Coisas de Mestiço

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Seria tudo tão mais fácil se ele soubesse utilizar seu faro e audição, como seus pais, mas tudo era muito barulhento e os cheiros se misturavam em suas narinas. Harry não conseguia isolá-los, nem tampouco captar o cheiro fresco e gostoso de Elena, e, por não encontrá-la, ele acaba se convencendo que já havia partido.

Harry entra em seu carro e vai embora, esquecendo completamente da namorada e da conversa que deveria ter com ela.

― Ele tem namorada – cantarola uma menina logo atrás de Elena, assustando-a e retirando-a de sua preciosa observação.

― Eu sei que ele é comprometido.

― Então por que está o observando?

― Ele é meu primeiro amigo nesta escola, achei que conseguiria conversar com ele de novo.

― Sei... – Estreita os olhos, desconfiada. – Então tome cuidado, é muito fácil se apaixonar pelo Harry... Eu sou Catarina – apresenta-se, mudando de assunto e estendendo a mão.

Elena aperta a mão da garota ruiva e de cabelos cacheados. Ela tinha delicadas sardas espalhadas pelo nariz e abaixo dos olhos, e sorria como se tivesse descoberto a América, tornando-a simpática e amigável.

― Você é Elena, certo? Ainda não tivemos nenhuma aula em comum, mas assim que cairmos na mesma sala, prometo não deixá-la sozinha. – Sorri. – Eu sei como é horrível ser a caloura.

― Obrigada!

Com uma nova amiga feita, Elena retorna para casa bem mais relaxada do que quando saíra, desejando que o segundo dia de aula fosse melhor que o primeiro...

Um tempo depois, Harry entrava em casa sorridente. Lucian ainda estava afastado do serviço e, por isso, encarava o garoto juntamente a Leah, ambos com cara de "que bicho o picou?".

― Vocês não vão acreditar no que aconteceu hoje!

― Ganhou na loteria? – chuta Lucian.

― Não pai, entrou uma garota nova na escola.

― E? – pergunta Lucian não entendendo o porquê de tanta empolgação.

― Como assim "e"? Esta é a novidade... Pai você precisava vê-la – narra, começando a andar de um lado a outro, gesticulando –, ela se chama Elena e se sentou atrás de mim na aula de História, o professor me deu a função de ajudá-la na tarefa, porque foi por minha causa que ela se perdeu na escola e chegou atrasada...

Harry não conseguia permanecer parado, e, tampouco, calado. Leah, que bebia um pouco de suco, fica a segurar o copo no ar, enquanto olhava para o garoto que falava como uma gralha. Ela faz menção de dizer algo, mas ele não deixava, e, quando finalmente se calou, ela soltou:

― Seria óbvio demais eu dizer que ele teve um imprinting?

― Como assim imprinting? – pergunta Harry seriamente. – Você quer dizer aquele treco que vocês tiverem? A tal magia de lobo? – O casal assente com a cabeça. – Isso é impossível, não senti nada do que a mamãe disse que sentiu... E eu tenho uma namorada, não posso ter um imprinting – finaliza, irritado e inconformado.

― E como ela é? – diz Lucian desconfiado.

― Ela é perfeita – responde sorridente, como se não tivesse se irritado alguns segundos antes. – Tem cabelos castanhos e ondulados, um corpo bem delineado, pele bonita e um cheiro muito bom... Sua voz é tão incrível como uma melodia e sua boca... – Pausa, tentando encontrar a descrição certa.

― Extremamente sexy e convidativa? – chuta o cherokee.

― Sim, isso mesmo – conclui o garoto sem pensar duas vezes.

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora