Capitulo 25- Let me take care of you.

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Clover

Eu entrei no banho como Dylan pediu... Não, mandou. Deixei o sangue escorrer nas minhas pernas e chorei. Muito. Por um longo tempo, escuto um barulhão na andar de baixo, levo um susto, mas logo escuto passos pesados. Dylan. Ele realmente chegou em cinco minutos, ou até menos. Termino o banho e coloco a mesma roupa que eu estava.

Saio do banho, encarando o homem, inquieto e alto no meu quarto. Olho em seus olhos, ele parecia cansado. Odeio que ele tenha descoberto. Dylan sempre cuidou de mim, mesmo que ele me odiasse, ele sempre cuidou de mim como se eu fosse a coisa mais preciosa da vida dele, mesmo sabendo que essa "coisa preciosa" é sua moto.

- Clover.- ele levanta em um pulo e me abraça. Solto todo peso do meu corpo nele, chorando. Fiquei ali por um longo tempo e ele apenas acariciava minha nuca e me apertava cada vez mais. Quando apenas encostei suavemente em suas costas ele se contorceu.
- Desculpe.- eu saio do abraço, tirando as mãos dele.
- Está tudo bem. São apenas-ele engole em seco- Alguns machucados.- ele sorri. Sei que ele está mentindo. Algo aconteceu e ele não quer me contar.
- Sei que está mentindo. Deixe-me ver.- eu digo tentando tirar sua camisa.
- Que isso, cherry. Se quer tentar algo a mais, temos que fechar a porta.- ele sorri e pisca, tentando mudar de assunto.
- Dylan...- eu digo revirando os olhos e encarando o mesmo seriamente.
- Está tudo bem.- ele repete.- Estou aqui para você, eu me cuido depois, não importa agora.- ele me encara com sinceridade em seus olhos.
- Não gosto quando faz isso.- ele levanta uma sobrancelha.
- O quê?- eu sento na cama.
- Me coloca em primeiro lugar.
- Cherry...- ele se ajoelha em minha frente.- Impossível isso não acontecer.
- E por que?- eu cruzo os braços.
- Porque você sempre está em primeiro lugar, em todas as minhas listas.- ele diz como se não fosse nada demais. Dando de ombros.
- Idiota.- eu sorrio, negando com a cabeça. Ficamos nos encarando por um tempo, até eu me abaixar o suficiente para ficar na altura de seu ouvido.- Faça essa dor evaporar, seja o meu ponto de conforto em meio ao meu caos e eu serei o seu.

Dylan praticamente me joga na cama, me beijando, calorosamente. Eu me arrumo em baixo dele e tiro sua camisa, ele volta me beijar com mais intensidade ainda. Coloco minhas mãos em seus cabelos e ele arfa com alguns puxões que eu dou. Ele tira a minha camisa e beija meu pescoço, desço uma de minhas mãos lentamente por suas costas.

- Aí!- ele praticamente grita e eu me assusto. Ele levanta lentamente, sem virar de costas.
- Dylan. Me deixe ver, droga!- eu digo irritada.
- N.Não é necessário. Está- ele arregala os olhos e então vai para o banheiro, ainda sem virar de costas.
- Dylan!- eu bato na porta. Então depois de um tempo que eu canso de bater na porta, escuto ele chorando. Então ajo por impulso e chuto a porta, uma. Duas. E na terceira ela abre, quebrando a fechadura, mas eu não dou a mínima.- Dylan... O que...- olho para ele no box do banheiro, abraço em seus joelhos, com a cabeça no meio das pernas. Vou até ele e acaricio seu cabelo, me ajoelhando em sua frente.
- E.Eu não consigo me defender, cherry...- sua voz sai totalmente quebrada.
- Está tudo bem, amor... Eu posso?- eu digo antes de tentar ver. Ele se vira para mim e eu paraliso. Ele estava com as costas todas marcadas, com cicatrizes. Tinha uma grande, era a que estava sangrando.- Você precisa ir ao hospital.
- Não!- ele grita e percebe que me assusta.- Desculpe, hospital não. Eu não consigo entrar em hospitais, eu tenho pavor. Eu entrei naquele dia, porque era você. Mas não consigo entrar por mim.- ele se vira para mim.
- Então vamos fazer assim.- eu ligo o chuveiro para tirar seu sangue- Você vai ficar um tempinho, até eu terminar de arrumar tudo e vamos ao hospital- ele nega com a cabeça.- Mas você vai ter em mente que eu vou estar o tempo todo com você, pode tentar?- ele me encara por um tempo e ali eu não vejo um homem que precisa de ajuda, eu vejo uma criança machucada. Muito machucada.
- Está bem... Mas... Promete que eu posso sair se quiser?- eu concordo e dou um beijo em sua testa.

Praticamente corro pela casa toda, pegando uma calça de Stefan e a blusa que Dylan estava usando quando chegou. Eu troco de roupa, entro no banheiro e desligo o chuveiro, Dylan levanta e tira sua calça. Eu dou uma toalha ao mesmo e saio do banheiro pegando a calça e a blusa, coloco na pia. Pega os nossos celulares e Dylan me acompanha até o carro. Acelero e chegamos no hospital, ele hesita em entrar mas logo entra.

Eu falo com a recepcionista e explico a situação, ela logo pede para ver as costas do mesmo e diz que ele precisará de pontos, urgentemente. Ele agarra minha mão, em sinal para que eu não saia de seu nada. E eu não estava pensando em sair, nem um momento se quer. O médico aplica a anestesia e logo Dylan dorme, pois a dose precisava ser muita, afinal ele era grande. O médico faz os pontos e eu não saio de seu lado.

Agora são 08:30 p.m. e Dylan ainda não acordou. O médico disse que ele deveria acordar em mais ou menos meia hora, pois os pontos foram feitos em uma hora e meia, pelo tamanho do corte. Eu pergunto se poderia leva-ló para casa e o médico concordou e me deu alguns remédios para que eu comprasse para caso ele tenha dor.

Um enfermeiro me ajuda a levar Dylan para o carro e eu passo na farmácia compro os remédios para dor e peço uma pizza de calabresa, sua preferida. Deito ele de lado em minha cama  e ele parecia acordado, mas não estava totalmente consciente.

- Ei, moça.- ele diz apertando os olhos.- Sabe onde está minha namorada? Bem, ela não é minha namorada, não conte a ela, mas eu a amo e pretendo pedi-lá em casamento algum dia.- ele sorri bobo.
- Está bem- eu rio- Não contarei. Será nosso segredinho.- eu acaricio sua cabeça e ele tira a minha mão de sua cabeça.
- Não, senhora, só ela pode me tocar assim.- ele fica sério.- Ela não irá gostar disso. Cuidado, vai que ela tenta te acertar uma bola de vôlei em seu estômago.- ele ri novamente.
- Está bem, garotão. Vou buscar a pizza. Descanse.- ele sorri com a palavra "pizza".
- Chame minha namorada que ainda não é minha namorada também. Quero comer ela e a pizza.- ele sorri sacana.

Essa vai ser uma longa noite.
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Dylan é o meu protegido🥹

The lady and the devil.Where stories live. Discover now