Capítulo 70

62 3 0
                                    

                   ▪︎ GIULIA DANTAS ▪︎
Dias depois...

Era tardinha e eu estava na pracinha com Cacau dando sorvete a ela. Era dia de baile e eu tava um pouco enjoada de ficar em casa.

Cacau: Papai não vem?

giulia: Ele vem sim,meu amor, espera só mais um pouco tá legal? - Ela assentiu e sorriu assim que estendi outra colher de sorvete na direção dela.

Minha barriga parecia uma bolinha e faltavam poucos dias pra eu completar meus seis meses.

O fato da minha barriga não estar do tamanho que eu achei que ficaria me deixava receosa.

Cheguei a pensar que meu filho não estava bem e que ele provavelmente estava morto dentro de mim, mas o médico disse que uma coisa dessas era normal com vinte por cento das grávidas me deixando mais tranquila.

Cacau: Papai! Papai! - Olhei pra trás e sorri. Paulo pegou ela no colo e começou a encher ela de beijos. - Tava com sadade papai.

Galego: O pai também tava com saudade, neguinha. - Ela sorriu boba e se enroscou no pescoço dele. Galego sentou de frente pra mim e atrás dele vi Barão e Davi vindo na nossa direção. - Cansa de brigar com teu filho não é?

Barão: Esse moleque é um animal - Gritou puto. - Tô falando a parada séria e ele me vem com a porra do deboche e a burrice... nem parece que saiu da porra do meu saco.

Uriel: Tu brinca muito coroa - Negou rindo. - Tu fala um bagulho atrás do outro pô. Tenho esse pique pra papo sério não.

Barão: E ainda quer ser o de frente - Negou. Comecei a comer o sorvete da Cacau, que era outra que já dormia e fiquei só ouvindo a conversa deles. - Já escolheu o nome da cria?

Uriel: Davi Júnior, carai. - Ri balançando a cabeça e meu pai bateu na nuca dele que resmungou. - Tem que começar a levar as coisas na esportiva.

Barão: Te encher de tiro é um esporte bacana, acha não? - Uriel fez bico e pegou Cacau do colo do Paulo sentando do meu lado. - Eai?

Giulia: No momento não tô com nada em mente - Assentiu. - Talvez Lennon tenha alguma ideia de nome.

Barão: Falou com ele? - Assenti. - Como foi?

Giulia: Chato. - Encarei ele. - A reação que ele teve foi meio que esperada.

Galego: Ele tentou alguma coisa? - Neguei voltando a raspar o pote. - Ótimo.

Eles voltaram a conversar sobre coisas do morro e eu fiquei olhando Davi que tava de olho no celular e de vez em quando fazia umas caretas.

Ele me olhou com uma sobrancelha erguida e eu sorri fraco encarando minhas mãos.

Eu estava com muita saudade dos meus amigos e chateada por Lennon ter falado aquelas coisas.

Me doeu bastante e por conta dos hormônios chorei horrores pensando nas palavras.

Senti um leve enjoo, mas permaneci sentada e olhando as pessoas em volta de nós.

O radinho do Barão começou a apitar, mas as vozes que saíam dali foram abafadas pelos fogos e tiros que começaram.

Barão: Tira elas daqui! Tira elas daqui! - Gritou empurrando Davi e Cacau na minha direção. Comecei a chorar nervosa sentindo meu peito doer.

Giulia: Pai...

Barão: Tira elas daqui caralho! - Davi ficou todo sério e começou a me empurrar na direção do carro, mas por conta da barriga ficou meio difícil. Me desvencilhei dos braços dele e corri até Paulo o agarrando por trás.

Giulia: Vem comigo, por favor - Pedi.

Galego: Esquece que eu te amo não, tá? - Me beijou. - Cuida da minha filha pra mim.

Giulia: Paulo?

Barão: Caralho! Tira elas daqui! - Davi me agarrou por trás e me assustei me soltando dos braços do meu pai quando escutei um estrondo. Atrás deles vinham alguns homens armados, uns com máscaras e outros sem. Lennon estava na frente de todos eles fazendo sinal com as mãos fazendo os mesmos se separarem. - Filho da puta! É hoje que essa ratazana morre.

Lennon olhou na minha direção e ficou intercalando o olhar entre eu e meu pai

Mandei dedo pra ele e entrei no carro vendo Galego e meu pai saindo dali as pressas.

Giulia: Uriel...

Uriel: Acalma aí que eu também tô com o cu na mão. - Ri fraco pegando Cacau nos braços e saí do carro assim que o mesmo parou em frente à nossa casa

Mente milionária Onde histórias criam vida. Descubra agora