Capítulo 10

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O supremo me puxou pelos fundos da casa e entrou na cozinha, onde tinha um homem mexendo nas panelas, provavelmente o cozinheiro.

      - Saia! - expulsou o homem da cozinha, que saiu correndo nos deixando a sós.

Me pegou pela cintura e me colocou sobre a mesa, ficando na minha frente e me olhando intensamente. Tudo isso sem eu conseguir ter nenhuma reação, coisa que me deixou muito confusa.

      - Quero deixar uma coisa bem clara, espero que entenda e não me arrume problemas. Não quero você de conversa com nenhum homem,entendeu? - me olhava tão profundamente que cheguei a me perder no verde escuro de seus olhos.

Depois de alguns segundos percebi que ele não podia ditar regras na minha vida e quem ele pensava que era? Esqueci do meu devaneio e comecei a rir.

        - Quem você pensa que é, pra dizer com quem eu posso ou não conversar? Eu converso com todos os homens do mundo e faço o que eu quiser! - parei de rir já me sentindo estressada.
        - Eu sou o supremo, então eu digo o que fazer, e já disse não quero ver você de papo com ninguém, não me teste! - rosnou segurando em meus joelhos e mais uma vez uma faísca passeou pelo meu corpo com seu toque.
         - Você pode ser o supremo, mas eu não tenho nada com isso e não tem poder sobre mim, eu não sou uma loba. Então não enche o saco. Me deixa em paz! - tirei forças não sei de onde e empurrei suas mãos do meu joelho e pulei da mesa, o fazendo se afastar.

Aproveitei e sai correndo para meu quarto, entrei e tranquei a porta. Me joguei na cama com o coração aos pulos, apavorada porque eu sabia que ele estava sentindo alguma coisa em relação a mim, e isso não era bom, uma hora o cerco iria se apertar mais e não sei o que fazer, preciso estar longe daqui antes disso acontecer.

Vou conversar com o papai hoje depois do jantar e pedir para irmos embora pra qualquer lugar, já que não era seguro voltar agora para nossa casa. Podemos ir para outra cidade, país ou sei lá. Nós podemos pagar, não tem necessidade de ficar aqui.

Acabei tirando um cochilo, e quando acordei já passava das sete da noite, e o jantar era às sete e meia. Corri pro banheiro,tomar um banho, depois coloquei uma lingerie azul e um vestidinho verde que adoro e vai até a coxa, que havia trazido na mochila.
Preciso comprar roupas, tenho muito pouco. Depois que eu conversar com o papai e nós irmos embora, no caminho quando passar em um centro comercial, comprarei mais.

Respirei fundo descendo as escadas, precisava de coragem, sabia que o supremo estaria na mesa e depois de hoje não queria vê-lo tão cedo, mas era inevitável nos horários de refeição.

Chegando na mesa de jantar já estavam todos lá, mamãe me olhou desconfiada e Ethan sorriu de lado, e papai apertou os olhos, como eu tivesse feito algo errado. Estranho!

O supremo estava ao lado do papai em silêncio, e quando me viu, me olhou de cima a baixo respirando fundo. Sentei-me ao lado de Ethan e infelizmente de frente com o supremo, assim iria ter que sentir o incômodo de seu olhar em mim o jantar todo.

        - O que aconteceu? - perguntei sussurrando para meu irmão.
        - Não sei,quando cheguei já estava esse climao aqui, mas suspeito ter algo a ver com você! - murmurou próximo ao meu ouvido.
        - Comigo? Mas eu não fiz nada! - continuei sussurrando, mas preocupada com o que se passava ou que esse supremo disse para meu pai.

Ethan só balançou os ombros levemente e não falamos mais nada, porque logo veio o mesmo homem que estava mais cedo na cozinha, trazendo uma travessa de carne ao molho, arroz, salada e suco de uva natural, e vinho branco.

O vinho foi servido para o supremo, meu pai e meu irmão, o suco foi servido para mim e minha mãe. Enquanto comiamos em um silêncio constrangedor, eu ainda estava sem entender nada, então quebrei o silêncio.

         - Papai? Depois do jantar podemos conversar? - perguntei olhando sem sua direção e o vendo suspirar.
         - Claro, filha. Realmente precisamos conversar! - hum, não gostei de seu tom.

Fiquei em silêncio novamente e quando terminei meu suco, olhei na mesa procurando a garrafa que estava entre meu pai e o supremo na mesa. Então sem cerimônia peguei a garrafa e coloquei o vinho em meu copo.

Tomei um gole e deu um sorrisinho contente por poder experimentar. Olhei para cima e todos estavam me olhando, confusos.
Ué eu só tomei um gole de vinho, nada demais. Resolvi deixar pra lá e curtir cada gole,sossegada.
Quando veio a sobremesa era sorvete de chocolate no palito, que eu adoro. Comecei a tomar meu sorvete, e passei a língua por ele todo saboreando, alheia a tudo e todos à minha volta.

Até que ouvi um rosnado e uma respiração profunda à minha frente e logo em seguida um soco na mesa, que me fez tomar um susto tão grande que bati o sorvete no meu dente, fazendo doer um pouco.

        - Cacete! - xinguei pelo susto e olhei a minha frente vendo o supremo com os olhos vermelhos e os punhos fechados sobre a mesa.

Companheiro livro 2: Destino Traçado Where stories live. Discover now