Capítulo 79

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▪︎ LENNON ▪︎

Estávamos praticamente no topo do morro e parei em frente à uma casa grande que pelo estado estava abandonada. Por fora não se via ninguém, mas assim que entrei com Barão atrás de mim, vi o tanto de homem armado que estava nos fundos.

Barão: Senta ali - Apontou pra cadeira no meio da rodinha. Sentei e encarei ele que cruzou os braços na minha frente. - Confortável?

L7: Achei que a conversa era comigo, não com mais cinquenta - Ele riu coçando a barba e balançou a cabeça, rindo fraco. - Tô suave.

Barão: Por pouco tempo - Sorriu. Um menor veio correndo com outra cadeira e colocou ela de frente pra minha. Barão sentou e me encarou por alguns minutos, depois acendeu um baseado de maconha. - Tava pensando... tem o que? Umas duas semanas desde que você atirou na cabeça do namorado da minha filha?

L7: Águas passadas - Ele riu.

Barão: Não pra mim - Logo ele parou de rir e me encarou com a frieza de sempre. - Sabe a quanto tempo eu tô querendo te dar uma surra? - Cruzei os braços negando. - A muito tempo, bem antes da Giulia estar envolvida nesse caralho todo.

Rato: Ela não tá envolvida em nada.

Barão: Tá dizendo isso pra diminuir o peso na consciência? - Ele balançou a cabeça se encostando na cadeira. - Você bateu na minha mulher - Falou levantando um dos dedos das mãos. - Tirou minha filha de casa contra a vontade dela... bateu nela, duas vezes... invadiu o meu morro e matou meu sub e alguns moradores - Riu. - L7, olha pra mim e diz que tu não merece a surra que eu vou te dar, diz. - Fiquei em silêncio.

Quem tava ali, me encarava com o semblante cheio de raiva. Provavelmente alguns eram parentes dos tais moradores que matei e estavam ali pra ajudar Barão a me dá uma surra.

Não tiro a razão deles. Eu no lugar deles faria a mesma coisa e mataria quem quer que tivesse feito mal a minha família.

Só quem é do morro sabe o sofrimento que é com cada invasão.

Uma hora você tá de boa na rua olhando seu filho brincar enquanto conversa com a vizinha e no instante seguinte você vê seu filho estirado no chão quente com um puta furo no peito.

Isso dói. Sempre dói e ninguém nunca vai se acostumar com isso, porque não é normal.

Barão: Eu ia te matar - Encarei ele. - Eu juro que ia te matar, mas pensei em como meu neto ia se sentir quando soubesse que matei o cuzão do pai dele... porra! Certeza que o moleque ia se revoltar e querer meter uma bala no meio da minha testa, imagina!

L7: Se você quer me bater, por que não bate logo?

Barão: Te bater? - Riu. - Eu? - Negou se levantando. - Eles vão te bater - Apontou pros caras. - Eu provavelmente vou ficar pra assistir você quase morrer... ou não. É melhor eu meter o pé, porque se não eu vou te matar.

L7: Tem mais de dez caras aqui - Me ajeitei na cadeira. - Não acha isso covardia?

Barão: Você quer mesmo falar sobre covardia, L7? - Falou vindo até mim puto. Seu rosto ficou bem próximo do meu. Aquilo sim era olho no olho. - Tu é um covarde - Falou baixo dando um tapa na minha cara. Passei a língua nos dentes e encarei ele de novo. - Tu é um covarde, filho da puta que fodeu com o emocional e o psicológico da minha filha - Outro tapa. - Matou gente inocente - Mais outro tapa. - Deixou uma criança de três anos sem o pai - Outro tapa, dessa vez mais forte. - A minha vontade é de te torturar até escutar tu implorando pelo caralho dessa tua vida de merda!

- Patrão! Tentei segurar mas não deu.

Giulia: Que isso? Por que ele...

Barão: Tira ela daqui - O mesmo cara que alertou pegou ela no colo e saiu voado dali. Barão cuspiu pro lado e me olhou. - Eu sou um filho da puta, mas tu consegue ser dez vezes pior.

L7: Acaba logo comigo - Ele negou se afastando.

Barão: Você tem filho pra criar, esqueceu? - Riu. - Tá achando o que? Que vai deixar o moleque com a mãe e vai meter o pé pra pista? - Negou estalando a língua. - Foi bom na hora não foi? Então agora tu vai segura a pica.

Ele riu fraco e tirou um cigarro do bolso o acendendo em seguida.

Barão: pode Arrebentem sem dó- Falou saindo. - Fica vivo em, bonitão! Caso contrário, deixa comigo que vou lembrar ao moleque o quão forte você foi na hora da morte.

Escutei a risada escrota dele se afastando e encarei os caras que vinham se aproximando cada vez mais de mim.

Me derrubaram da cadeira e fiquei por ali mesmo, enquanto sentia cada soco e chute sendo desferido no meu corpo.

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