Oops! Această imagine nu respectă Ghidul de Conținut. Pentru a continua publicarea, te rugăm să înlături imaginea sau să încarci o altă imagine.
• Lisa •
"Roubei sua carteira, mas você roubou meu coração"
Em todo a minha miserável sempre fui mantida em cativeiro, em uma prisão. Era assim que me sentia na minha própria casa, eu sou humilhada pelo homem que deveria me amar incondicionalmente, que deveria dar exemplo de um verdadeiro homem do lar, afinal, é isso que um pai faz, não é mesmo? Infelizmente não sei o que é isso, porque nunca tive amor, carinho, atenção. Sou controlada a todo tempo, nem mesmo consigo usar minhas próprias roupas sem ser julgada, não posso andar pela minha própria casa, não consigo comer da minha própria comida.
Por um brevê instante da minha infância eu achei que o problema era meu pai, mas aí cheguei na minha adolescência, agora na maior idade, e percebo que o problema está em mim, sempre esteve em mim, pois minhas irmãs mais velhas, Susie e Jenna, sempre foram tratadas como princesas. Comecei a reparar como eu era tratada com indiferença por todos a minha volta. Então um dia eu soube o motivo da revolta, a morte da minha mãe era o motivo. Ela morreu por minha causa, no parto, porém tinha mais motivos. Meu pai me odeia pois ele estava esperando um menino, o homem que honraria a família, mas aí veio a Elisa, eu mesma.
Primeiro foram as indiferença, até então eu não ligava tanto, mas então, veio as humilhações, ameças e depois ações. Eu odeio meu pai, desde a primeira vez que ele ousou levantar a mão para mim, e eu odeio minhas irmãs por não fazerem nada sobre isso. Susie e Jenna foram criadas para ser uma boa esposa, meu pai praticamente as vendem, mandam ela usar roupas que destacam suas curvas e que deixam suas pernas nuas. Claro. O que ele não faria para conseguir dinheiro para pagar suas dúvidas.
Carlos acha que ninguém sabe que nos mudamos para um fim de mundo porque ele estava devendo para gente grade, pessoas que o matariam em um estalar de dedos, e que só não mataram-lhe ainda por pena de nós, suas três filhas. Ele já anunciou que tem um homem a procura de uma esposa e que estaria disposto a pagar todas suas dúvidas por uma de nós. Quero dizer, de uma de minhas irmãs. Meu pai deixou bem claro que nunca entregaria algo quebrado, inútil, para trazer mais vergonha a ele. Então isso significa que não estou a venda. Dou graças aos céus.
Eu tenho apenas dezenove anos, sou jovem, porém não vivo como uma. Até eu decidir ligar o foda-se. Já que sou a vergonha da família, a ovelha negra, então é isso que vou ser, irei dar um motivo para eles se envergonhar de mim. Nunca tive nada na minha vida, porque segundo meu pai, estamos sem dinheiro, e estou muito afim de sair dessa maldita casa e viver a minha vida. Estaria fazendo um favor para todos. Então descobri uma nova habilidade, além de tocar piano e violino, tenho as mãos leves, consigo pegar qualquer coisa sem ser notada.
Quando tem algum evento na cidade e quando somos convidados, coisa que é bem rara de acontecer, eu aproveito a vulnerabilidade e a inocência das pessoas para poder roubar suas carteiras gordas de dinheiro. Venho juntando tudo o que consegui pegar já tem um bom tempo e quando consegui o suficiente para comprar uma boa casa e conseguir me sustentar até eu arrumar um trabalho, eu saio de onde não sou bem vinda.
Hoje iremos a uma inauguração de um restaurante - que a propósito já ouvi falar muito sobre - meu pai diz que é importante nossa presença, até mesmo eu, mas é claro que eu deveria seguir suas exigências, nada de roupa curta, decotada ou muito sexy, nada que chame mais atenção que minhas irmãs, se possível algo que cobrisse meus braços para ninguém ver as marcas de agressão que ele deixava em mim, apesar de não gostar eu concordei. Essa era uma oportunidade perfeita para conseguir mais carteiras, ainda mais, porque esse restaurante é elegante e chique, e provavelmente está cheio de burgueses.
