Capítulo 13

1.6K 130 13
                                    


Estava passeando pela estufa novamente, logo após o almoço um pouco constrangedor, pois o supremo não parava de me olhar e eu não parava de pensar no momento em que tivemos ontem.
Meus sentimentos estavam tão confusos, ao mesmo tempo sentia medo de ser companheira de um lobo, ainda mais o supremo, mas eu me sentia tão atraída por ele, seu cheiro, sua aparência, seu corpo, ele era um homem de tirar o fôlego, e depois de sentir seus lábios e seu toque, fiquei mais confusa ainda e estar aqui proxima as plantas, me sentia muito melhor, esse lugar me trazia paz que no momento eu não estava tendo.

Fiquei curiosa quando papai pediu para conversar com ele, eu não sabia o motivo da conversa, pois ele não contou. Então eu só podia imaginar que papai atenderia meu pedido para irmos embora.
Pensar em ir embora me deixava feliz porque sentia saudades da minha casa, minhas coisas e minhas plantinhas, mas ao mesmo tempo me sentia triste por deixá-lo. Ele era tão solitário, me sentia mal ao deixá-lo sozinho.

Resolvi voltar, já estava ficando tarde, logo seria o horário do jantar e queria tomar um banho para relaxar. Quando estava próxima a casa ouvi barulhos de coisas se quebrando, rosnados e os gritos do meu irmão, junto de minha mãe.
Corri desesperada para ver o que estava acontecendo e quando passei pela porta da sala, vi uma bagunça, móveis quebrados, não tinha nem por onde andar de tanta confusão de coisas pelo chão. Olhando mais ao canto vi dos grandes lobos, um maior que o outro numa luta desesperadora, onde só se ouvia os grunhidos e rosnados, junto ao cheiro forte de sangue.

        - O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - gritei de onde estava olhando para o Ethan que estava só olhando, e pedindo para eles pararem, e mamãe ao lado apavorada com as mãos na cabeça sem saber o que fazer.
        - Papai e o supremo, estão se matando! - falou Ethan desesperado.
        - E você não fez nada? - era incrível como meu irmão às vezes era muito lento.
        - O que eu posso fazer, me diz? Se entrar no meio vão me matar! - arregalou os olhos gesticulando em direção a eles.

Olhei para mamãe e percebi que ela não sabia o que fazer, porque parecia estar sentindo dor! E então entendi, conforme meu pai se machucava, mamãe sentia também. Então restou para mim fazer alguma coisa, não poderia deixa-los se matar sem nem mesmo saber porquê!

          - PAREM! - gritem para que me ouvissem e só vi o grande lobo preto recuar um pouco, mas logo Max o lobo do papai atacou novamente. Droga!

Então lancei um feitiço os fazendo paralisar imediatamente.
           
          - EU DISSE PARA PARAREM! MAS QUE MERDA É ISSO AQUI? VOLTEM, AGORA! - gritei com raiva, mandando eles voltarem a suas formas humanas.

Liberei os dois e logo voltaram às suas formas normais, só que nus. Olhei para o papai e virei o rosto era esquisito ver seu pai pelado, mas não consegui conter em dar uma olhada para supremo, e ver seu corpo todo trincado de músculos, fazendo involuntariamente subir um calor pelo meu corpo. Tentei não olhar sua parte íntima e só vi mamãe puxar o papai em direção ao quarto com alguns machucados pelo corpo.

          - O que houve aqui? Porque brigou com meu pai? - perguntei mesmo um pouco desconfortável por sua nudez, ao qual ele não parecia se importar.
         - Eu vou ver como está o papai! - disse Ethan subindo as escadas e me deixando sozinha com o supremo, nu.
         - Nós só perdemos o controle um pouco da situação, me desculpe bruxinha. - disse envergonhado com a voz mansa.
         - Escuta, não é para mim que deve desculpas e sim ao meu pai. E acho bom você não tê-lo machucado muito, senão aí sim eu irei te rejeitar, não suporto que machuquem ninguém de minha família. - disse séria e realmente faria isso, já estava me cansado com essa situação.
         - Não, me perdoe, minha bruxinha. Por favor, eu me arrependo, não deveria ter perdido o controle com seu pai, mesmo que ele tenha me provocado. - se desesperou tentando me tocar, mas eu não deixei.

Subi as escadas em direção ao quarto dos meus pais e bati na porta entrando logo em seguida. Vi mamãe limpando os machucados do papai, que não me pareciam tão graves.

         - Papai, o que houve entre vocês pra chegarem a se pegar assim? - perguntei me sentando na beirada da cama.
         - Filha, deixa isso pra lá, e eu não estava me pegando com o supremo, a gente só estava tirando o estresse. - riu mesmo depois do que aconteceu ainda achou engraçado.
         - Me fala pelo menos o porquê da briga? - pedi o vendo suspirar.
         - Ele só saiu do controle porque eu disse que iremos embora amanhã, ele não quer que eu te leve. - apertou os lábios.
         - E nós vamos? Vou arrumar minhas coisas. - ia saindo do quarto.
         - Alicia? Ele te ama realmente, como louco posso dizer, para enfrentar seu pai assim por você, estou feliz que seja ele seu companheiro. Você não pode deixá-lo, ele te esperou a vida toda, não se envolveu com nenhuma mulher por mais de uma década. Sei que ele pode te proteger muito melhor que eu! É doido dizer isso, mas mesmo na sua pouca idade, deve dar uma chance a ele. Pensa nisso filha. Vamos ficar mais dois dias, para você pensar no assunto.- sorriu e se deitou fechando os olhos.

Olhei para a mamãe que balançou a cabeça concordando, então só me restou sair do quarto, dando de cara com o supremo na porta já vestido e com os cabelos molhados, fazendo meu coração saltitar.

          - Então? Como ele está? - disse envergonhado e preocupado.
          - Hum, está bem! Sorte que se cura rápido. - tentei passar por ele e seguir para meu quarto o senti segurar meu braço.
          - E você? - chegou mais perto me deixando hipnotizada pelo seu cheiro.
          - O que tem eu? - mordi os lábios nervosa com sua proximidade.
          - Você está bem? Vai realmente me deixar? - andei um pouco para trás pois ele estava quase me apertando na parede.
          - Vamos conversar sobre isso mais tarde! - me soltei de seu aperto que ainda estava no meu braçoe fui para meu quarto.

E dessa vez fui abraçada por trás antes de abrir a porta do meu quarto, sentindo seu corpo rígido e musculoso, às minhas costas. Perdi o fôlego e fiquei um pouco ofegante quando sua boca encostou em minha orelha esquerda, dizendo com a voz rouca;

        - Diz que não vai me deixar?! - sussurrou melancólico

Me arrepiei todinha, sentindo uma pontada no peito por sentir sua tristeza, tive vontade de me entregar, de dizer que não o deixaria, mas eu não consegui. Só estendi minha mão para abrir a porta do meu quarto me livrando de seu abraço e fechando a porta logo em seguida. Me encostei sobre ela respirando pesadamente, ainda mais confusa que antes.

         - É lobão, você está mexendo muito comigo, não sei se vou conseguir te deixar! - murmurei tocando meu coração que batia descompassado e pensando no que meu pai disse.
        
   

      
        

Companheiro livro 2: Destino Traçado Where stories live. Discover now