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• Lisa •
Céus, não pode ser. Ele está diante de meus olhos, está bem na minha frente. É ele. É ele mesmo. Eu paraliso no mesmo lugar, meu coração parece que vai sair pela boca de tão forte que está batendo. Hacker está aqui. Não posso acreditar que seja ele mesmo.
Seu cabelo está grande e sua barba estão grandes, parece que faz um tempo que não corta, seus olhos estão com olheiras, ele deve ter dormido muito mal, ou não dormiu. Meu deus, ele está horrível. Mas ainda sim continua sendo o Hacker, mesmo com uma péssima aparência eu o reconheceria em qualquer lugar.
Seus olhos estão focados em mim, como se também não acreditasse que fosse eu. Isso só pode ser um sonho. Com tantos lugares no mundo para ele ir, como ele pode estar aqui, justo aqui?
Sinto muitas borboletas na barriga, como uma adolescente apaixonada. Não importa quanto tempo tenha passado, quantos meses eu tenha ficado longe, ou o quanto me machucou, eu ainda sou uma adolescente apaixonada por ele. Não houve um dia sequer que eu não tenha pensado nele.
Minhas pernas ficam bambas como dá primeira vez que o beijei, minhas mãos tremem tanto que não consigo segurar o copo de suco, ele acaba caindo e estrassalhando no chão, isso me faz sair do transe. Tento baixar para pegar os cacos que se formaram, mas rapidamente um dos garçons vem correndo.
- Não senhora, deixa que eu pego isso. - Rapidamente outro garçom vem com uma vassoura e uma pá para ajudar.
- O copo acabou escorrendo na minha mão, foi um distração, desculpa meninos. - Sinto o dever de me desculpar por dar trabalho a eles.
- Não tem problema. - Um deles diz.
- O que aconteceu aqui? - Meu pai aparece, com uma cara preocupada assim que me vê.
- Eu derrubei um copo. - Respondo.
- Está tudo bem? - Ele pergunta.
- Está sim. - Digo com um sorriso nervoso.
- Eu disse para tomar cuidado, principessa. Dá próxima vez peça ajuda para algum garçom, querida. - Ele beija minha cabeça depois volta para dentro do restaurante.
Pego Hacker o encarando, ele volta a olhar para mim, depois para minha barriga. Não sei o que fazer, nem o que falar, não sei como reagir. Eu falo com ele ou finjo que nada aconteceu? Ele vai vir falar comigo, eu sei que vai.
É... Ele está vindo na minha direção, tudo que eu penso é fugir. Viro minhas costas para entrar no restaurante.
- Espera... - Ele chama. - Por favor espera, Princesa.
Meu deus... Acho que não vou aguentar.
- Não me chama assim. - Engulo o choro e digo com todo o orgulho que tem dentro de mim.
- Vamos conversar.
- Não tenho nada para falar com você. - Viro para sair de perto dele, mas ele segura meus braços.
- Não mesmo? - Ele olha para minha barriga e depois para mim.
Nossos olhos se encontram novamente, ficamos alguns longos segundos nos olhando profundamente. Como eu senti saudade desses olhos azuis. Desses lindo olhos de oceano.
