Capitulo 80.

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Votem e comentem, conto com vocês!!!
Seis meses depois.
Paola.

Ser mãe de UTI é algo inexplicável, é viver na adrenalina de estar numa montanha russa. Cada dia uma sensação diferente, um medo ou até mesmo uma felicidade.

Comemorava cada conquista, nos seus mínimos detalhes, se ele faz xixi, cocô, se toma leite... Principalmente quando ele abre os olhinhos, que pra mim, era algo bastante raro de acontecer!!!

Mas enfim, meu filho é muito forte! Aguentou a barra todo esse tempo, lutou, lutou muito mas sobreviveu!!! Meu guerreiro, meu vencedor. Nem sei explicar o quão feliz eu sou, não mesmo!

Foram três meses na incubadora, e quando eu peguei ele no colo pela primeira vez foi algo surreal. Meu Deus, sei nem descrever! Só sei que chorei muito, muito mesmo. É algo que vou lembrar pra sempre, não vai sair nunca mais da minha cabeça. Sério mesmo.

Meu baby passou por tanta coisa, mesmo sendo tão novinho. Ele com certeza foi muito forte, e eu tenho muito orgulho dele e de mim mesma por ter segurado a barra. Não foi fácil, mas eu conseguir!

Paula: Amanhã! Finalmente vamos sair dessa vida de hospital.

Paola: Nem da pra acreditar...

Sensação indescritível! Depois de três meses na UTI, incubadora, cirugia, dreno e outras milhões e fases, estamos indo embora e o meu bebê vai sair pela porta da frente! Bem, e vivo. Deus é perfeito!

Eu orei tanto, tanto. Batia o joelho no chão todos os dias. Pedia a Deus que desse uma chance pra nós, que o meu filho tivesse o prazer de conhecer o mundo, e prometi pra ele que cuidaria do neném e faria de tudo pra que ele soubesse que quem o salvou foi Deus!!!!

Se meu filho tá vivo, é graças a Ele pois ninguém acreditou! Todo mundo achou que o meu filho não sobreviveria. E olha aí???? Olha como as coisas estão???

Olho pra ele, sorrindo pra mim e só me vem vontade de chorar! As vezes parece até que estou sonhando. Meu menino é um guerreiro e veio pra mudar a minha vida e a minha forma de pensar e agir.

Paola: Olha filho... Roupinha que a mamãe comprou pra tu! — ele deu risada.— Mas você engordou tanto, que nem dá mais.

Tava tão boba de ver ele bem. Todo gordinho, nem parecia a criança que nasceu de mim... Ai, lembro logo da primeira vez que peguei ele no colo. Papo reto, fiquei com tanto medo naquele momento, tanta dó. Só queria trocar de lugar com ele, só isso!

Pequeno, frágil e bem magrinho. O garoto não pesava quase nada, sério mesmo. Até parecia que eu estava segurando um boneco de pano.

Vânia: É, tá enorme! Forte. Nosso menino guerreiro.

Paula: Sim, nosso milagre.

Fica todo mundo babando né? Minha vó, minha mãe... Até meu pai veio da Espanha pra conhecer o neto, e ajudou muito pagando todo nosso tratamento. Isso pra mim foi muito importante, já que nunca fui muito próxima dele.

Enfim, o meu baby já é muito amado e querido por todos. Bom, por todos que sabem da existência dele né? Pois nunca contei pra ninguém além da Suellen e da minha família mesmo. Fora isso, mantive em sigilo mais por uma questão de senso.

Queria que ele se recuperasse primeiro, para que depois eu pudesse contar as outras pessoas. No caso, alguns amigos mesmo.

Enfim, terminamos de arrumar tudo pois amanhã enfim, estaremos em casa! Isso é mais do que um sonho pra mim agora.

[...]

Dia seguinte.

Suellen; Pior que ele tá a cara do pai.

Encarei ela, puta. Que garota sem graça, pô. Pra que tocar no nome do infeliz??? Eu hein, sem necessidade nenhuma! Não entendi legal isso, papo reto mesmo.

Tem hora que ela dá de maluca, e cita o nome do infeliz do nada. Fala que ele ia gostar de sabe que é pai, que eu deveria contar e blá blá blá. Ai, me cansa! Já falei que não vou falar nada, eu hein.

Filho é meu, meu e pronto! Vou falar pra ele pra quê? Bofe tá preso, nem vai poder ver o garoto mesmo... E eu não vou deixar ele visitar nem a pau. Meu filho não vai passar por isso!

Sei que é errado eu pensar assim, mas olha tudo que eu passei? Esse estresse todo, foi por conta do sequestro da minha mãe e da prisão dele. Eu quase morri e meu filho também! Cara, não quero mais isso pra minha vida... Não mesmo!!!!

Suellen: Ué, eu mentir? Garoto cuspido o pai.

Paola: Garota, vai se fuder! — taquei o dedo do meio pra ela.— Você não presta!

Minha raiva é que ela está certa. O garoto é a cara dele, todinha! Isso não dá pra negar nem de longe... Não parece nem um pouco comigo, e é isso que me deixa bolada, com raiva e com muito ódio quando ela fala isso. Meu baby puxou ao genitor e se alguém da família dele visse eu nem sei. Por isso faço questão de ficar bem longe!

Queria que tudo fosse diferente? Queria! Mas não é minha culpa, eu não esperava estar grávida e não esperava ter o baby do jeito que eu tive. Então não é minha culpa ele não saber ainda. Só não tive tempo, nem cabeça pra isso.

Suellen: Tô falando sério! Conta logo. Melhor tu contar agora, do que ele descobrir depois.— encarei ela.— O bebê precisa saber que tem um pai!

Paola: Ellen, ele não precisa. Ele já tem a mim!

Suellen: Tú tá doida... Cara, é uma criança Paola. Como você consegue ser tão imatura? Tu tem vinte anos, cara. — falou serinho.— Eu tava deixando levar, por conta de tudo... Mas agora ele já tá em casa, vocês já estão bem. Então tá na hora de tu pensar nisso... O garoto tem um pai, um pai que não sabe da existência dele e que precisa saber. Você tem que contar!

Bufei, ignorando totalmente o que ela estava falando. Não queria nem um pouco pensar sobre isso agora, sabe???? Não mesmo! Passei por tanta coisa, tanta coisa que eu só quero um momento de paz e sossego. Só quero viver um pouco com meu bebê, sabe?

Estava terminando de ajeitar o quarto dele, enquanto ele dormia no berço e a bonita falava sem parar. Ai, chata!

Terminei de ajeitar as coisinhas e fui colocando os enfeites com o nome dele. Ai, ficou a coisa mais linda! Meu milagre, meu Valentin.

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Destino Implacável.Where stories live. Discover now