Capítulo 56

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                                ▪︎ FB ▪︎ 

Já havia escurecido quando giulia estacionou o carro em frente á uma casa grande pintada de um azul claro.

Ela ainda não tinha passado na prova de direção, mas já dirigia muito bem. 

Entrei com sua ajuda encontrando tudo escuro e extremamente organizado. Giulia me colocou no sofá e segurei um resmungo por conta da dor nas costas. 

Giulia: Eu... eu vou pegar a maleta de primeiro socorros - Falou chorosa,
me entregando um copo de água e comprimidos. - Já volto. N-não sai daqui. 

Eu: Nem se eu quisesse seria capaz de sair daqui, morena - Ela deu um meio sorriso e subiu as escadas correndo. O caminho todo foi feito com ela chorando me pedindo desculpas e se culpando por tudo que aconteceu. 

Deixei claro que ela não tinha nada a ver com nada do que rolou, mas mesmo assim ela não deixou de se culpar.

Na verdade a culpa era daquele babaca que não sabia ver a pessoa que ele dizia amar de boa com outra. 

Eu e giulia não tínhamos nada e eu também não tava querendo compromisso com ninguém. Éramos apenas bons amigos que quando tinham vontade transavam. 

As vezes eu olhava pra morena e tentava entender o porque de aquele cara ter feito tudo que fez tendo ela ao lado dele. Mesmo com pouco tempo de convivência, pude ver o quão preocupada Giulia é com as pessoas ao seu redor. Ela se importa com todos e não importa a circunstancia, ela vai ajudar - digo isso por experiencia própria. Essa mulher já me salvou de poucas e boas. 

Giulia desceu as escadas afobada e por pouco não caiu de cara no chão. Ela ainda tremia e chorava um pouco. Encarei seu rosto inchado e vermelho e me senti meio mal, mas permaneci calado.

O remédio que ela passou no meu rosto me fez xingar um monte e aquilo só deixou ela mais nervosa. 

Eu: Morena - Chamei, mas ela continuou a limpar os machucados. As mãos tremendo e as lágrimas descendo pelo rosto. - Giulia.- Ela parou me encarando. 

Giulia: Não gosto quando me chama pelo nome. - Comentou me fazendo rir e abaixou a cabeça.  

Eu: Eu sei - Tirei sua mão do meu rosto e a fiz sentar do meu lado. - Para de chorar - Pedi. - Te ver assim me deixa mal também. 

Giulia: Eu tô tentando, Fabrício. Mas não da - Fungou. - Isso... tudo isso que aconteceu é culpa minha! Se eu não tivesse te chamado pra ir naquele almoço, nada disso teria acontecido. 

Eu: Para de ficar se culpando, você não tem nada a ver com o que aconteceu. Já disse - Puxei ela pra um abraço. - Ele nem bate tão forte assim.  Ela riu se afastando. 

Giulia: E esse olho roxo não tá doendo? 

Eu: Pior que não - Ri. - Só serviu pra aumentar meu charme - Ela empurrou minha cabeça me fazendo resmungar. 

Giulia: Merda! Desculpa, bê. Juro que não foi de propósito. 

Eu: Relaxa, morena - Ficamos nos encarando por um tempo. Fui aproximando nossos rostos até um cara fazer barulho com a garganta. Ele era alto, cheio de tatuagens e estava de braços cruzados, olhando pra mim de cara feia.

- Hm... Boa noite? 

Giulia: Pai!.

- Quem fez isso com você e por que minha filha tá com essa cara de choro? - Perguntou pra mim. Giulia balançou a cabeça voltando a chorar. 

Eu: Eu.. 

- Não vai dizer que se distraiu e bateu com o rosto em um poste vai? - Neguei. - Onde você tava, Giulia? 

Giulia: Fui almoçar com ele - Apontou pra mim. 

- E foi você que fez isso com ele? - Negou. - Onde vocês estavam? 

Giulia: Você já sabe onde, por que tantas perguntas? - Ele soltou o ar pelo nariz e passou a mão na barba me olhando. - Fabrício, esse é meu pai, Barão... e pai esse é o Fabrício, meu amigo do trabalho. 

Barão: Quem fez isso com você? - Perguntou de novo apertando minha mão. 

Eu: Então... - Giulia tampou minha boca e o pai dela já olhou estranho. 

Giulia: Fica quieto - Falou chorando. - Meu quarto é a segunda porta No corredor de cima. Sobe e fica quieto. 

Olhei pro Barão, que balançou a cabeça me mandando subir e fui, deixando eles sozinhos na sala. 

                                 ▪︎▪︎▪︎ 

               ✨GIULIA DANTAS ✨

Barão: O L7 fez alguma coisa com você? - Neguei de cabeça baixa. Ele sentou do meu lado e suspirou. - Você tá bem? 

Eu: Acho que sim. 

Barão: Acha? - Olhei ele que tinha uma sobrancelha erguida. Dei de ombros encostando no sofá. - Você ama ele? 

Tá aí a pergunta que eu tentava não perguntar pra mim mesmo, mesmo já sabendo a resposta. 

Era estranho vindo de outra pessoa. 

Eu: Sim - Ele estalou a língua fazendo careta. - Não escolhi isso. 

Barão: Ninguém escolhe quem deve amar - Falou pensativo. - Se fosse assim, o mundo ia ser uma zorra. 

Concordei focando em silêncio.  A vontade de chorar as vezes vinha do nada e eu não conseguia segurar. 

Barão: Sabe - Começou. - Quando descobri que sua mãe fugiu com meu irmão grávida de você, fiquei com medo. 

Eu: Medo? Medo de que? 

Barão: De não ser pra você o que você é pra mim - Sorriu bobo. - O nascimento do Uriel foi a melhor coisa do mundo... queria ter visto o seu também. Não ver você crescer me doeu e me dói até hoje. Ver você grande e independente é meu maior orgulho... vocês dois são meus orgulhos e a última coisa que quero na vida é ver minha menina sofrendo por um cara que não vale a pena. 

Eu: Eu não queria gostar dele pai, mas eu gosto - Voltei a chorar. 

Barão: Eu sei filha, mas você vai passar por isso - Neguei chorando mais. Barão me puxou me colocando no seu colo e me abraçando fortemente. - Passar por isso vai te tornar mais forte. 

Eu: Eu não sou tão forte assim - Ele riu. - Por que você tá rindo, poxa? Isso é sério, pai. 

Barão: Você nasceu de outra mulher, Giulia- sorriu. - Por isso é forte duas vezes... não fica se martirizando assim, porque você é forte pra caralho! 

Eu: Pai... 

Barão: Homem nenhum merece suas lágrimas - Ele limpou meu rosto e beijou minha testa. - Aquela ratazana muito menos... Eu te amo, escutou? 

Eu: Eu também te amo - Ele sorriu me abraçando mais forte

Mente milionária Where stories live. Discover now