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• Hacker •
"Irmãozinho, eu tenho o controle desse jogo"
- O que? - Diz Kio incrédulo. - Como assim você vai se casar? - Ele fez uma careta.
- É isso mesmo que você ouviu. - Digo enquanto me balanço na minha cadeira em meu escritório.
- Tá brincando com a minha cara, não é? Muito engraçado Hacker. - Ele ri.
- Não estou brincando. - Digo sério.
O sorriso de Kio desaparece, ele fica sério e me encara. Dizer a ele que vou me casar era meu dever, ele é meu braço direito nos negócio, mas acima disso, é meu irmão. Ele ainda me encara confuso, então decide se sentar na cadeira à minha frente. Ele estreita os olhos para mim, tentando ender o que estou planejando.
- Você? Se casar? Ok. Isso é um pouco difícil de acreditar. - Ele levanta as sobrancelhas.
- Saindo assim da sua boca até parece que é uma coisa impossível de acontecer. Por que é tão estranho. - Perguntei.
- Por que é de você que estamos falando, Hacker. Você não tem nem uma foda fixa.
- Eu tenho essa tendência de surpreender as pessoas. - Digo.
- Você se apaixonou?
- Óbvio, pelo contrário não me casaria.
- Com quem irá se casar, já que nunca ouvi você falar de nenhuma mulher? - Kio perguntou.
- Lisa Ross. - Kio soltou um riso.
- Entendi. - Ele sorriu e balançou a cabeça. - Qual é seu jogo com essa garota?
- Não tem jogo nenhum. - Dou de ombros.
- Patético você tentando mentir para mim, sou seu irmão, não se lembra?
Impossível tentar esconder algo do meu irmão, ele me conhece como a palma da mão dele, assim como eu o conheço.
- Você não quer que eu me case, é isso? - Perguntei.
- Sou totalmente a favor do casamento, eu sou casado com a mulher mais gostosa que existe, eu estou no céu. Mas você e casamento são como água e óleo, não se misturam. Olha logo com quem você irá se casar. Eu sou seu consigliere e seu irmão, não esconda as coisas de mim, Hacker. - Ele olha sério.
- Por isso estou te avisando que vou me casar, Kio. - Arqueio uma sobrancelha.
- Você quer mesmo que eu acredite que essa porra de casamento não tem haver com o que aconteceu anos atrás. Voltou a procurar vingança?
Minha expressão era neutra, mas me irrito quando Kio toca no assunto. As vezes não consigo me controlar quando o assunto é meu passado sombrio, me perco, e só meu irmão consegue abrir meus olhos.
- Eu nunca parei de procurar. Carlos é o culpado, eu quero que ele se ajoelhe no próprio sangue.
- Como consigliere digo que essa sua decisão poderá afetar nossos negócios. O que nossos aliados dirão?
- Não me importo com a opinião deles.
- Continue assim Hacker e verá onde irá parar. Sou seu irmão sempre vou te apoiar em todas suas decisões, sabe disso. Eu andaria no fogo por você. Mas é burrice colocar em jogo nossos negócios por uma vingança.
- Carlos é responsável por muita coisa, não vou ter paz se não o ver acabado.
- Então você vai usar alguém que não tem nada ver com a história para começar sua vingança?
- Desde quando você se importa com honra, Kio? Até poucas semanas você queria mata-la, porque se importa? - Aproximo meu rosto ao seu.
- Essa são duas situações diferentes. Eu só não quero que você se perca.
- Está falando isso como meu irmão ou como meu consigliere? - Falo grosso.
- Os dois. - Ele responde.
- Muito obrigado pelo seu concelho, Kio. Pode ficar tranquilo, a Albanês não será prejudica, irei avisar nossos aliados. Eu nunca me perco no meu jogo. - Deixo claro.
- Ok. Faça o que você quiser, Hacker. - Ele se levanta da cadeira indignado. - Pelo visto, nada do que eu disser será relevante.
- Tudo que você me diz é relevante. Sua preocupação que não é. - Ele assente.
Ele me despede acenando com a cabeça, e sai do escritório sem dizer absolutamente nada. É claro que Kio não concorda comigo. Por isso que ele é meu consigliere, nem sempre irá concordar com tudo que faço, porém me apoia. Esse é seu trabalho. Até concordo com o que disse, porém eu não tenho paz à três anos, não consigo dormir, não paro de pensar no quanto sou inútil por não fazer nada. Sou um covarde por não matar Carlos de uma vez.
Por que essa raiva e essa sede de vingança? Eu sei de muita coisa, nada escapa dos meus olhos e ouvidos, ainda mas quando se trata da pessoa responde pela morte da minha noiva. Noiva pois não tive a chance de me casar. Três anos atrás, Melissa apareceu na minha vida, ela era a filha de um simples soldado da máfia finlandesa, eu era obcecado por ela, ninguém sabia que planejamos nos casar, exceto Kio e Nick.
Carlos sendo o rato traidor que é, passou informações sigilosas para um de nossos rivais, pois estava devendo, eles arquitetaram um ataque contra os finlandeses em seu próprio território, vários soldados e suas famílias foram mortas, incluindo Melissa e seu pai. Aquilo me quebrou, eu fique louco, perdi totalmente os sentidos, graças ao meu irmão e ao Nick a Albanês contínuo de pé.
Não descansei até achar o responsável por isso, e finalmente o cara caiu nas minhas mãos, sem eu precisar movimentar um dedo. Juro por tudo que é mais sagrado, que vou quebrar Carlos, ele vai começar sangrar de dentro para fora, quero que seja aos poucos. Não terá graça e nem prazer se eu mata-lo de uma vez, por que está óbvio que posso lhe mantar de olhos fechados. Tortura-lo não será tão satisfatório, ele é tão fraco que morrerá na primeira facada. Posso pensar nisso alguma hora.
Lisa deve ter muita informação sobre o pai, ela o odeia, posso ver isso em seus olhos. Ela me ajudará a me vingar, e eu vou recompensa-la assim que eu estiver satisfeito. Vou começar ferindo o ego de Carlos, ele humilha tanto a própria filha que será um tapa em sua cara ao ver que Lisa está muito melhor longe dele. Obviamente ele pensa que vou maltrata-la por que sou um criminoso. Irei deixar que ele pense dessa forma
