Companheiro livro 2: Destino Traçado

Capítulo 26

Liam

Depois que a Samantha teve sua visão, surgiu uma esperança depois de meses sem notícias da minha companheira.
Procuramos na internet e não encontramos nenhum lugar com as descrições que ela disse, então agora estávamos já a dois dias a procura pelos mapas mais antigos que podemos encontrar, porque provavelmente esse lugar que minha Alicia estava, só poderia estar escondido por algum tipo de magia que nenhum satélite iria pegar, somente através de mapas antigos talvez encontrássemos algo.

Absorto em pensamentos me sentindo cada dia mais frustrado e decepcionado comigo mesmo, por não ser um macho suficiente para proteger minha companheira que tanto esperei por séculos.

        - ENCONTREI!!! - gritou Samantha me tirando dos meus devaneios.
        - O que você encontrou? - perguntei me levantando da minha cadeira e caminhando pela sala até onde ela estava.
        - Aqui. Veja! - apontou num ponto do mapa que estava em suas mãos. - Esse mapa é mágico, encontrei nas coisas da minha avó e precisei lançar um feitiço para que pudesse abri-lo. Isso aqui é o reino das fadas, ao qual eu nem imaginava que existia. - disse ansiosa.

Olhei para o mapa em silêncio e realmente vi o que ela tinha descrito em sua visão. Uma floresta de árvores secas com uma grande árvore no meio. Era tão interessante olhar pra esse mapa porque via-se claramente os desenhos de como realmente era o local.

         - Como chegamos até lá? - perguntou Jack que estava ao lado de sua companheira também estudando o mapa.
         - Somente com um portal. E eu não sei se consigo fazer sozinha, precisarei de muita energia e concentração. Eu conseguia fazer com Alicia somente, porque trocavamos energia e poder.- suspirou desanimada.
         - Faça o que puder, se precisar de minha energia, pegue! Precisamos encontrá-la logo, já faz muito tempo. - falei me sentindo um pouco esperançoso, faria o que estivesse ao meu alcance para ter minha companheira de volta.

Passou- se o dia e Samantha estudava as possibilidades de fazer o portal. Eu não sabia o que fazer e não tinha poderes para ajudá-la, somente esperar e tentar não atrapalhar.

         - Supremo? Não há outro jeito, vou precisar de sua energia e também a sua Jack! - nos encarou seriamente. - É um grande portal e vai demandar muito de mim. Mas antes, veja quem irá conosco, junte seus melhores homens, Supremo. E você também Jack, teremos uma grande guerra pela frente, precisamos de toda ajuda possível. - suspirou preocupada. - Depois que eu abrir o portal, só teremos 48 horas para resgatá-la e matar aquele desgraçado. E se não conseguirmos ficaremos presos no mundo das fadas, porque somente elas poderão abrir o portal novamente, para voltarmos ao nosso mundo.
         - Ok, verei isso imediatamente. Mas porque não conseguiremos voltar se acaso o portal fechar? Você não consegue abrir novamente? - perguntei curioso.
         - Porque estaremos entrando no mundo sagrado das fadas sem autorização e portanto só poderemos sair se assim elas permitirem. Lá uma bruxa não pode usar totalmente seus poderes, elas podem bloquear. - explicou.

Assenti e fui ao encontrar de minha matilha para irmos o quanto antes, minha companheira não pode esperar mais e nem eu.

     
                              *******

Alicia

Eu me sentia exausta, com fome e triste, porque eu achava que minha mãe poderia não ter recebido minha mensagem. Já se passaram dias que tentei passar a mensagem através do pássaro.
Bellina estava na cela ao lado todo esse tempo também muito triste e calada,acho até pior do que eu, afinal ela perdeu sua família e seu povo foi dizimado e extinto, graças a aquele demônio do mago Quillian. Eu não poderia imaginar o tamanho de sua dor e de certa forma me sentia culpada por tudo que aconteceu aqui, afinal ele matou seu povo para ninguém me ajudar quando me trouxesse para cá.

Ele a violentou várias vezes na minha frente e depois dizia que a culpa era minha por não aceita-lo, eu só não entendia porque ele não fez o mesmo comigo, só tentou duas vezes nesse tempo todo que estou aqui, mas eu repudiei e fiz de tudo para não deixar ele me tocar e então ele desistiu, mas não desistiu de puni- lá em minha frente.

Pulei de susto ouvindo um grande barulho vindo de fora, e gritos e rosnados se podia ouvir ao longe.

Me levantei assustada e percebi que o barulho vinha se aproximando e mais parecia uma grande manada de lobos vindo em nossa direção, eu conseguia ouvir graças a minha boa audição.

        - Bellina? Tá ouvindo isso?- chamei por ela que estava absorta em pensamentos. - BELLINA? - gritei quando não me ouviu.
        - Ah? - disse assustada.
        - Eu estou ouvindo o que parece ser lobos, ouço muitos rosnados. Acho que nos encontraram, eu nem acredito que deu certo minha amiga, mamãe nos encontrou! - sorri em meio as lágrimas que caiam de meus olhos.
       - Espere... é mesmo, consigo ouvir algo, mas parece estar longe. - se levantou e colocou o ouvido na parede.
       - Eu tenho certeza, são eles. Meu companheiro deve estar lá fora em algum lugar. Temos que tentar sair daqui! - puxei minha corrente ansiosamente.
       - Alicia? Não dá, pare com isso. Você só vai se machucar, só ele pode tirar isso de nós. - disse cabisbaixa se referindo ao Quillian que nos prendeu lançando uma magia para que somente ele nos libertasse.
       - Droga! Se mamãe veio também, ela talvez possa nos ajudar. - disse incerta.
       - Não e você sabe disso, mesmo que cheguem aqui não conseguirão nos libertar. - se sentou novamente. - E vieram te buscar, porque realmente te amam, dê valor a família que tem minha amiga. - vi quando caiu uma lágrima de seus olhos.
       - Eles vieram nos buscar, porque você vai comigo. Sei que esse é seu mundo, mas não há mas ninguém aqui e não irei deixá-la aqui sozinha, jamais. - andei até a divisa de nossas celas e segurei sua mão, a vi sorrir levemente mas não disse nada.

Um estrondo nos interrompeu e a grande porta que dava para o corredor se abriu mostrando um homem furioso entrar. Um que não queríamos ver tão cedo, e eu já sabia porque ele estava ali. Porque seu esconderijo foi descoberto.