Não Consigo Ficar Longe de Você

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Elena senta-se cuidadosamente, gemendo ao sentir a perna doer e formigar. Sua mão toca a coxa dolorida no mesmo instante, a bala estava alojada em sua perna por horas e ela mal conseguia imaginar o que poderia resultar disso tudo.

O lobisomem solta um ganido ansioso e prende seus olhos naquilo que fazia sua companheira sofrer, ele sabia que havia algo ali, devido ao sangue, e se aproxima para farejar o problema. O sangue já não mexia com seus instintos de predador, visto que era seu imprinting ali, por isso, fera empurra o tronco de Elena com o focinho, fazendo-a cair para o lado e a perna machucada ficar mais exposta. Sua maneira de agir podia ser bruta e neandertal, mas sua mente irracional não conseguia encontrar outra forma de ajudá-la, sem usar as garras.

A caçadora faz menção de se levantar, mas os rosnados em forma de protestos a fizeram estremecer e ficar estática. Seu corpo, outrora esquentado por Harry, sentia frio novamente, mas o lupino parecia focado apenas em sua perna ferida.

Apenas seguindo seus instintos, ele tenta curá-la através de sua lambida, porém, o tecido da calça jeans impedia a saliva de fazer seu trabalho, fazendo a ansiedade do lobisomem aumentar. Ele raspa as garras levemente sobre o jeans, numa tentativa frustrada de retirá-lo dali, mas o tecido não queria colaborar com o desejo irracional do mestiço.

― Não é assim que se rasga uma calça, Harry – diz uma voz feminina, fazendo o lobisomem soltar um ganido baixo.

― Leah? – pergunta Elena, levantando levemente a cabeça e ouvindo outro rosnado.

― Vim apenas por ele!

Leah estava ali o tempo todo, escondida entre as árvores, ouvindo a conversa do casal. Em seu coração ainda havia a revolta pelo que Elena havia feito com ele, mas sabia que teria de aceitá-la novamente, já que o filho a havia recebido de volta. Lucian também acompanhara os acontecimentos, enquanto na forma humana, mas sua experiência como filho da lua o ensinou a não guardar ressentimentos, e, por isso, estava mais propenso a aceitá-la em sua família novamente. E, antes de se transformar, pediu à esposa que os deixasse se reconciliarem.

― Preciso rasgar sua calça, ou ele não vai deixá-la levantar. – explica, se aproximando e agachando-se ao lado de Elena. – Lobisomens podem curar ferimentos através da saliva.

Um rosnado escapa do lobisomem cinzento de repente, alertando a aproximação da fera de Lucian. Leah sabia que o instinto protetor do filho não queria a aproximação de outro macho perto de sua companheira e, por isso, teve de mandá-lo ficar onde estava, arrependendo-se em seguida, pois o lobisomem apaixonado a olhava tristemente, não entendendo o motivo de não poder se aproximar.

― Vamos andar logo com isso! Apenas deixe-o fazer o que ele quer, prometo que ficará bem.

Leah toca a região machucada levemente tentando apanhar o tecido da calça, que estava colada ao corpo devido ao sangue, e, quando consegue, o rasga de uma só vez, deixando a coxa de Elena exposta. O lobisomem cinzento se ajoelha ao lado da humana, sem esperar pela saída da quileute, não sabendo analisar se o ferimento estava infeccionado, se era grave ou o quanto de sangue Elena havia perdido, fazendo apenas o que seus instintos o mandavam fazer.

O lobisomem lambe o ferimento três vezes, retirando a mancha de sangue e permitindo que a humana sentisse a perna melecada pela saliva.

― Isso é nojento – sussurra.

― Eu sei. – Ri Leah.

Elena sente uma pontada dentro de sua ferida, não conseguindo segurar um gemido, pois podia sentir a bala se movendo dentro de seu corpo, como se alguém estivesse a retirá-la. A saliva estava fazendo com que seu próprio corpo expelisse a bala, ao mesmo tempo em que o curava. E em questão de minutos, tudo havia desaparecido.

Leah 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora