O Fim é Apenas o Começo

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A noite estava sendo ainda mais tranquila do que a loba quileute esperava. Leah tinha ciência do quanto as atitudes de Nicolas irritavam o cherokee, mas estava feliz por Lucian ser forte e maduro o suficiente para manter o garoto longe de seus pensamentos e da mira de sua fera.

Durante vários momentos o lobisomem negro olhava-a com expectativa, como se esperasse pela sua transformação e, pacientemente, Leah balançava a cabeça em negativa, tentando explicar-lhe o que, com certeza, não compreenderia... Mulher e lobisomem caminhavam lado a lado pela floresta, situação esta que era bastante familiar à quileute, fazendo-a ficar com certo medo de ouvir aquele tão temido uivo que antecedera a queda e a captura de Lucian anos atrás.

Também andando pela floresta, estava o mestiço e a sua parceira albina. A fêmea era quem comandava o passeio naquele momento, sempre vasculhando e sendo guiada pela sua curiosidade, sua inexperiência poderia lhe custar à vida, mas, para sua sorte, o lobisomem cinzento estava sempre em seu encalço, com as orelhas sempre alertas e rosnando quando ela se afastava demais.

Harry era um bom lobisomem e não costumava se afastar muito do alfa-mor, contudo, aquela noite estava sendo uma exceção à regra. Ele estava bastante satisfeito por ter sua parceira ao seu lado e pouco se importava de que tinha um bando naquele momento... O barulho de água corrente logo chega aos ouvidos da fera branca, fazendo-a lamber os beiços instantaneamente, ela tinha sede e não hesitou em se aproximar das águas claras e frescas.

O mestiço corre atrás da fêmea soltando um rosnado irritado, não aprovando aquela atitude e fazendo-a se encolher. Ela o olha em obediência, como se esperasse sua permissão para saciar sua sede e, somente quando o lobisomem cinzento começa a beber daquela água, é que ela se atreve a fazer o mesmo. Lobisomens normais não costumavam obedecer aos seus alfas tão fielmente, porém, como a lobisomem branca havia sido criada por ele, estava afeiçoada a ele e por isso seria leal até seus últimos dias.

Com a sede devidamente saciada, era hora de retornar. Do outro lado daquelas águas estava o território Cullen e a lobisomem parecia realmente disposta a explorá-lo. Se realmente ousasse invadir, seria um caminho sem volta e certamente mais conflitos surgiriam, mas, como sempre, quem dava a ordem final era o mestiço e ele não parecia empolgado a fazer tal coisa.

Do outro lado da margem, escondido por entre as árvores estava o bando quileute, espreitando as duas feras e torcendo para que eles não avançassem mais. Há muito os lobos não precisavam vigiar as transformações dos Filhos da Lua, contudo, com a presença dos Cullens, eles eram obrigados a voltar à ativa e sentir de novo o receio de enfrentá-los.

Harry possuía o mesmo porte alfa de Lucian, apesar de ser um pouco mais baixo. Seu peito estufado exalava poder e superioridade, e seu rosto trazia aos quileutes o mesmo medo que o pai lhes trouxera quando aparecera pela primeira vez em La Push. Mas, por sorte, aquela não fora uma noite de confusões, para o alívio de todos.

Quando o Sol começa a raiar, os lupinos uivam para o céu em despedida e logo deixam suas formas serem levadas pelo vento, restando apenas os corpos humanos e exaustos. Harry deixa seu corpo ir ao chão sentindo a frieza da terra sob suas costas, cansado o bastante para dormir ali mesmo na floresta, mesmo sabendo que precisava procurar por Elena.

― Elena – sussurra ele, forçando seu corpo a se levantar.

A lobisomem branca estava ali perto, atordoada e confusa, andando de um lado a outro como se procurasse um lugar para se esconder. Ela podia sentir a consciência de Elena ganhando força novamente e tentando assumir o controle, mas ela não queria partir, não queria ficar 'presa' novamente. Seu rosto irracional lembrava muito o de Doritos, quando fora abandonado na estrada, porém, aquela não era a mesma situação e a lobisomem branca não precisava realmente temer.

Leah 2Where stories live. Discover now