ainda mais linda com a nossa filha dentro de você. Vem cá - puxei ela para um abraço e senti os músculos dela relaxarem ao meu toque - você está linda. Toda linda.

A beijei com carinho e vi sua respiração normalizar vagarosamente. Amanda já havia me contado mais de uma vez sobre a insegurança com o próprio corpo desencadeada pelo ex babaca. Eu não entendia da onde ele tirava uma vírgula para crítica-lá.

Chegamos ao local e em minutos Érica deixou Amanda tão confortável que eu quase implorei por um book solo, só para poder admirar minha mulher posando com a nossa filha.

— Você está radiante, amiga.

— Obrigado, Érica... eu falo isso todo dia mas ela não acredita em mim. - a fotografa ri e Amanda da um tapinha no meu braço.

— Eu te amo - ela sussurra - obrigada, amiga - ela fala um pouco mais alto.

Olho meu celular entre uma foto e outra ansioso para uma mensagem em específico e quando vejo brilhar na tela não consigo ignorar a excitação.

Terminamos todas as fotos e levo Amanda direto para casa. Ao chegar deixo ela entrar sozinha e vejo o choque quando os pais e o irmão caminham em nossa direção.

— Mãe! - Amanda grita abrindo os braços e Dona Regiane corre ao encontro dela. O pai a abraça em seguida e o irmão por último. Todos tocando a barriga dela e conversando com a nossa Aurora.

Sinto dona Regiane me abraçar e sorrio.

— Sei que já falei algumas vezes mas estou muito feliz pela sua cura, Antônio.

— Obrigado, Sogra! Muito obrigado.

— Então você é o apressadinho que engravidou minha filha?

— PAI! - Amanda grita repreendendo.

— Desculpa, senhor Emanuel. Foi mais forte do que eu.

Vejo os olhos dele arregalarem.

— Brincadeira! - ergo as mãos e ele ri me puxando para um abraço.

Lucas é o último e sussurra um "Tô de olho" discreto que me faz rir.

Passamos a tarde conversando e Amanda mostra cada detalhe do quartinho da pequena pra mãe.

— Amor, vem ver! - Amanda grita e corro no quarto - Érica enviou três fotos para vermos a prévia.

Ela me passa o celular e sinto meu corpo arrepiar em um amor que ainda não sei dimensionar.

A CuraWhere stories live. Discover now