Parte 1 Capítulo 1 ESPÉCIES

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Quênia, leste da África.
06 de outubro
07:00hrs da manhã

--------- Rachel Leadger  ---------

Um país com litoral no oceano índico que engloba savanas, grandes regiões de lagos e planaltos montanhosos, oferecendo uma vista fenomenal do monte Kilimanjaro, da Tanzânia, com seus 5.895 metros de altitude.

Um dos países mais visitados do mundo, onde turistas e safáris, podem apreciar a beleza e os encantos do mundo selvagem a partir de importantes reservas, como a de Masai Mara e do Parque Nacional de Amboseli, na capital Nairóbi.

Ainda assim, encontramos muitos animais selvagens mais conhecidos e ao mesmo tempo raros da terra, que habitam e vivem livremente nas savanas e vales. Rinocerontes, elefantes, leões, leopardos, girafas, hienas, zebras, hipopótamos, crocodilos, entre outras variedades de espécies, que tornam este país do continente africano, de mais de 580.000 km quadrado, o maior e mais importante em aspecto de vida selvagens.

Já estive várias vezes na África, visitando e trabalhando em pesquisas. Congo, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Namíbia, ilhas de Madagascar... Mas a que mais me encanta e que não me canso de vir, é aqui, no Quênia.
É lindo demais! Os animais, a cultura do país, os aspectos ambientais... tudo me fascina!
Dizem que a vida se originou a partir daqui. Se for verdade, eu não ficaria surpresa e nem questionaria.

Mas apesar de toda a sua exuberância, aqui é também considerado um dos lugares mais mortais que existe. Digo, não apenas pelo risco ao se expor em um ambiente aberto onde os animais circulam e habitam, mas principalmente pelo clima severo nas épocas de calor e seca. As mudanças climáticas tem sido um fator em discussão já a décadas. Inúmeros países tem sofrido com as constantes alterações climáticas, seja em altas ou baixas temperaturas. E muito pouco se tem feito para tentar solucionar esse desequilíbrio.

Aqui no Quênia, o extremo calor, que dura 5 meses, resulta em seca, devastação e queimadas em muitas partes das regiões do leste africano. Com a falta de água, devido as secas dos rios e lagos, e a dificuldade de encontrar comida, muitos animais são obrigados a migrar para outras regiões. Os que permanecem, ou os que não podem partir, correm o risco de não sobreviver.
Ainda assim, algumas espécies resistem bravamente.

E entre esses, encontramos uma das criaturas mais espetaculares da terra, e particularmente, a minha preferida. O Guepardo, ou Chita africano.

É muito comum vermos sua espécie aqui nas savanas. Um predador feroz e audaz. Porém, sua abordagem de caça, difere entre outros animais predadores. O Guepardo prefere uma estratégia simples ao buscar suas presas: caçá-las através de perseguição a alta velocidade, em vez de táticas como a caça por emboscada ou em grupo, mas pode ser visto também caçando em dupla. Consegue atingir velocidades de 115 km/h por curtos períodos de cada vez, sendo o mais rápido de todos os animais terrestres.

JDesde criança, admirava este incrível felídeo. Brincava que podia correr como um Chita pelas savanas africanas. Fazia questão de assistir todos os documentários que falavam sobre eles. Na verdade, foram espécies como esses que aumentaram meu interesse e que me fizeram me tornar uma bióloga. Eles têm muito a nos ensinar. Todos eles...

É muito triste vermos animais como esses convivendo com esse tipo de situação. Mas a sobrevivência sempre fez parte do ciclo de vida dessas espécies. Além da busca por alimento e água, ainda há o risco de encontrar e muitas vezes ter que enfrentar outros predadores, como leões e hienas.

E neste momento, o incrível felídeo que avistamos perambulando pelos terrenos secos da savana, está sendo vigiado por outro predador. Na verdade, um dos predadores mais perigosos da face da terra... O homem.

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