Bom ou Mau Dia?

1.7K 168 25
                                    

Desde a noite em que descobrira o segredo de Harry, Elena não dormia direito. Naquele fatídico ocaso, ela voltara para casa e ficara chocada com a destruição dos cômodos do andar de baixo, passando toda a madrugada em claro, primeiramente conversando com os pais e, mais tarde, enrolada até a cabeça por seu grosso cobertor, sentada em sua cama, com sua besta em mãos e encarando a porta da sacada a todo instante, com medo de que a lua cheia trouxesse o lobisomem de volta.

E depois que conversara com Harry, ela passou a perder o apetite e a ter estranhos sonhos com o garoto. No início sonhava com uma fera assassina desconhecida, da qual não conseguia ver a cor dos pelos, mas, depois, passou a sonhar que a fera desconhecida se transformava em Harry e que ele caminhava em sua direção, acariciava o seu rosto e sussurrava em seu ouvido o quando sentia sua falta...

Elena sentia um calafrio percorrer sua espinha. Podia sentir seu corpo quente e seu hálito refrescante como se tudo aquilo fosse real, porém, logo se lembrava de que aquilo estava errado, que era errado, afinal, ele era seu inimigo, não era? Fora isso que seus pais lhe ensinaram, ele era uma besta assassina... Não era?

Desde que descobrira sobre Harry ser um lobisomem, ela perdera peso, estava sempre cansada e tinha olheiras enormes em volta dos olhos, pelas muitas noites mal dormidas. Contudo, ela não era a única, pois em outro canto, na reserva de La Push, os dias também não foram fáceis para a família Clearwater, que sempre vigiava o sono de Harry, para que a imagem de Elena não viesse a assombrá-lo em sonhos, contando também com a ajuda de Charlie e de alguns membros do bando quileute, que o ajudavam a se distrair e o vigiavam durante o dia.

Muitos jovens achariam ruim serem vigiados a todo instante, mas Harry não ligava. Ele tinha medo do que poderia lhe acontecer, pois era o único a conhecer a aflição de ser sufocado e de assistir ao desespero daqueles que ama, quando nada podiam fazer para salvá-lo. Entretanto, mesmo com tanta vigilância e cuidado, o mestiço não pôde evitar pensar nela, e, por quatro vezes durante aquela semana, o imprinting tentou assassiná-lo...

― Harry, temos algo a lhe contar – começa Leah certa tarde.

― O quê? – pergunta sem muito interesse.

― Você vai ter um irmãozinho... – conta Lucian, abraçando a esposa pelas costas e alisando sua barriga ainda sem volume. – Ou irmãzinha, é claro – completa.

Harry levanta-se do sofá num salto, achando que aquilo fosse algum tipo de pegadinha, mas, a julgar pelos enormes sorrisos nos rostos de seus pais, ele logo percebe que era verdade. E, soltando um grito eufórico, ele ergue os braços e atira-se para cima de Leah e Lucian, os abraçando.

― Não acredito! Mãe você está grávida! – conclui abobalhado. – Como? – pergunta em sua inocência, ele realmente nunca esperou ganhar um irmão(ã).

― Como assim, como? Da única maneira possível, deixamos de usar preservativos – responde Lucian de maneira natural. – Já estamos tentando faz alguns dias, se é que me entende. – Dá uma piscada.

― Ah, pai! – Faz uma careta. – Por Deus, pare de falar essas coisas.

― Por quê? – pergunta Leah confusa.

― Vocês são... São... São puros! – Ergue as mãos como se aquilo fosse óbvio. – É estranho pra mim saber que meus pais têm uma vida sexual ativa! – Faz outra careta.

― E como você acha que nasceu, moleque? – diz Lucian, achando graça. – Do alface?

― Eu sei como eu nasci, mas isso tudo é muito estranho. Vamos mudar de assunto! E vocês, estão proibidos de falar de sexo comigo, ok? – Aponta o dedo como se desse ordens a duas crianças.

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora