Capítulo 13 TRANSIÇÃO

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Hospital Henry Ford
Detroit, Michigan
15 de Outubro
18:22hrs da noite

---------- Rachel Leadger----------
 

É uma sensação estranha...

Presenciar e sentir que viveu um pesadelo e não saber distinguir se foi real ou não...

Estar consciente em um sonho e não querer acordar com medo de que o pesadelo volte e lhe diga que sim, ele é real...

Saber que este pesadelo lhe tirou coisas importantes da sua vida, e não se lembrar quais foram...

Sentir que está viva, mas sem saber a que custo...

Sensações...  sentimentos... cheiros... sons.

Sinto como se  estivesse num corpo que não é mais o meu...

Sinto dor e raiva...  angústia e medo...

Sinto cheiro de café...   também sinto cheiro de rosas, loção de barba e colônia mexicana...

Sinto e ouço meus batimentos cardíacos...  estão com 70 batimentos por minuto (bpm).  Batimento normal...  também sinto e ouço mais dois batimentos...  um com 95 e outro com 92 bpm...  parecem ansiosos.

Mas apesar de tudo isso, me sinto incompleta...   quero poder ver também.    Mas tenho medo do que a realidade pode me mostrar...  

Então ouço uma voz bem no fundo da minha mente...    - "Você tem uma força que ainda desconhece, Rachel...   uma força que te move para frente!...   nunca para trás!..."

Abro os olhos.

Me sinto zonza, e tudo começa a girar.    Então fecho novamente e espero alguns segundos pra me recobrar...   abro novamente.  Melhor...

Vejo um teto que não é o da minha casa e nem do meu laboratório...   ouço alguns sons digitalizados e bips...  viro um pouco a cabeça e os olhos pra esquerda e vejo um painel que monitora e mede meus batimentos e a saturação do oxigênio...  outros aparelhos de hospital e um pedestal com uma bolsa de soro pendurada e um tubo de equipo que o leva até a minha veia no braço esquerdo.

Estou em um hospital, deitada em uma cama levemente inclinada pra cima.

Então sinto alguém pegar na minha mão direita e ouço uma voz que me mostra o que estava com medo de ver...  a realidade.

--- Rachel...

Eu sigo o som da voz e viro o rosto para a direita lentamente.    Então vejo o rosto da pessoa que me chamou e automaticamente os batimentos do meu coração aumentam.

--- Edward...  - meus olhos se enchem de lágrimas.

--- Oi meu amor...  que bom que voltou.   - ele está sentado numa cadeira ao lado da cama onde estou, segurando minha mão...  e a ergue um pouco para beijá-la.  

--- Oh, gracias Señor...

Vejo Melissa se aproximar com a mão tampando a boca e chorando  emocionada, atrás de Edward.

Eu sorrio para ela e uma lágrima escorre pelo meu rosto...

Mas deixo minha felicidade escapar quando começo a lembrar de tudo o que aconteceu...  das perdas...  das mortes.

Na tela do monitor, meus batimentos sobem para 125 bpm e então tenho uma crise de choro.

Edward se aproxima mais e alisa meu rosto enquanto limpa minhas lágrimas... 

Tento falar o nome dela, mas não consigo, pois a lembrança do que aconteceu a ela retorna e enfraquece meu espírito totalmente.

Edward se senta na cama ao meu lado, me abraça e Melissa segura minha mão.     Então junto forças e digo o nome dela...

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