𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖐𝖔 26

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• Lisa •

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• Lisa •

"Você é bipolar, arrogante e muito irritante, mas continua sendo um gato"

O ódio que eu está dentro de mim alguma hora irá explodir. Nunca fiquei com tanta raiva como estou agora de Hacker. Que idiota, imbecil, babaca, maldito! Ele me fez correr como uma desgraça, levou apenas uma garrafa de água e ainda me fez dividir com ele, depois me fez competir e, eu boba e inocente, achei que venceria. Mas é uma lesada mesmo. Eu sou tão burra.

Maldito seja aquele galho que estava na minha frente! Hacker em vez de me ajudar, como uma pessoa descente faria, não, ele ficou rindo da minha cara, como se eu fosse uma palhaça, e aquela situação fosse algum tipo de espetáculo. Voltei para casa mancando. Maldito seja Hacker!

O que me fez diminuir minha raiva por ele, foi que me ajudou a subir as escadas até chegar no quarto. Pelo menos ele teve o senso e um pouco de decência. Fui direto para o banheiro tomar um banho, eu suei tanto que minha pele estava grudando e eu sentia um odor tão forte vindo de mim, que faria qualquer um desmaiar. Só deus sabe o quanto eu precisava de um banho.

Enquanto me lavava sentir uma ardência na minha mão e nos meus joelhos. Merda! Meu dia não podia ficar melhor. Obrigada universo. Nem tinha percebido que machuquei já que eu estava de calça legging. Tudo culpa daquele babaca, o que custava você ter ficado na sua cama, Lisa? Para que você levantou seis da manhã? Porque eu sou otária!

Coloquei um vestido vermelho, de gola alta e manga curta, que para mim, parecia ser uma ótima opção para passar um dia de quinta-feira. Eu imaginei que já teriam retirado a mesa do café, então fui direto para cozinha preparar qualquer coisa comestível. Chego lá e encontro Hacker, mechendo nas panelas. Ele olhou para trás vendo que eu estava me aproximando, eu revirei os olhos para ele. Vejo de perto a sua tatuagem nas costas, como ele havia comentado comigo, um anjo grande com uma asa quebrada. Era lindo, mas fiquei me perguntando o que aquilo significava.

- A casa começou a ficar pequena. Te encontro em todo canto que vou. - Digo me sentando na cadeira de frente para o balcão e para Hacker.

- Deve ser porque a casa é minha, não é mesmo? - Ele diz simplesmente.

- Posso voltar outra hora. - Digo me levantando da cadeira.

- Foi mal. Senta aí, estou fazendo panqueca. - Volto a me sentar.

- Hum. Onde está sua cozinheira? Achei que precisasse de pessoas para tudo. - Olho com deboche.

- Quase tudo. - Ele balança a frigideira para virar a panqueca. - E eu dei folga para ela.

- Alguém limpa sua bunda também? - Ele me olhou na mesma hora com o maxilar travado, dou um sorriso sínico.

- Não vou responder essa pergunta como se deve, senão você vai ficar bravinha. - Ele volta sua atenção para as panquecas.

- Onde está Judith e Kio?

- Fazendo compras. Para o bebê.

- Vai demorar muito essa panqueca? - Pergunto impaciente.

- Se estiver com pressa é só vir aqui e fazer, Princesa.

- Grosso. - Reviro os olhos.

Ele coloca a última panqueca no prato e depois em cima do balcão, Hacker vai até um armário e pega calda de caramelo para jogar em cima das delícias que estavam na minha frente e dois copos. Depois ele vai até a geladeira e uma jarra de suco e me serve.

- Sei que você perdeu, mas está aqui a limonada. - Diz ele.

- Eu cai por culpa sua. - Jogo na cara.

- Você me chamou de babaca e idiota.

- Eu vim mancando.

- Mas eu te ajudei. Você me deve mais, Princesa. Não adianta.

- Eu me machuquei, por uma maldita brincadeira sua. Então... Eu mereço essa limonada e as panquecas também. - Puxo o copo da sua mão e bebo. Depois pego uma panqueca.

- Onde se machucou? - Ele perguntou.

- Meus joelhos e minhas mãos. - Digo com a boca cheia de panqueca.

- Deixa eu ver. - Hacker sai de trás do balcão e vem até mim. Ele gira a cadeira para que ficasse de frente para ele. Isso foi um pouco inesperado para mim. - Por que não falou antes que tinha se machucado?

- Ah desculpa, deve ser porque você estava muito ocupado. Rindo da minha cara de otária. - Forço um sorriso. Ele olha para mim com uma expressão de culpa. Parecia mesmo que ele estava preocupado. - Relaxa, isso aqui não é nada para mim.

Estou acostumada com dores e machucados piores.

- Não está tão feio, mas é bom passar algo para não inflamar. - É estranho ver ele olhando para minhas pernas, que no momento estão a mostra por causa do vestido curto. - Me dê suas mãos. - Ele manda.

Mesmo não gostando do seu tom de mandão, obedeço e estendo a palma de minhas mãos, ele as pega com delicadeza e começa analisar como se fosse um médico capacitado.

- Uma pomada e já resolve. - Ele diz e se afasta.

Enquanto ele da as costas para mim, observo novamente sua tatuagem de anjo com uma asa quebrada.

- O que a asa quebrada significa? - Perguntei simplesmente. Ele se sentou a minha frente sem me encarar, pegou um pouco de suco e uma panqueca. Por um momento achei que ele me ignoraria.

- Não é da sua conta. - Era mais fácil ter me ignorado do que ter sido ignorante.

- Você é bem bipolar sabia? Uma hora você está legal, e na outra, um cuzão de merda.

- Você faz muitas perguntas. Eu não gosto de perguntas.

- Tudo bem, não digo mais nada então. - Enfio uma panqueca na boca.

- Ótimo. - Ele diz bebendo o suco e me encarando ao mesmo tempo.

- Ótimo. - faço o mesmo.

Comemos em silêncio profundo. Hacker não pareceu se incomodar, muito menos eu, assim que acabei meu café, recolhi a louça suja do balcão e coloquei na pia, eu mesma as lavei. Já que não tinha ninguém para fazer isso, e eu não queria que a cozinheira voltasse de folga e encontrasse uma montanha de louça na pia.

- Sabe que tem uma lava louça aqui, não é? - Ele diz colocando o copo e seu prato no utensílio doméstico.

- Eu vi, mas não gosto de usar. Pra mim esse negócio não limpa direito. - A verdade é que eu acho que lava louça é objeto de preguiçoso, mas não preciso expressar esse pensamento.

- Você não precisa fazer isso.

- Eu não me importo. - digo.

- Eu pago pessoas para fazer esse serviço. - Ele diz se afastando.

- Arrogante. - Sussurrei.

- O que disse? - Ele perguntou virando na minha direção.

- Nada, pensei alto. - Hacker ia sair do cômodo, mas eu queria pedir algo para ele, que já deveria ter pedido a algum tempo. - Hacker, queria saber se posso usar a cozinha quando eu quiser fazer alguma receita diferente.

- Não me peça permissão. Mi casa, tu casa. - Ele diz. Assinto dando um pequeno sorriso.

 𝓥𝓮𝓷𝓭𝓲𝓭𝓪 𝓐𝓸 𝓒𝓪𝓹𝓸     ✞༒𝖁𝖎𝖓𝖓𝖎𝖊 𝖍𝖆𝖈𝖐𝖊𝖗༒✞Where stories live. Discover now