Mais Poderoso do que Esperávamos!

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Harry retornava para La Push tranquilamente, quando os faróis de seu carro o alertam de que havia algo na pista. A noite já começava a cair, o lobo não conseguia identificar corretamente o que obstruía seu caminho e, parando o veículo, desce para averiguar.

Ele se aproxima de maneira descuidada da bola de pelos encolhida na estrada, fazendo o pequeno bolo erguer a cabeça rapidamente, ao se dar conta de sua aproximação, revelando se tratar de um cachorro. Era fácil para ele se afeiçoar aos caninos, ainda mais depois que se transformara numa "espécie de cão" – um pouco grande, feroz e de força colossal, mas um cão.

O cachorro parecia ter sido abandonado a pouco tempo. Era sadio e bonito, mas, no momento, tremia com o frio, e a julgar pelo local onde estava, Harry pôde perceber que o animal aguardava que seus donos retornassem e o levassem para casa... Ele se aproxima da bola de pelos branca e encardida, estendendo a mão para tocá-lo e levando uma mordida como resposta.

― Ai – pragueja. – Calma garoto, só quero ajudar.

Ele tenta outra aproximação, contudo, o cachorro não parecia querer colaborar e começa a latir sem parar. Por um instante, Harry pensa em desistir, mas a chuva que começara a cair em seguida o fizera insistir um pouco mais, afinal, uma vida é uma vida, e não merecia ser abandonada daquela forma.

O mestiço senta-se à frente do animal e curva o tronco em sua direção, recebendo rosnados furiosos como retorno, mas conseguindo manter um contato visual seguro com o canino.

― Acalme-se, eu não vou te machucar – pede baixinho, mas sem resultado.

Harry fecha os olhos e respira profundamente, pensando em outra estratégia, e, quando abre os olhos novamente, mal percebe que sua íris dourada cintilava em seu rosto.

― Eu sou como você! – O cão se cala subitamente. – Também sou uma espécie de... Cachorro grande. – Ri internamente com a piada. – Não vou te machucar... Seus donos não vão voltar, mas se você quiser, posso cuidar de você agora!

Ele se achava um tanto ridículo naquele momento, por falar com um animal irracional como se ele realmente pudesse entendê-lo. Porém, surpreendeu-se quando o cachorro se levantou, tremendo com o frio, e deitou-se sobre suas pernas, como se aceitasse a sua ajuda. Harry sorri, ele era um bom cãozinho afinal. E, depois de colocá-lo no carro, ele o leva para casa, onde tentaria convencer seus pais a aceitarem seu novo animal de estimação.

Um tempo depois de Harry ter chegado em casa e se acomodado na sala, Lucian, que estava no quarto, estranha os ruídos e falas desconexas que ouvia do outro cômodo, e decide verificar.

― De onde veio isso? – Aponta para o cachorro espantado.

― Eu o achei na estrada, estava abandonado... Posso ficar com ele? – Sorri forçadamente, tentando convencê-lo.

― Ah, droga, tem um cachorro na minha sala – Assusta-se Leah, ao seguir o marido e ver o animal, recebendo alguns latidos em troca. – Essas são as minhas toalhas? – Repara nos tecidos que envolviam o animal.

― Eu o achei na estrada, mãe, estava com frio e molhado... Posso ficar com ele? Por favor... – cantarola de maneira manhosa.

― Nem pensar, ele é feio, fedido, estranho e está usando as minhas toalhas – rebate.

― Eu posso cuidar disso, o deixarei limpo sempre e lavarei suas toalhas. Ele é adestrado e não causará tantos problemas.

― E que nome pretende dar a essa coisa? – pergunta Lucian.

― Não é coisa, é um cachorro... O nome dele será Doritos.

― Isso não é o nome de uma guloseima?

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora