capítulo 2

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Acordei em um pulo, ouvindo sons ao longe. Chacoalhei mamãe que ainda dormia,e respirei fundo para ver se sentia algum cheiro diferente. Mamãe acordou um pouco assustada e me olhou confusa.

      - Estou ouvindo sons um pouco distantes daqui, e os cheiros não consigo identificar de quem seja, mas não é o papai e nem o Ethan. - alertei, já que mamãe não tinha a mesma audição e olfato que eu.
      - Merda, Jack não deu notícias e agora estou ainda mais preocupada, só sinto que não devemos receber seja lá quem está vindo. - disse se levantando e indo em direção ao quarto. - Venha se apresse e arrume uma mochila, temos que estar preparadas para correr se algo der errado, meu sexto sentido diz que não é coisa boa, ande Alicia.

Corri para meu quarto e fiz uma mochila com algumas roupas e troquei rapidamente as minhas, colocando uma calça, camisa, um casado e um par de botas confortáveis.Peguei tudo que precisava, documentos, minhas anotações de feitiços, e meus objetos que uso para magia, não poderia deixar isso para trás.

Saindo do quarto encontrei mamãe vestida do mesmo modo que eu, e com uma mochila nas costas.

      - Consegue ouvi-los ainda? Onde estão? - perguntou afobada.
      - Sim, e não parecem estar longe dessa vez, me parece várias pessoas, não é ninguém de nossa alcatéia. Vou tentar contato com o papai ou o Ethan. - sussurrei ouvindo o que parecia ser uma grande manada de alguma coisa,pois batiam os pés fortemente no chão.

Tentei contato com papai e Ethan ao mesmo tempo e demorou muito até que meu irmão me respondeu através de nossa ligação mental.

       - Ali, desculpe demorar a responder, mas estamos tendo problemas por aqui, apareceu criaturas atacando nossa alcatéia e estávamos tentando conte-las. Como vocês estão? - senti que estava exausto.
       - Estamos bem, porém estou ouvindo alguma coisa vindo para cá. Porque não nos disse antes? Poderíamos ter ajudado. - disse um pouco alterada, eles tinham mania de nunca nos deixar participar dos problemas da alcatéia.
       - Não deu para avisar, fomos pegos de surpresa. Escute, papai e eu estamos bem e já matamos todos que estavam aqui, mas pelo jeito deixamos escapar alguns e se estão indo para casa, é porque estão atrás de você e da mamãe. Ali, papai mandou vocês saírem e nos encontrarem na casa da mamãe na cidade. Sejam rápidas! - disse cortando nossa ligação mental.

Olhei aflita para mamãe e suspirei frustrada.

      - Consegui falar com o Ethan e expliquei o que está acontecendo, ele disse que foram atacados por criaturas, mas que já mataram todos. Eles acham que estão atrás da gente já que alguns estão vindo para cá, precisamos ir para sua casa na cidade e nos encontraremos lá. - a puxei para sairmos pela porta dos fundos.
      - Eu não achei que isso iria acontecer um dia, aliás não estava preparada, mas já imaginava que um dia seríamos perseguidas e parece que começou agora. Vovó me avisou e disse para tomar cuidado. Agora não sou somente eu e sim nós duas, um prato cheio para sei lá quem ou o quê. Acho que devemos tentar conte-los, afinal temos poderes para isso. - disse parando na porta.
       - O que? Não, não sabemos o que são e nem em quantos estão. É perigoso demais. - segurei seu braço aflita.
       - Alicia, eu tenho que tentar. Não posso deixá-los destruir tudo e preciso saber com o que estamos lidando.- se soltou de meu aperto. - Vá, e fique com Ethan e seu pai.
       - Não vou deixá-la lidar com isso sozinha. Se você ficar eu fico, estamos juntas em tudo. - respirei fundo criando coragem, afinal nunca tive que enfrentar nada do tipo.

Ainda podia ouvir os passos e corridas cada vez mais perto e confesso que a cada segundo ficava mais assustada, pois não tinha ideia do que seriam aquelas coisas e nem ao menos o porquê estariam aqui.

Mamãe se posicionou ao meu lado e fechou os olhos confiante,com uma postura que nunca vi. Senti a movimentação das árvores e percebi que ela estava fazendo isso, então não poderia ficar parada e também fechei meus olhos para me concentrar para ajudá-la.

Quando consegui me concentrar, um cheiro horrível me fez abrir os olhos e olhando pra frente vi várias criaturas horrendas cinzentas que mais pareciam pessoas carbonizadas, paradas na nossa frente. Me arrepiei inteira de Pânico, mas eu precisava ter coragem e forças para acabar com eles.

        - Alicia, não tenha medo. Você é capaz. - mamãe disse e não sabia como ela poderia sentir meu pânico e como ela viu o que estava diante de nós se ainda continuava de olhos fechados.

De repente aquelas criaturas gritaram de um jeito horripilante e começaram a correr em nossa direção. Mas logo muitas foram sendo pegas e esmagadas pelas raízes das árvores.

Olhei aquela cena assustada demais para reagir e sabia que era mamãe que fazia isso, ela girava as mãos e arremessava as raízes derrubando e fazendo muitas criaturas sumirem virando pó.

       - Alicia, são muitos preciso de sua ajuda. - falou me tirando do transe que me encontrava, respirei fundo criando coragem, afinal precisava ajudar.
  
Pedi silenciosamente para que o ar me ajudasse, criando assim um redemoinho de vento muito forte que nos fez até sair um pouco do lugar. E quando olhei para as criaturas o vento que consegui evocar, estava destruindo todas, fazendo assim cinzas se espalhar por todo lado.

Senti que mamãe caiu no chão e corri para ajudá-la, mas fiquei um pouco tonta no processo.

       - Não se preocupe, estou bem. Só precisamos recuperar um pouco a energia. - disse suspirando cansada e se ajeitando no chão encostando na parede de casa.

Me sentei com dificuldade ao seu lado, pois estava um pouco tonta também e suspirei aliviada, não ouvia mais nenhum som e o cheiro de nada mais que não fosse o nosso e das cinzas no chão.

Companheiro livro 2: Destino Traçado Where stories live. Discover now