SPÉCIE E ELEMENTAL

Capítulo 11 UMA FORÇA QUE TE MOVE PARA FRENTE... NUNCA PARA TRÁS

Instituto de Ciências Dust (DIS)
12 de Outubro
21:31hrs da noite

---------- Rachel Leadger----------

Abro os olhos mas volto a fechar novamente, como se necessitasse voltar para a tranquilidade da escuridão, mas o barulho de um alarme alto e irritante me mantém desperta.

Estou no chão, deitada de lado, por cima do braço esquerdo, em meio a fragmentos de vidro, metal, madeira e concreto. Está tudo escuro, mas as chamas de algumas coisas que estão pegando fogo clareiam de forma tímida o ambiente totalmente destruído. O chão está frio e molhado e ainda sinto algumas leves gotas caírem sobre mim.

Eu tento me virar pra cima e uma dor horrível na costela me faz soltar um grito fraco e abafado. Devo estar com uma ou duas costelas quebradas...

Eu rolo e percebo pela dor que vem do braço esquerdo, que ele também está quebrado.

Permaneço imóvel olhando pra cima com medo de me mexer mais e descobrir outras fraturas e dilacerações.

Sinto algo molhado nas costas e não sei ao certo se é da chuva que cai onde não há mais teto, ou se é do sangue que estou perdendo. Estou batendo o queixo e me tremendo toda... posso estar em choque por ter perdido muito sangue, ou pode ser apenas o frio natural de um corpo molhado... difícil saber.

Só sei que já deveria estar morta por tudo o que aconteceu. Mas não devo durar mais por muito tempo...

Queria me levantar e sair daqui mas não tenho forças e estou com medo. fecho os olhos e procuro algo que me motive a não desistir...

Hanna... oh, Deus... que ela esteja bem... Melissa, Mike... Edward... Ed, por favor, vem me buscar... então começo a chorar sentindo as lágrimas escorrer no meu rosto, molhando minhas orelhas... Mãe...

Mãe, me desculpa... eu não consegui... não consegui ser forte...

Então sinto a mão dela no meu rosto, enxugando minhas lágrimas e segurando meu ombro. Acho que é meu momento de transição... dizem que é diante da morte que sentimos as pessoas que mais amamos... então eu a cumprimento chorando: -"Oi mãe... que bom que está aqui..."

--- Rachel Leadger?... - espera... essa não é a voz da minha mãe...

Eu abro os olhos e vejo a silhueta de um homem, bem próximo a mim.

--- Edward?...

--- Doutora Leadger... vim pra te tirar daqui. Está me entendendo? Doutora Leadger?...

Eu aperto os olhos pra tentar focar e enxergar melhor, e então o reconheço... uniforme azul claro e preto... braceletes de algum tipo de metal e luvas de borracha... máscara que deixa exposto o rosto e o cabelo... óculos escuro estreito e arrojado...

--- Homem... Elétrico?...  - eu digo arqueando a sobrancelha, estando surpresa por também estar vivo.

--- Hãã... não. Raio Azul.

É, agora que mencionei em voz alta, homem-elétrico pareceu muito idiota... Raio Azul soa melhor...

--- Escuta, consegue mexer as pernas?  - eu demoro um pouquinho com medo de sentir mais dores e então eu as movimento.

--- Muito bom, doutora Leadger... agora escute com atenção... você está com o braço quebrado e provavelmente algumas costelas. Preciso que segure seu braço e procure não se mexer enquanto eu a levanto, está bem?

Eu olho pra ele e sorrio enquanto digo:

--- Ei, agora eu lembrei de você... É o guarda-costas da doutora Dust, sim... e puxa... é verdade quando dizem que ela sabe escolher os melhores caras, hehehe... você é uma graça, olhando de pertinho, sabia?