Companheiro livro 2: Destino Traçado

Capítulo 41

Uma semana se passou desde aqueles dias quentes que passei com meu companheiro.
Quando chegamos  na casa da matilha tive que fazer um chá milagroso e macerar umas ervas para colocar sobre minha parte íntima e porque só assim conseguiria me recuperar.

Foi tudo tão intenso que confesso que fiquei com um certo receio se sempre seria assim quando fosse lua cheia, provavelmente sim ou foi porque Liam descontou todas as frustrações de ficar longe de mim por tanto tempo.

Mesmo assim eu me sentia realizada e feliz como nunca achei que estaria, apesar que depois de uma semana eu não o via muito, pois ele tinha muito trabalho, e fazia questão de fazer ele mesmo, eu até entendia, pois ele era um supremo e suas responsabilidades eram muito grandes, porém eu me sentia excluída, afinal eu era sua luna e ele não me deixava fazer nada.

A maior parte do dia eu ficava perambulando pela casa ou jardim e nem ao menos saia de casa e também não sentia vontade de sair,mas eu me sentia inútil sem fazer nada e precisava fazer alguma coisa.

Peguei meu notebook e comecei a procurar por cursos que poderiam ser feitos online, afinal já saí da escola faz um tempo e não fiz nada mais, além disso precisava manter minha cabeça ocupada.

Eu tinha dinheiro na minha conta que eram os lucros da empresa do papai que eram divididos entre mim e o Ethan, então eu poderia pagar por qualquer curso ou qualquer coisa que eu desejasse fazer.

Depois de me decidir e me matricular num curso que não exigia vestibular, eu fiquei mais animada e resolvi tomar um banho já que era final de tarde.

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido e coloquei um vestidinho branco estampado com florzinhas azuis e uma calcinha branca de renda sem sutiã, pois o vestido já tinha um bojo e deixei meus cabelos soltos e para secarem naturalmente.

Desci as escadas correndo ansiosa para achar o Liam e contar para ele que iria fazer um curso e logo mais pretendia trabalhar e ajudá-lo com a alcatéia e tentar fazer as pessoas da nossa matilha se sentirem realizadas por viver no território do supremo.

Sai de casa procurando por ele, tentando sentir seu cheiro, pois sabia que ele estava por aqui, ele me disse que ficaria no território hoje e não iria para a cidade.

Meus sentidos ficaram em alerta quando passei por um caminho até então desconhecido por mim, senti o cheiro de Liam e mais duas pessoas e não conseguia ouvir claramente o que falavam, pois estavam falando em uma língua estrangeira.

Era um galpão e olhei discretamente por uma pequena janela e vi meu companheiro conversando com dois homens de pele negra e  muito bonitos com as vestes quase rasgando sobre seus músculos. Um era mais velho porém não deixava de ter boa aparência e o outro era uma versão mais jovem do homem, provavelmente eram pai e filho e pareciam discutir sobre algo que eu não fazia ideia.

Eu nem percebi que haviam parado de falar e estavam olhando em direção de onde eu estava,  pois estava ocupada reparando na beleza desses homens e quando olhei para Liam o vi respirando agitado e me olhando furiosamente.

Quando o vi vir em passos pesados em minha direção eu senti um pouco de medo, pois ele parecia furioso.

        - O que faz aqui? - perguntou com uma certa rispidez parando na minha frente.
        - Eu só vim te procurar, não sabia que estava ocupado, me desculpe se atrapalhei a conversa de vocês! - me senti um pouco chateada pelo tom que ele me questionou.
        - E não poderia ter me chamado? Precisava ficar avaliando os dois, como fez agora? - segurou em meu braço com uma certa pressão, porém sem me machucar.
        - Eu não estava. Só estava esperando você terminar a conversa! - ele me avaliou com seus olhos apertados.
        - Você estava, sim. Estava admirando os dois, qual você gostou mais,hein? - me empurrou contra a parede daquele galpão.

Estávamos sozinhos ali fora e os dois homens estavam lá dentro, se ele falasse muito alto eles poderiam ouvir.

Mas porque ele tá agindo assim, afinal?

        - Olha aqui eu não sei porque você está assim. Eu não fiz nada, está agindo como um macho escroto. - comecei a perder minha paciência diante de sua atitude ríspida.
        - Alicia, não me tira do sério. Não minta pra mim! - bufou me prendendo ainda mais sobre a parede.
        - O que você quer ouvir, hã? Que eu os achei bonitos? Que gostei deles ou quer ouvir que eu achei o mais velho mais bonito, hein? - puxei meu braço e fiz força para tentar empurra-lo, mas estava difícil. - E agora? Vai me apresentar a eles? - o provoquei dando um sorrisinho de lado.
        - Você me provocou demais por hoje e mais tarde será castigada por isso, e fique ciente que você nunca os verá na sua frente novamente. Você é minha! - disse em meu ouvido, com sua voz mais grossa que o normal, me fazendo arrepiar com sua ameaça.

Quando eu ia dizer algo, ele já tinha se afastado pisando duro indo até os homens que o aguardavam pacientemente.
Ele disse algo a eles e ainda me olhou com os olhos em chamas e seguiu com eles por outro caminho, me deixando ali, confusa com sua atitude possessiva repentina.

Será que eu encarei eles tão descaradamente? Eu acho que não eu só olhei como se tivesse olhado normalmente pra qualquer pessoa.
Apesar de sempre bonitos, meu companheiro era muito mais aos meus olhos e não o trocaria por nenhum outro.

Não sei porque essa atitude, assim do nada!

Estava tão animada e iria contar para ele sobre meus planos, porém ele me desanimou com sua atitude grosseira e possessiva.

Resolvi não pensar muito nisso, afinal poderia ser que Liam não estivesse num bom dia, apesar que não era motivo pra agir assim comigo.

Voltei para casa, pensando o que ele quis dizer com iria me castigar depois?

       - Suprema? - olhei em direção de onde ouvi a voz e uma senhora abaixou a cabeça em sinal de respeito. - O supremo me pediu para te chamar e dizer que ele a aguarda atrás da casa.
       - Atrás da casa? - perguntei achando estranho. - Ah, pode me chamar de Alicia, não tem necessidade de me chamar de suprema!
       - Sim, senhora. Ele está perto da floresta. - assenti e segui por onde ela apontou, enquanto ela seguia para dentro da casa.

Que coisa estranha, o que será que ele quer comigo perto da floresta?

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