Capítulo 45- Retrograde.

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-Lyon, França

Clover

*Dois anos atrás*

Respiro fundo antes de sair do carro, desejando que o dia acabe, mas sei que mal começou. Espero que eles não venham para cima de mim hoje. Não estou com muita paciência para ser espancada, sinceramente.

Empurro as portas da escola, entrando e Stefan passa o braço em volta do meu pescoço. Ele sempre entra me protegendo, mas se soubesse que não está me protegendo de nada, não faria isso. Ele só está piorando a minha situação, mas tudo bem, não posso culpa-lo.

-Virei apoio?-digo tirando o braço dele de cima de mim, vendo os olhares que recebo.

-Que isso, pirralha, deixa de ser chata!-ele diz rindo e continua caminhando para sua sala. Abro meu armário e pego alguns livros, deixando outros. Assim que fecho meu armário, alguém pega no rabo de cavalo que fiz e me arrasta pelo chão.

-Ei! Me solte!-digo em inglês, mas Morgan apenas me olha de relance, sem entender o que eu disse.- Laissez-moi partir!-digo depois de recuperar o fôlego.

Morgan apenas ri e eu grito por ajuda, mas como meu irmão não está mas nessa área da escola, nínguem liga. Sou levada até a parte de trás da escola, arrastada. Morgan me joga no meio de uma roda de meninos e meninas de seu grupo. Uma menina monta em mim e começa a socar meu rosto, enquando todos começam a rir. Ela só para quando minha visão já está escurecendo, não escuto muita coisa e não vejo nada direito.

Eu desmaiei. Fui acordada com chutes na barriga de algum menino, ele abaixa até me ouvido e diz algo do tipo "Você está tão gorda que não consigo sentir seus ossos enquanto te chuto."Olha em meus olhos e cospe em mim.

Outro menino começa a passar a mão em minha panturilha e o menino que estava me chutando me paralisa, para que eu não me mexa.

Eu já sei o que é isso.

Tem duas meninas e três meninos... Eu... consigo? Não, é morte na certa

Fecho os olhos, minha barriga dói, meu rosto dói, tudo dói, mas nada comparado ao vazio que sinto no momento. O menino continua subindo sua mão e chega no meio de minhas pernas...

. . .

Abro os olhos com dificuldade, está muito claro. Quando finalmente consigo abrir os olhos, vejo Stefan segurando minha mão enquanto dorme no hospital.

Eu não morri? Legal.

-Você acordou!-Stefan dá um pulo da cadeira e sorri para mim.-Como se sente?

-Bem...Onde estão...todos?

-Ainda não sabem, depois do assalto, alguns foram para o hospital e outros sumiram.-ele da de ombros. Assalto? Porra!- Vou chamar o médico.

O médico disse que eu não tive nada muito grave, mas que preciso ficar um tempo de cama, porque minhas costelas quase foram fraturadas. Estava em casa, tomando banho, vou até o closet e Stefan liga o noticiário.

"Um grupo de cinco adolescentes foi encontrado morto da pior forma-"

-Volta!-grito do closet.

-Não, pirralha.-vou até ele e pego o controle da mão dele.-Clover!

-Stefan...-coloco a mão na boca.-você...fez isso?

-Foi pro seu bem!-ele levanta da cama, em um pulo.

-Não, seu psicopata! Você matou cinco pessoas inoscentes!-ele bufa uma risada.

-Inoscentes?! Eles te espancavam, porra!-ele soca a parede, me assustando por eu estar a centímetros do alvo.- e o que me dói mais... é a porra da minha própria irmã. Aguentar essa porra toda sozinha, só porque ficou a porra de um medinho de merda de eu não acreditar nela.

-Vai se fuder! -vou até a cama e jogo um travesseiro nele.-Vaza! Eu não quero te ver nunca mais! Eu te odeio!

-Eu que te odeio!-ele sai, batendo a porta.

Merda!

"Você está tão gorda que não consigo sentir seus ossos enquanto te chuto."

Saia dá minha cabeça!

"Gorda!"

Foda-se.

Vou até o banheiro e coloco o dedo em minha garganta, dois, três... e vomito. Só paro de vomitar quando vejo água.

Eu queria estar morta.

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Vou começar a escrever sobre o passado deles. Hehe, é um pouco(MUITO) perturbador. E o diálogo que ela tem com qualquer um que não seja o irmão dela, é em francês, só para que eu não tenha que ficar traduzindo.(e pq meu francês é enferrujado)

The lady and the devil.Where stories live. Discover now