PRÓLOGO

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"O segredo para o poder é o foco, não na luta contra o que é velho, ultrapassado, mas na construção do novo, no inalcançável".

Foi pensando nessas palavras que Phillip Paxton começou seu dia. No dia anterior, esteve em Genebra para um evento, onde foi homenageado em meio a grandes empresários, filantropos e magnatas.  Homenagem concedida por mais uma conquista científica: 

A clonagem de órgãos humanos.  A manipulação de células tronco embrionárias, matrizes capazes de se transformar em qualquer célula do corpo, para criar tecidos e órgãos humanos.  Essa revolução científica da PAXCORP, foi um avanço e um marco na medicina mundial.  Graças a isso, inúmeros transplantes de órgãos foram realizados, sem necessidades de extensas esperas por doadores e riscos de incompatibilidade.   

Esse tipo de clonagem para fins terapêuticos, são gerados apenas tecidos, em laboratórios, sem implantação do óvulo no útero. 

 Não se trata de clonar um feto até alguns meses dentro do útero para depois retirar-lhe os órgãos, como alguns acreditam.    Tudo tem a ver com substituir o núcleo de um óvulo pelo núcleo de uma célula somática, e dividi-lo no laboratório.  E ao se tornar pluripotentes, podem ser manipulados a fabricar diferentes tecidos.   

A clonagem de órgãos também tem a vantagem de evitar a rejeição se o doador for a própria pessoa.   Seria o caso, por exemplo, de reconstituir a medula de alguém que se tornou paraplégico após um acidente, ou para substituir o tecido cardíaco comprometido por um infarto.    O fato é que esse desenvolvimento científico salvou 32.000 vidas só no ano passado, e rendeu a Phillip Paxton bilhões.   

Agora, olhando através das vidraças do seu escritório, no 46° andar, ele contempla toda uma cidade famosa pelo seu poder e glamour, e pensa mais uma vez na frase que seu pai insistia em dizer: "O segredo para o poder é o foco...  na construção do novo, no inalcançável".   Sim, o velho tinha razão, ele pensa...  O inalcançável foi o que me trouxe aqui...   E ir aonde ninguém jamais ousou, é o que me fará mais forte.  Aonde aquele velho tolo jamais imaginou chegar...

Mas Phillip Paxton sabe que os avanços da medicina em si, não é a chave...   A geração em que vive está moderna e tecnologicamente, bem a frente da do seu pai, um brilhante empresário e cientista, mas preso aos escassos recursos da sua época.   O mundo atual está avançado.   Mais ainda é o mesmo.    Por mais que se encontre e se desenvolva novas curas e recursos terapêuticos, sempre haverá novas doenças, novos vírus.  Assim como já foram travadas várias guerras, sempre haverá novas.   Mais avançadas, mais letais.   E o lado vencedor, sempre será o que tiver a melhor arma, e a sabedoria de saber o momento certo para usá-la.  

A cada século, a descoberta de novos elementos usados como arma foram a chave para a vitória daqueles que as usaram primeiro.  No início, o  fogo e a pólvora foram descobertas valiosas que levaram guerreiros e soldados  ao êxito.   Com o passar das eras, novas descobertas científicas e tecnológicas, ajudaram nações a vencer seus inimigos.   Armas nucleares, armas químicas, armas biológicas e armas radiológicas mudaram o cenário deste mundo e trouxeram um novo conceito de poder.    E agora, existe uma nova corrida armamentista mundial.  Nações poderosas estão a procura de um novo avanço que os possa colocar no topo do poder militar.   E aquele que conseguir entregar essa nova arma terá o que quiser, o quanto quiser.   Essa é a chave para o poder.

Phillip Paxton é um empresário bem-sucedido e dono de uma das maiores empresas de ciência e tecnologia do mundo.  Possui 49 anos, 1,76 de altura, pele clara, olhos azuis e cabelos preto.     Paxton  teve um dia anterior agitado.  Formalidades, discursos de apresentações, agradecimentos, seguidos de muitas bajulações. E após a viagem de volta, seguiu-se uma pequena festa de celebração entre alguns amigos e empresários, na sua cobertura em Upper East Side, Manhattan.   

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