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• Hacker •
"Baby roube-me mais uma vez e eu serei obrigado a robar outra coisa de você"
Cada um foi com carros diferentes até o aeroporto, onde tinha um jatinho nos esperando. Kio e Judith foram no meu Audi R8 vermelho, Nick e Aurora foram em um carro que alugaram aqui em Birmingham, eu e Lisa fomos no meu Ranger preto, meu motorista nos levou.
- Só queria saber quantos carros você tem. - Lisa fala enquanto estamos no caminho para o aeroporto. - Mais de um carro é exagero.
- É um para cada dia.
Olho para ela que está com uma sobrancelha erguida, como se o que eu acabei de falar fosse a coisa mais idiota do mundo.
- Estou brincando é claro. - Digo. - Não tenho tantos carros assim.
- Hum. - Ela dúvida.
- Só cinco.
- Só isso? O céus! - Ela debocha. - Alguém precisa te dar mais carros de presente então. Cinco carros é tão pouco. - Ela diz sarcasticamente.
- Gosto de carros esportivos, apenas isso. - Dou de ombros.
- Os carros são para suprir algo? - Olho para ela com os olhos estreitos, tentando entender se a pergunta dela foi séria ou ela só está tirando uma com a minha cara. - Seu silêncio responde a minha pergunta. - Ignoro o que ela falou.
- Espero que tenha carteira ou pelo menos saiba dirigir. Alguma hora você pode precisar.
- Como por exemplo...? Fugir de homens de preto querendo acabar com a minha vida, porque sou a mulher do inimigo deles? - Ela diz com cara de tédio.
- Tipo isso... Ou simplesmente quando você precisar comprar algo. - Tento ser menos exagerado que ela.
- Eu tenho carteira. - Ela responde. - Fiz escondida.
- O que mais você fez escondido do seu pai? - Perguntei. Ela desvia o olhar colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Preciso mesmo falar?
- Não me diga que você... - Franzi o cenho quando entendi aquele olhar de quem aprontou.
As aparências enganam. Enganam para um caralho. Não estou acreditando que a Lisa que usava roupas de freira e tem rosto de menina meiga, inocente e o comportamento de uma submissa, é a mesma com quem estou conversando agora.
- Não me julgue. - Olho para ela com julgamento.
- Foi com quantos anos? - Perguntei curioso.
- Dezessete. - Ela respondeu.
- E aonde foi isso?
- No banheiro de uma festa. - Ela me olha estranho e percebe que está respondendo perguntas de mais. - Olha, não entendo porque estamos tendo essa conversa na frente do seu motorista.
- Ele é pago para ficar surdo e mudo quando é conveniente.
- É estranho falar sobre como perdi a minha virgindade com meu esposo.
- Acredito, é tão estranho para mim quanto é para você. Sinceramente, acho que casei com a Lisa errada. Você não era assim quando te conheci.
- Bom, você me comprou, é bem óbvio que eu agisse de forma submissa perto de você.
- Não pense por esse lado. Te tirei do inferno, se quiser te coloco nele de novo.
- Sou um carro para você? "Vamos fazer o teste drive, se eu não gostar devolvo".
- Você que começou.
Ela não diz nada, apenas cruza seus braços e olha para janela. Acredito que nesse momento ela esteja me xingando mentalmente. Depois que chegamos, guardamos nossas bagagens no jatinho. Lisa ficou de boca aberta ao ver o avião tão perto de nós, parece que ela nunca viu um na sua vida.
- Fecha a boca se não vai estrar mosquito. - Digo parando ao seu lado enquanto ela encara o grade jatinho.
- É grande. - Ela admite.
- Você andará nele muitas vezes.
- Ele é seu?
- Sim.
- Por que não estou tão surpresa. O que mais você tem para mostrar para mim? Você vai tirar um helicóptero de estimação do seu bolso?
Não gosto que as pessoas sejam irônicas comigo, mas ultimamente Lisa tem feito isso com grande frequência. Então vou retribuir com a mesma moeda.
- Oh Princesa, não seja tola. - Digo tocando suas costas para que ela possa andar até o jatinho. - Meu helicóptero de estimação está na garagem.
Assim que cada um se acomodou em seus lugares, partimos em direção a Los Angeles, em poucas horas estaríamos lá. Cada casal sentaram juntos, então para que nenhum dos dois ficassem sozinhos, me sentei ao lado da minha noiva, que agora é minha esposa. Ela não pareceu querer conversar muito, então ficamos em silêncio.
- É impressão minha ou aqui está mais frio? - Ela passa a mão nos braços.
- Frio? - Franzo o cenho.
- Acho que não estou acostumada.
- Estou vendo. Parece nervosa, você tem medo de altura? - Perguntei.
- Eu não tinha. Mas agora... Puta merda. A vista é linda daqui de cima pelo menos.
- Nossas malas já estão guardadas, mas para tua sorte eu nunca ando sem meu terno. - Retiro o mesmo que estava pendurado na minha poltrona e lhe dou para que ela possa vestir.
- Obrigada. - Ela o coloca. - Ficou o dobro do meu tamanho. - Diz ela erguendo os braços e mostrando o quanto sobrou do meu terno. - O que é isso, o jaleco de um gigante?
- Não tenho culpa se você parece um toco de amarrar bode. - Digo com um sorriso de lado.
- Ou! - Ela fica indignada. - Você é tão comediante. Haha. - Ela finge rir.
- Obrigado. Eu sei. - Sorrio convencido, ela revira os olhos.
- Aliás querido, acho que você deixou cair isso. - Ela balança meu celular na frente do meu rosto. Pego-o sem demonstrar nenhuma expressão. Lisa com seus truques de mágico de Chernobyl.
Eu sabia que ela tentaria alguma gracinha, senti quando ela arrancou o celular do meu bolso enquanto conversávamos sobre sexo dentro do carro.
- E você perdeu isso aqui, Princesa. - Tiro sua pulseira do bolso do meu terno e seguro-a na frente do seu rosto. Ela fica incrédula.
- Como? Achei que não tinha reparado.
- Oh Princesa, você precisa melhorar suas táticas. Recomendo um treino, se quiser te dou umas aulas de como roubar um Capo sem que seja pega e do nada apareça morta sem suas mãos delicadas. - Digo colocando a pulseira novamente em seu pulso.
- Eu acho essa ameaça bem romântica. Claro que aceito querido. - Diz ela com um sorriso falso.
Alguns minutos depois e Lisa já estava dormindo como um anjo, assim como todos os outros. Apenas eu fiquei acordado, nunca consegui dormir em aviões ou carros. Já aconteceu várias vezes de eu estar tranquilo em meu carro depois de um longo dia e tentarem me atacar. Mas assim que assumi o cargo de Capo, isso nunca mais aconteceu, por enquanto. Aposto que tentarão contra a vida de Lisa, por isso vou redobrar sua segurança.
Vejo que ela quase caí da poltrona enquanto dorme, a poltrona era confortável mas não apropriada para dormir. Então encostei sua cabeça com muito cuidado em meu ombro para que ela ficasse mais confortável.
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