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• Lisa •
"Eu olho profundamente nos seus olhos, eu toco você cada vez mais, quando você vai embora, imploro para que fique[...]É tão engraçado tentar explicar, como estou me sentindo, a culpa é do meu orgulho, porque eu sei que não entendo como seu amor pode fazer o que ninguém mais pode."
Que cena ridícula eu fiz. Que vergonha. Eu senti ciúmes de Hacker pela primeira vez, e foi horrível. Senti vontade de matar ele e aquela mocreia de cabelo loiro. Eu não a conheço, mas eu a odeio e pagaria para ver ela pegando fogo na minha frente.
Não seria muito mais fácil se você dissesse que gosta dele logo de uma vez ao invés de ficar fazendo essas cenas ridículas, Lisa? Lógico que seria. Porém sempre vamos preferir o caminho mais difícil. No meu caso, ficar quieta e dar sinais até que Hacker descubra que gosto dele. Merda. Pareço uma adolescente.
Pelo menos Hacker e eu sabemos disfarçar bem. Agimos naturalmente, como se eu não tivesse ficado praticamente nua com ele me encarando como se estivesse vendo uma carne suculenta e, como se ele não tivesse dito na minha cara que deveria bater na minha bunda e beliscar meus mamilos. Só de relembrar meu corpo se arrepia todo.
Nessa cama eu não fico mais. Acho melhor eu procurar algo para me distrair e tirar Hacker da minha cabeça. Talvez eu devesse fazer algo para comer, uma panqueca ou ovos, sei lá. Eu só preciso me distrair.
Judith e Kio aproveitaram que não estaríamos em casa o fim de semana e resolveram tirar um tempo para família. Então eu desço de camisola sem o risco de dar de cara com alguém acordado.
Separo os ingredientes para fazer uma panqueca americana. Depois de separados, coloco-os em uma tigela oval e bato tudo na mão. Sei que não há ninguém em casa, mas eu não quero correr o risco de acordar o grandão lá em cima, por nome Hacker.
Coloco a massa na frigideira, depois de alguns minutos já tenho muitas panquecas para comer. Acho que a massa que fiz rendeu bastante. Sento-me no balcão para comer, enquanto mexo em algo aleatório no celular.
Percebo que estou comendo a panqueca sem o ingrediente especial. O caramelo. Me levando da cadeira e de repente escuto uma voz atrás de mim:
- O que você está fazendo acordada?
Levo um tremendo susto, que até tropeço e, não sei como, mas bato de frente com Hacker. Acredito que nenhum dos dois estava devidamente acordado, tanto que acabamos parando no chão, eu por cima de seu peito nu e ele em baixo com uma expressão de dor.
Nossos olhos se encontraram e... caramba eu só queria ficar ali para sempre. Os olhos de Hacker descem e eu tenho quase certeza que está no decote da minha camisola. Eu coro.
- Qual é meu problema? - Pergunto brava.
- Você que caiu em cima de mim e eu que tenho um problema? - Ele diz com a voz equilibrada dele.
Paramos de falar e ficamos nos olhando, naquela mesma posição. Não quero sair, está bom aqui...
- Melhor você sair de cima de mim. - Ele desvia o olhar.
