Capítulo 46

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                               • FLÁVIA •

Olhei pro video game que ele jogava, estava me sentindo entediada, então peguei o controle remoto desligando a televisão. 

Titu: Porra Flávia! - Gritou. Coloquei uma mão na barriga e a outra no coração segurando o choro. Tava sendo assim agora, já era antes com a TPM, mas com a gravidez ficou dez vezes pior. Tierre revira os olhos pra mim ou grita uma "a" que eu já começo a chorar. - Tava quase fazendo gol cara. Por que tu fez isso? Falta de calcinha pra lavar? 

Eu: Por que você tá gritando comigo, poxa? Eu não fiz nada - Choraminguei.- para de falar assim comigo

Titu: E a televisão desligou sozinha? 

Eu: Desligou sozinha sim, eai? - Ele ficou me encarando de cara feia e eu fiz careta engatinhando até ele. - Eu quero atenção, cara. Você só quer saber dessa merda. 

Titu: Eu tô aqui, não tô? 

Eu: Tá, mas eu não tô falando disso. Você diz que não vai pra boca hoje, que vai ficar aqui comigo, mas nem me da atenção. Eu tô grávida, Tierre. Você precisa suprir minhas necessidades. 

Titu: É? - Assenti beijando seu pescoço. - Necessidade de quê? 

Eu: De comer, né gato - Empurrei ele que bufou. Bipolaridade tava no auge. - Mó vontade de comer kiwi com maionese.

Titu: Porra a gravidez tá te deixando nojenta, papo reto - Ele levantou pegando a carteira. - Tu vai ficar de boa aqui sozinha? Quer que eu chame a Beatriz ou a Valentina? 

Eu: Vai comprar meu kiwi logo, antes que eu perca a vontade... trás carvão que eu quero fazer churrasco. 

Titu: São nove da noite, Flávia. Vai fazer churrasco essa hora? 

Eu: Ué! Tô com vontade, vou fazer sim. Tem hora pra churrasco não, gato - Puxei ele e dei um selinho. - Não demora.

Titu: Liga pra mim se acontecer alguma coisa. 

Eu: Sai logo daqui - Ele mandou dedo, beijou minha testa e eu mandei beijinho no ar me ajeitando no sofá. 

Liguei a televisão colocando em um canal qualquer. 

Passou uma parada de casal e eu senti falta dele na hora. Gente, sério... nem eu tava me aguentando mais.

Eu mudava em segundos, chorava e brigava por qualquer coisa, mal me cuidava e meu apetite tava pior que de presidiário. 

Só o Tierre pra me aturar mesmo.

Esse morro é cheio de homem escroto e eu adoro saber que tô com mais responsa deles. Tierre já me mimava e com essa gravidez multiplicou a dose. 

Quando fico com vontade de comer algo, ele nem discute. Só levanta, beija minha cabeça e sai, voltando meia hora depois com o que eu pedi. 

Meu marido é o melhor, mas olha, aconteceu muita coisa pra gente ficar junto. 

Primeiro de tudo é que o Tierre era um cachorro, um cachorrão e um dos bons, do tipo que come quieto mesmo. 

O próprio sigilo em pessoa.  Sou cria daqui e conhecia ele desde menorzinha. A mãe dele era um amor comigo e eu vivia na casa dela... se hoje cozinho bem foi porque aquela mulher me ensinou tudo que sei.

Tierre ficava com todas e eu era a exceção. Por mais incrível que pareça, eu não via nada de bonito nele, pra mim era só fogo na xota daquelas meninas. 

Na adolescência ele virou meu melhor amigo e consequentemente, acabei sabendo de todos os rolos dele com todo tipo de mulher. No começo eu não dei muita importância, mas com o tempo vieram sentimentos que eu não podia sentir. 

Gente, ele pegou todas as minhas primas, e uma delas nem gostava de mim e fazia questão de esfregar na minha cara que dava pra ele. E como sou super controlada, nem meti a mão na cara dela, rs. 

Foi em um churrasquinho que a gente ficou pela primeira vez. Os meninos estavam jogando alguma coisa lá que eu nem lembro e quem perdesse tinha que beijar a pessoa que estava a sua direita. 

Não deu outra!  Além de beijar eu dei bem gostoso e ficamos na semana seguinte. Passamos por uma pá de coisas, como qualquer outro casal e bom, estamos bem agora. 

Tierre virou meu tudo e meu amor por ele é incondicional. 

Depois de ter comido um biscoito na cozinha, corri pro banheiro vomitando tudo. Senti mãos no meu cabelo e limpei a boca vendo Tierre me olhando preocupado.

Titu: Porra, cê tá bem? - Balancei a cabeça me levantando e escovando os dentes. - Sabia que não era pra eu ter saído e te deixado aqui sozinha... 

Eu: Amor isso é normal - Falei passando a mão no rosto dele. - Eu tô grávida! 

Titu: Eu sei Flávia, mas é foda te ver assim - Beijei a bochecha dele e fui pra varanda vendo Tina de cara feia e a Bia dando sermão nela. - Essas duas não param quietas. 

Eu: Que que cê tá olhando, gata? Quer aplausos? - Beatriz mandou dedo e Valentina veio até o portão. - Sai daqui, não dou comida pra mendigo. 

Tina: Engravidou e ficou mais insuportável né? 

Eu: É você que me atura? Pensei. 

Titu: Para de ignorância, Flávia - Ergui a sobrancelha na direção dele e ele entrou pra casa. 

Bia: Se eu te falar que essa menina tá grávida, tu acredita? 

Tina: Caralho eu tava brincando, já falei! 

Eu: Sinceramente? Sai daqui antes que eu jogue água suja em vocês... tô com paciência pra nada e tá na hora de eu ir dormir.

Bia: Você escutou o que eu acabei de falar? 

Eu: gata, eu escutei, mas ela não falou que era brincadeira? Então pronto. - Peguei o balde e ameacei jogar a água nelas vendo cada uma correndo. - Boa noite lindas! Até amanhã, amo vocês! 

Tina: Falsa! - Mandei dedo e entrei. 

Eu: Tierre! Meu pé pede massagem - Gritei. Sentei no sofá e coloquei meus pés no colo dele tirando do vídeo game. - Ai amor, obrigada. 

Titu: Folgada! 

Eu: Também te amo!

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