Capítulo 15

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Tive uma ótima noite de sono e depois do café da manhã, meus pais voltaram para nossa alcatéia, na verdade ficariam na casa da mamãe na cidade.

Nunca fiquei sem eles, e confesso que me sentia estranha, mas eu sabia que isso uma hora ou outra teria que acontecer, estava na hora de seguir minha vida e crescer longe dos meus pais. Além disso eu não poderia ir agora, tanto por meu companheiro quanto pelo perigo que nos rondava, concordamos que deveríamos eu e minha mãe ficarmos separadas, para não facilitar para o tal Mago. Depois que saímos de nossa alcatéia, ele nunca mais atacou. Mas sabemos que a paz logo acabará.

Tentarei dar uma chance ao meu companheiro, afinal descobri que estou me apaixonando por ele desde ontem quando saímos e isso mexeu muito comigo. Essa é a sina do laço de companheirismo, não adianta tentar escapar, a deusa da lua sempre dará um jeito de os unir para se amarem loucamente pro resto da vida.

Sei que sou muito nova e sem experiência nenhuma, sou um bebê perto do meu companheiro que deve ter muita experiência de vida, mas infelizmente terei que aceitar e com o tempo tudo irá se ajeitar. Não posso simplesmente rejeitá-lo, ou irá definhar até a morte e se isso acontecer toda sua alcatéia e lobos do mundo todo irão se desestruturar se acaso o supremo não tiver forças pra viver. É mais complicado do que imaginava, e não quero ser a causa de nenhum tipo de problema que os lobos ou qualquer outra espécie venha a ter.

A casa estava tão silenciosa sem meus pais e meu irmão por aqui, que chega a doer um pouco o coração por saber que estava sozinha num lugar totalmente diferente que estava acostumada, agora era só eu, meu companheiro e os membros de sua alcatéia que em sua maioria nem me conhecem.

Senti um cheiro maravilhoso de comida e segui até a cozinha sendo levada por esse aroma delicioso.

        - Oi, minha bruxinha. Estou preparando nosso almoço, agora eu cozinharei todos os dias pra você. - Liam estava na frente do fogão   e se virou para mim sorrindo. - Estou tão feliz de estar aqui comigo, me diga meu amor,tem tudo o que precisa? Senão poderemos ir comprar após o almoço. - perguntou na expectativa.
        - Hum não sabia que cozinhava, estou ansiosa para experimentar sua comida. - sorri me sentando numa cadeira. - E por enquanto não estou precisando de nada. Mamãe já me comprou o que precisa ontem. - suspirei já sentindo sua falta, eu era muito grudada com minha mãe, nossa ligação de mãe e filha era muito forte, seria difícil ficar sem ela por um tempo.
        - Tudo bem, se acaso precisar me avise que poderemos ir buscar. Sei que deve ser difícil pra você ficar sem seus pais, mas Alicia eu quero que saiba que farei de tudo pra te fazer sentir bem comigo e com minha alcatéia. Alias nossa,tudo que é meu é seu também. És a luna suprema de todos os lobos. - disse sério vindo para o meu lado se abaixando a minha frente e depositando um beijo em minha testa.

Depois voltou ao fogão colocando o conteúdo da panela em dois pratos. Comemos em silêncio e o macarrão ao molho de queijo que fez estava delicioso.

       - Humm que delícia. Isso está muito bom, acho que virou meu prato favorito a partir de hoje. - lambi os lábios olhando para ele, que engoliu em seco parecendo nervoso.
      - Fico feliz que satifiz minha companheira em alguma coisa, farei sempre que quiser.  - disse com sua voz um pouco mais enrouquecida que o normal olhando meus lábios.

Sorri de leve envergonhada pelo seu olhar. Acabei comendo dois pratos desse macarrão e de sobremesa ele ainda tinha feito um mousse de chocolate que me deliciei ainda mais.
Satisfeita, me levantei para pelo menos lavar a louça, mas ele segurou minha cintura por trás assim que cheguei a pia.

        - Não precisa, deixe aí. Eu coloco depois na lava louça. - mordi os lábios nervosa por sua proximidade, será que me sentiria sempre assim?
       - Ok...não tinha reparado na lava louça. - comentei envergonhada enquanto ele ainda estava atrás de mim, só que agora passeava suas mãos pela minha cintura.

Absorta pela sensação de seu toque, não percebi quando ele me virou rapidamente me prensando sobre a pia e tomando meus lábios com selvageria. Gemi baixinho pelo susto, abrindo minha boca que ele aproveitou para enfiar sua língua sugando a minha com paixão e desespero, deixando minhas pernas moles, minha intimidade pulsando louca pra ser tocada. Interrompi o beijo depois de um tempo já sem fôlego sem coragem para olhá-lo, afinal esse homem era muito intenso, difícil resistir.

        - Tenho uma cabana que na verdade moro lá, só fico aqui quando recebo visitas. Construí para viver com você, um refúgio só nosso, quero que arrume suas coisas, iremos mais tarde para lá. - disse com convicção depois de alguns segundos em que estávamos recuperando o fôlego.

Só balancei minha cabeça sem saber o que dizer e quando ele me soltou fui para meu quarto e sentei em minha cama ainda ofegante. Eu e ele sozinhos em uma cabana que ele construiu para nós, e isso quer dizer que ficarei a mercê dele, para o que quiser fazer comigo, terei que vê-lo a todo momento. Será que ficará pelado em minha frente? Deusa, eu não irei suportar!

Arrumei minhas coisas devagar não queria ter pressa, estava um pouco apavorada com essa ideia de ficarmos sozinhos em um lugar remoto, porque se é cabana deve ser remoto, longe de outras pessoas, provavelmente.

Mas a quem eu quero enganar? A cada vez que conversamos, ficamos sozinhos eu sinto que o quero com loucura, quero sua boca, seu toque, quero tudo que ele quiser fazer comigo. Estou disposta até me entregar totalmente, só basta uma ação ou um toque diferente e eu me entregarei com loucura, meu corpo clama pelo seu.

Passei o resto da tarde pensando em como seria daqui pra frente, até que resolvi tomar um banho, me depilei, passei meu óleo corporal preferido e depois coloquei uma lingerie preta de renda, me vesti com uma saia leve também preta e uma blusinha branca sem mangas. Deveria ficar preparada pra qualquer coisa que acontecesse entre nós, por isso caprichei no banho.

Antes de descer com minha mochila, senti uma sensação estranha e logo um cheiro desconhecido, pensei que poderia ser algum membro da alcatéia que estivesse conversando com o Liam, afinal eu não conheço todos, resolvi que deixaria ele resolver seus problemas e depois iria até ele, mas aquela estranha sensação estava começando a me incomodar, então resolvi descer para ver o porquê estava sentindo isso.

Antes eu não tivesse descido e ficado no quarto porque a cena que eu vi me deixou em pedaços e a vontade de chorar quase foi incontrolável, mas eu respirei fundo e não deixei cair uma lágrima sequer.

     

Companheiro livro 2: Destino Traçado Where stories live. Discover now