Capítulo 33

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                     ▪︎ RAISSA ▪︎

Acho que já tinha se passado quase um mês desde que o RD falou aquelas merdas pra mim e sinceramente, foi melhor assim. Posso seguir minha vida em paz, sem problemas e sem homem nenhum no meu pé. 

Mas dizer pra vocês que eu não tô totalmente quebrada por dentro estaria mentindo.

Ricardo me fez acreditar que o que a gente tinha, ia pra frente, que tinha futuro sabe?! Mas como em todos os meus rolos tomei no cu bonito e convenhamos que nem foi do jeito que eu queria. 

Fiquei um tempo sem comer e até dentro de casa eu fiquei por conta dele, mas depois me liguei que homem nenhum pode tomar meu tempo ou minha mente assim, muito menos ele.

Ricardo não vale nada e eu tenho mais o que fazer doque ficar com ele na cabeça. 

Nesses dias eu só tava indo da escola pro curso e do curso pra casa. 

Sou louca por culinária e já deixei bem claro pro Marcos que ele vai bancar minha faculdade de gastronomia.  Termino meus estudos daqui um mês e tô super ansiosa. 

Marcola: Aconteceu alguma coisa? Por que me mandou áudio gritando? - Eu já estava em casa de banho tomado, alimentada e quase dormindo quando ele passou afobado pela porta. Ri e bati no sofá, pra ele sentar. - Raissa, pelo amor de Deus. Diz pra mim que tu não tá grávida do Ricardo, diz. 

Eu: Que? - Fiz careta. - Você acha que te chamei aqui pra isso? 

Marcola: Ah, vai saber! Agora fala logo que eu deixei o Acerola tomando conta das parada lá em cima. 

Eu: Tanta gente naquela boca e você deixou as coisas justo com o cara que tem uma boneca inflável como namorada? - Ele riu. 

Marcola: Para de ficar falando mal do cara. Fala logo, vai! 

Eu: Eu ganhei um sorteio - Ele ficou me olhando com uma cara de bunda, sem entender e eu tava nervosa pra falar da novidade. - Aquele sorteio que eu te falei, Marcos. Eu ganhei. 

Ele fechou o semblante e ficou me encarando sem falar nada. 

Marcola:  Então tu vai embora? - Mordi o lábio e assenti. - Quem vai lavar minhas roupas agora? 

Eu: Caralho, é com isso que você tá preocupado? O fato de eu ir pra outro país não te preocupa? - Ele riu me abraçando. - É a minha chance. 

Marcola: E tu acha que eu vou te impedir? - Sorri. Ele se afastou e pegou na minha mão. - Raissa tu fala nisso desde que tinha treze. Quero você nesse morro não, pô. Quero tu formada, sem homem nenhum no pé, com o teu dinheiro, teu trabalho. Quero você bem e se você tiver que ficar longe de mim pra isso, eu apoio. 

Eu: Tá falando sério? 

Marcola: Eu só nasci pra fazer tuas vontades, nojenta - Ele limpou meu rosto e me puxou pra um abraço. Chorei no colo dele quietinha, em parte por estar feliz pela viagem. - Quando? Pra onde? E quanto?  Ri empurrando ele. 

Eu: Depois da minha formatura, mais ou menos daqui um mês - Assentiu. - Paris e você não precisa me dar nada. 

Marcola: Como se eu fosse deixar tu ir embora sem dinheiro - Negou rindo. - Vou fazer meus corres e em um mês tu vai tá com o dinheiro na mão... Mas e a faculdade? 

Eu: O intercâmbio é basicamente a faculdade. Vou ficar lá por um bom tempo. 

Marcola: Tu é foda, Raissa - Vi seus olhos vermelhos e sorri. Ele beijou minha cabeça e se levantou. - Volto antes de meia noite. 

Eu: Ei! - Chamei. - Eu te amo. 

Marcola: Eu te amo também pô. 

Ele saiu pela porta e peguei meu celular, olhando as mensagens. As meninas estavam me chamando pra pracinha e o Pit me dando boa noite. 

Respondi as meninas falando que já ia e dei boa noite pro Pit, que é um peguete. A gente já conversava, mas não tinha malícia nenhuma - pelo menos não da minha parte - e depois desse rolo todo com o RD ele meio que virou um grande amigo com benefícios. 

Tranquei a porta e saí de casa. Tinha que contar a novidade pra elas. 

Era dia de semana e mesmo assim a praça estava cheia de gente. Povo bebendo, as crianças jogando bola e claro, os velhos fofocando. 

Lara: Porra, demorou quase uma hora pra chegar aqui de pijama? 

Tina: Já olhou pra sua roupa? 

Lara: Quem falou contigo? 

Giulia: Pelo amor de Deus, vocês parecen crianças. 

Bia: Falou a que tem 1,53 de altura - Debochou. Giulia mandou dedo e eu sentei perto delas. - Que cara é essa? 

Lara: Infelizmente a única que ela tem. 

Eu: Tô te dando abertura demais, Larissa- riu. - Vou pegar o revólver do meu irmão pra acabar com a graça de vocês. 

Tina: Vocês dois não sabem se defender sem arma não? Cruzes! 

Bia: Fala dela, mas quando é com você, sai pegando as pedra que tá pelo chão. 

Tina: Vai se foder! 

Giulia: Cara eu vim aqui sozinha e essas malucas apareceram do nada. Da nem pra relaxar em paz mais. 

Lara: Quer relaxar? Vai pro spa. 

Giulia: Vai se fod... 

Raissa: Eu vou embora, gente - cortei ela. Todas me olharam e eu fiquei até nervosa. - Não vão falar nada? 

Tina: Como assim vai embora? - Choramingou. - Viu? Por isso não gosto de me apegar às pessoas. No final elas sempre vão embora. 

Lara: Tá falando de quê? 

Giulia: Vocês vão ficar perguntando ou vão deixar ela responder? 

Eu: Lembram do curso que eu tava fazendo? - Assentiram. - Todo ano eles sorteiam dez estágios e quem tirar as vinte maiores notas entram no sorteio... e bom, fui uma das sortudas. 

Bia: Pra onde você vai? 

Eu: Vou pra Paris fazer gastronomia. 

Giulia: É por causa do Ricardo? 

Eu: O que? Não - ri. - Minha vida não gira em torno dele. Amigas eu amo todas e preciso mais doque nunca do apoio de vocês. Sim, tô triste pelo que aconteceu, mas não posso ficar me privando de oportunidades desse tipo entendem? Sou o tipo de garota que tem toda a vida planejada e que não vai ser sustentada por um homem. 

Lara: Tem como não apoiar depois de um discurso desse? - Ri. Ela me abraçou assim como todas. - Quando você vai? 

Eu: Daqui um mês, eu acho. 

Bia: Mal cheguei e já vai embora. Me apaguei sabe?! - Sorri. 

Eu: Eu vou, mas juro que volto por vocês

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