Capítulo 11

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Todos arregalaram os olhos assustados com a repentina agressividade do supremo. Não entendi o motivo desse soco que ele deu na mesa, mas fiquei com vontade de rir, apesar que  seu olhar sobre mim era de matar.

Mas afinal o que foi que fiz dessa vez?

Ele olhou para meu pai e depois para minha mãe respirando fundo e fechando os olhos.

       - Eu preciso sentir o cheiro dela! - rosnou dizendo ofegante.
       - O quê? Porque você quer sentir o cheiro da minha mulher? - meu pai rosnou furioso e enciumado.

Ethan arregalou mais ainda os olhos e deu um risinho e eu quase ri também se não estivesse um pouco apavorada, com o que poderia acontecer.

        - Sua filha! Eu preciso sentir o cheiro dela, não aguento mais! - olhou novamente para mim me queimando com os olhos.

Papai me olhou assustado e ficou pensativo por uns instantes, depois um brilho de compreensão surgiu em seus olhos.

        - Papai? Vamos embora? Era sobre isso que iria conversar com você depois do jantar. Não precisamos ficar aqui, podemos ir para outro lugar! Por favor, vamos agora? - perguntei já apavorada.
        - Por que, Alicia? Porque está tão apavorada? - papai perguntou desconfiado.
        - Eu... é que.... - comecei sem saber o que dizer realmente, mas fui interrompida pelo supremo que bateu novamente na mesa.
         - Eu já disse que preciso sentir o cheiro dela, não consigo mais controlar meu lobo. - dava pra ver como ele estava perturbado.
         - Filha? Faça o que o supremo pediu. - papai ordenou preocupado.

Olhei para mamãe em busca de apoio e só a vi me olhar com pena, e Ethan balançar os ombros sabendo que não poderia me ajudar.

        - Papai, por favor? - implorei, mas ele estava irredutível, então recorri ao Ethan novamente. - Vamos embora? Maninho, por favor, me leva daqui! - quase chorei, porque odiava ser pressionada a fazer o que não queria.

Mesmo implorando a eles, ninguém queria ir contra a vontade do supremo, mesmo que pra isso teria que ser eu a me sacrificar.

Fiquei uns segundos pensativa e  não poderia fazer nada, estavam todos contra mim. Se bem que era bom acabar logo com essa dúvida, às vezes não iria acontecer nada e com sorte eu não seria a companheira dele. Poderia então seguir minha vida livre e feliz e ele me deixaria em paz e continuaria à procura de sua companheira.

Com esse pensamento, respirei fundo criando coragem e desfiz o feitiço, deixando que meu cheiro invadisse suas narinas.
Olhei um sua direção e o vi respirar fundo fechando os olhos.

       - Companheira! - rosnou ofegante e começou a se tremer todo, segurando com força a beirada da mesa, que não sei como ainda estava inteira.

Ah não! O que eu temia aconteceu!

        - Viu o que vocês fizeram? - disse chateada com minha família. Droga eu não queria isso.

Me levantei com medo do que poderia acontecer apartir de agora, afinal o supremo parecia fora de si. Então fiz o que me ocorreu no momento e corri em direção ao meu quarto, só ouvindo o barulho de cadeira sendo derrubada e passos rápidos correndo atrás de mim.

Subi as escadas o mais rápido que eu pude e quando cheguei ao meu quarto abri a porta e entrei rapidamente, mas não foi o suficiente, o supremo entrou empurrando a porta a fechando e logo em seguida, me prensando sobre a ela.

        - Eu sabia, eu sentia que você era minha, Bruxinha! Estou tão feliz que finalmente te encontrei, meu amor! - enfiou a cabeça no meu pescoço aspirando meu cheiro, me fazendo suspirar mesmo ainda com medo.
        - Não... eu não quero um companheiro! - disse um pouco sem fôlego. - Eu vou te rejeitar! - o empurrei tirando forças não sei de onde.
         - Você nasceu pra mim, não tem o que questionar, minha Bruxinha! - se aproximou novamente me encurralando na porta.

Rindo sarcástica, retruquei;

        - Até parece, já disse que não quero um companheiro e muito menos que seja você, é velho demais para mim, não tenho paciência e nem quero cuidar de um velhote. - ri novamente, mas logo me arrependi quando rosnou irado e me prendeu com mais força contra a porta.
        - Você vai ver o velhote, e vai pagar por dizer isso de seu companheiro! - rosnou mais uma vez e tomou meus lábios com força e desejo, segurando minha cabeça para que não fugisse.

Seus lábios eram tão macios, e sua língua era tão astuta e habilidosa que me deixou de pernas bambas, fiquei com o coração tão acelerado, achei que teria um infarto ali mesmo. Sua barba arranhava meu rosto, sua boca tomava a minha com fúria e intensidade que eu não sabia mais onde estava e só agarrei seus longos cabelos com força correspondendo tão loucamente ao beijo quanto ele. Senti sua ereção quando ele me levantou e circulou minhas pernas em sua cintura, logo em seguida deixou meus lábios e foi distribuindo beijos molhados pelo meu pescoço. Soltei um gemido baixo sentindo sua barba roçar em meu pescoço e suas mãos subirem pelas minhas pernas alcançando minha calcinha e a afastando para o lado, tocando meu interior já úmido.

Eu não conseguia para-lo estava tão absorta em seus beijos e toques que nem ao menos me importei com o quanto isso estava errado e que não poderia deixar isso acontecer. Eu não podia me deixar levar pelo desejo e deixa-lo ter esperança.

Graças a uma batida na porta eu me despertei e puxei o ar, sentindo o cheiro de minha mãe.

Enquanto isso o supremo ainda continuava seus beijos e carícias sem se importar com quem quer que esteja batendo.
Desci minhas pernas de sua cintura com dificuldade, pois ele não queria deixar e tirei suas mãos de mim o empurrei e abri a porta rapidamente, antes que ele me agarrasse novamente.

        - Mamãe! Me ajude! - falei ofegante. - Ele me agarrou, tiro-o daqui, por favor e vamos embora! - apontei para ele, tentando me vingar por ele ter me agarrado, me beijado e me fazer pagar por mostrar que não era um velhote.
        - Quem você pensa que é para sair agarrando minha filha contra sua vontade? Ela só tem 18 anos e não tem idade suficiente para ficar com você! - sorri um pouco por agora ter alguém pra me defender.
         - Eu sou o companheiro dela e tenho total direito sobre ela. - resmungou enfrentando minha mãe.
         - Sinto muito supremo, mas não importa. Se ela não quer você, não pode força-la. Só terá direito sobre ela se assim ela quiser, e nós seus pais consentirmos. - colocou as mãos nos quadris olhando para ele irritada.

Isso mamãe! Eu te amo muito mais hoje!

         - Eu não vou discutir com você Samantha! Mas quero deixar claro que não abrirei mão de sua filha. Porque ela é minha e sempre será, querendo ou não! Eu esperei por ela minha vida toda. - saiu batendo a porta com raiva.
     
Suspirei aliviada, e corri para os braços da mamãe me sentindo mal por ceder aos meus desejos e deixá-lo me desestruturar dessa forma. A verdade é que eu estava morrendo de medo de sua intensidade, e do que será de mim no futuro,porque sei que ele não me deixará em paz, nunca! E isso me assusta de um modo além do possível, por isso quero ao máximo adiar tudo.

         - Calma, filha. Eu vou te apoiar em qualquer escolha que fizer, afinal você é tão nova e só eu sei como é ter um lobo de companheiro. - suspirou entristecida. Desculpe, não fiz nada pra te ajudar na mesa durante o jantar,mas eu não podia fazer isso na frente de seu pai, ele tem autoridade estando perante o supremo.
         - Eu sei mamãe. Obrigada por isso agora, já estou feliz que me entende e está do meu lado. Eu te amo! - a abracei mais forte sentindo seu cheiro que agora voltou também, me fazendo sentir mais calma.
         - Eu também te amo, filha. - deitou-se comigo e acabei pegando no sono, depois de toda essa agitação.

Eu sei que apartir de hoje eu estava perdida!

Companheiro livro 2: Destino Traçado Where stories live. Discover now