Conquistando-a - Parte II

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Uma semana se passou desde o dia em que Harry surpreendera Elena no refeitório. Ele sabia que estava sendo ridículo e um covarde por fugir dela, porque, apesar de ter experiências com garotas, o medo dela odiá-lo e a simples ideia de rejeitá-lo o deixava estranhamente desesperado! E a culpa disso tudo? Era do imprinting, com certeza, pois por causa dele uma aproximação simples tornava-se um tudo ou nada, onde as únicas opções eram conquistá-la ou perdê-la para sempre, sem meio termo.

Bem que seus pais lhe disseram que seu imprinting se tornaria cada vez mais forte. Começou com o descontrole do beijo e aumentou gradativamente conforme os dias passavam. Ele já não conseguia parar de pensar nela, sonhava com Elena todas as noites, cada pedacinho de seu corpo implorava por uma mera aproximação, seus olhos queriam ver seu sorriso, seus ouvidos queriam ouvir sua voz melodiosa, seu olfato queria sentir o frescor de seu cheiro e sua boca ansiava por senti-la novamente.

Seu lobo interior venerava aquela linda garota!

Às vezes, Harry tentava ouvir o que ela conversava com as amigas e a observava de longe, tentando matar a saudade que já o estava sufocando. Por sorte, suas habilidades tinham melhorado consideravelmente depois de uma semana de treino e agora ele conseguia encontrar o objeto de seu amor em qualquer lugar, bastava se concentrar um pouco mais.

Contudo, estar na mesma sala que Elena em alguns períodos era uma tortura, pois sempre tinha de segurar a carteira com força, para que seu corpo não se movesse sozinho em direção a ela. A situação era insuportável e Harry não sabia até quando poderia aguentar. Ele só queria uma confirmação, pelo menos um sinal de que ela não o rejeitara em seu coração no dia em que a beijou...

Era segunda feira quando a sala finalmente teve um sossego. O professor de História faltara devido a uma forte gripe e não comunicara a escola, que acabou por deixar os alunos em aula vaga, por falta de substitutos.

Elena senta-se ao lado de Catarina, do lado de fora da escola, o tempo estava agradável e o Sol finalmente brilhava depois de uma semana de chuva. Um grupo de garotos aparece no campo de visão das meninas, alguns vestiam camisas de beisebol e, no meio deles, estava Harry, mais uniformizado do que os outros por assumir a posição de receptador.

― O que eles estão fazendo? – pergunta Elena curiosa.

― Treinando – explica Catarina. – Harry adora beisebol e seus melhores amigos também, sempre que conseguimos uma aula vaga eles se reúnem para um jogo.

― O que mais você sabe sobre ele? – pergunta depois de um minuto em silêncio.

― Sei muito pouco, ele é um mistério fora dessa escola e ninguém nunca foi convidado a visitar a reserva ou a sua casa, nem mesmo os seus amigos. Seus pais só aparecem em situações emergenciais, como quando Harry quebrou um vidro com a bola de beisebol... Já dentro da escola, eu sei o que todos sabem: ele gostava de sair com algumas meninas e até mesmo as veteranas caiam em seus encantos.

― Você já saiu com ele?

― Não. Logo que me mudei para cá, ele decidiu mudar e tornar-se o homem de uma mulher só. Torci muito para que fosse eu, mas Harry escolheu Daniele...

― E você gostava dele? – pergunta desconfiada, intimamente com medo da resposta.

― Não. – Elena suspira aliviada. – Apenas o achava atraente. Harry é diferente dos outros garotos, ele consegue fazê-la derreter somente com um olhar... Daria tudo para experimentar seu beijo. – Tomba a cabeça para trás, imaginando como seria bom ter seu desejo realizado.

― Eu também – sussurra para si mesma.

Elena observa a maneira engraçada com que a amiga falava de Harry, como se ele fosse algum tipo de fetiche ou algo assim, e, quando volta seu olhar para o grupo de rapazes, sente seu corpo estremecer ao perceber que Harry a estava observado descaradamente. É claro que ele estava ouvindo sua conversa desde o início, mas foi a mensagem final da menina que chamara sua atenção.

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora