Capitulo 79.

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Votem e comentem, conto com vocês!!!
Paola.👸🏽

O peso sobre os meus olhos quase não deixava que eu abrisse. Principalmente pelo fato da luz está bastante alta no quarto, e eu demorei muito pra conseguir enxergar direito.

Vi minha mãe sentada do meu lado, segurando a minha mão e a Suellen em pé no meio da sala, andando pra lá e pra cá com as mãos na cabeça. Confesso que isso até me deixou tonta, pois demorou bastante para que elas percebessem que eu estava acordada.

Sentir que eu não estava respirando normal, e percebi que tinha um aparelho tanto no meu peito, quanto no meu nariz e eu deduzir que fosse de oxigênio.

Paula: Filha! Caraca, cara... Você acordou.— me beijou.— Como você tá? Tá sentindo alguma dor? Vou chamar o médico agora! Olha, você tá pálida. E esse soro aqui já acabou a muito tempo! Cadê a puta a enfermeira???? Eu pago essa porra aqui, pra eles te bajularem 24h.

Suellen: Ela tá calada, meu Deus! Tá sentindo dor amiga???

Paula: Claro que ela tá, cara... Garota acabou de ter um parto cesária de horas e ainda por cima tá toda costurada.

Paola: Não... Não! Não tô sentindo dor.— encarei ela.— Como foi? Mãe... Ele tá vivo?

Sentir medo da resposta, muito mesmo. Sei que se fosse pra fazer uma escolha, minha mãe me escolheria sem pensar duas vezes. Mas eu ainda tinha um pouco de esperança, mesmo que fosse mínima.

Paula: Filha, eu não sei! Quando nasceu, chorou e eles levaram da sala de parto. — falou serinha.— Procurei saber, mas não me deram respostas certas e até agora não voltaram com notícias sobre.

Paola: Você acha o que, mãe? Acha que tá bem? Que tá vivo?

Paula: Filha, seis meses né? Você nem sabia da gravidez, não fez nem o pré natal. Essa criança ter nascido viva é um milagre. Mas eu só sei disso pq chorou, ouvir o choro... Mas não sei se sobreviveu.

Paola: É menino ou menina?

Paula: Menino.

Eu cair no choro, né cara? Sinceramente, esse foi o dia mais louco da minha vida! Tudo aconteceu tão rápido, que ninguém saberia explicar o que ocorreu! Só sei que eu tive um filho, uma criança que eu nem sabia que estava ali, mas que pode não ter sobrevivido e isso é o que me deixa mais triste, pois é a minha culpa. Só minha!!!

Como não desconfiei? Como não pensei na hipótese? Tava tão preocupada com outras coisas, que não parei pra repara que tinha algo diferente ali? Que eu estava carregando uma criança no meu ventre?

Não tive tempo de sentir chutar, de ouvir o coraçãozinho, de comprar as coisinhas. Aí, isso dói, e dói muito! É algo que vai além da dor física ou de qualquer outra que eu já sentir na vida. Sentimento de culpa e de tristeza, fraqueza e inutilidade.

Chorei tanto, que nem sei descrever! Minha mãe também não se aguentou, e chorou junto comigo e com a Suellen que estava o tempo todo do meu lado... Só saiam pra buscar notícias, mas nada.

[...]

Quando anoiteceu, o médico entrou no meu quarto e eu sentir tanto medo que eu nem sei explicar! Era algo que pra mim, seria a vinda da pior notícias de todas e eu não sei se estou preparada pra isso.

Eu sei que a horas atrás, nem sabia que essa crianças existia e não sentia vontade nenhuma de ser mãe agora. Seria algo que pra mim, aconteceria lá na frente quando eu já estivesse estabilizada e com uma carreira promissora.

Segurei na mão da minha mãe, com lágrimas nos olhos pois já esperava o pior! Ele pegou um papel que estava preso ao lado da minha mesa e ficou lendo durante um tempo. Eu estava apreensiva, a ponto de ter um ataque mas não tinha coragem de perguntar nada. Eu estava paralisada.

Doutor: Bom Paola, tô vendo que você reagiu bem aos medicamentos! Ainda sente falta de ar? — neguei.— Bom, muito bom! Significa que tá tudo bem com seu sistema respiratório. Provavelmente não haverá sequelas, mas isso vamos confirmar amanhã no exame, ok?

Paula: Quanto tempo ela vai precisar ficar aqui?

Doutor: Não sei, senhora! Vai depender dos exames de amanhã. Precisamos saber se não deixou nenhuma sequela nela, confirma que tá tudo ok, e que a cirurgia foi um sucesso! — me encarou.— Você foi muito forte! Aguentou, muito.

Paula: Mas e a criança??? Vocês não deram respostas nenhuma pra gente! — fechei os olhos.— Ficamos no escuro! Sacanagem, doutor!

Doutor: Desculpa, senhora. Mas eu passei o caso para a pediatria. Soube de notícias a pouco tempo, e vim aqui falar pra vocês! — me encarou.— O meninão lutou. Aguento muito, nasceu pequeno mas muito forte. Ele teve uma parada cárdio respiratória o que levou a gente a usar todos os nossos esforços para salvá-lo...

Doutor: Pulmão dele é bastante fraco, mãezinha... Ele ainda não estava maduro, entende? E por isso essa luta, mas ele está estável! Infelizmente tá na UTI, porém ele será bastante bem cuidado por lá. Não se preocupe!— me encarou.— Nasceu com 800g e 33cm. Pequeno, mas se Deus quiser será quem grande homem!

Eu estava aliviada, porém, não conseguia ficar feliz! Sentia a todo tempo que poderia ter evitado e que ele não merecia passar por tanto sofrimento! Ele não tem culpa de nada... NADAAAA!!!

Médico conversou muito comigo, disse dos riscos, que falou que eu deveria me preparar para o pior pois na maioria desses casos o bebê não sobrevive. Chorei muito, o tempo todos! Tanto ele até chamou a psicóloga pra falar comigo.

Conversemos e eu tentei me acalmar, pensar positivo... Mas é difícil! Tô com muito medo, muito mesmo... Mas vou enfrentar essa. Vou acreditar que ele vai ficar bem e vivo. Vai da tudo certo.

Destino Implacável.Место, где живут истории. Откройте их для себя