Capítulo 44

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▪︎ LENNON ▪︎

Era por volta das cinco da tarde e eu já estava na minha quinta garrafa de Whisky e já tinha parado de contar a quantidade de baseados e carreirinhas depois que passei da terceira.

Porra eu tava mal pra um caralho! Coisas relacionadas a Giulia eram as únicas que despertavam o meu interesse.

Hoje fazia uma semana que eu não ouvia noticias dela ou a via, e isso me deixava puto e ao mesmo tempo com saudades.

Sei que tudo que fiz a ela foi errado e que por a culpa nas drogas não vai mudar o que fiz, mas eu realmente estava fora de mim quando fiz aquilo. Brenda atormentando de um lado e Laiza de outro... a merda era certa e foi.

A única coisa que eu queria agora era poder me desculpar com ela e pedir mais uma chance. Se ela me permitisse, eu nunca mais levantaria um dedo pra ela e nem sequer a voz.
Seria tudo na maior calma e eu ia fazer de tudo pra gente dar certo de novo.

Dei um último gole e deixei a garrafa de lado, me levantando e pegando a chave da moto. Minha cabeça deu uma girada, mas eu continuei andando. Subi na XRE e fui pra casa do RD. Estacionei a moto e bati na porte.

RD: Ih! Nem vem. Já falei que não sei onde ela tá - Disse depois de abrir a porta e tentar fecha-la, mas empurrei e entrei sentando no sofá. - O que tu quer aqui cara?

Eu: Você sabe onde ela tá, não sabe? - Ele suspirou passando a mão no rosto e sentou no outro sofá encarando a televisão. - Irmão, eu só quero pedir desculpas, me redimir com ela...

RD: Pedir desculpas pra que se você vai fazer de novo?

Eu: Tá maluco? Por que tu acha que eu vou repetir o erro?

RD: Por que da última vez você se desculpou, disse que não ia acontecer de novo e cá estamos - Falou puto. Virei o rosto e encarei uma foto deles três juntos que tava pendurada na parede. Eles estavam mais novos e ela com um sorriso enorme estampado no rosto abraçada com lari e RD, que tava com o semblante fechado. - Você sabe que ela não vai te perdoar né?

Eu: Ela te falou isso? - Negou. - Então não fala isso, você não é a porta voz dela.

RD: Você tem que se acostumar com a idéia de viver sem ela - Balancei a cabeça, mandando ele parar. - Ela já deve tá se envolvendo com outro, cara. Segue tua vida.

Eu: Se envolvendo com outro? - Ri. - Nem fodendo, eu mato o desgraçado.

RD: Tá bom, pirocudo - Debochou.

Rato: O que custa tu me dizer onde ela tá?

RD: Custa a vida dela - Bufei. - Brenda não tá grávida? Vai formar tua família com ela - Olhei ele. Como que ele tava sabendo disso? O único com quem eu tinha comentado era o Titu e eu tinha certeza que essa informação da boca dele não tinha saído. RD desbloqueou o celular e me passou ele. Brenda tinha postado o resultado do teste de gravidez no Facebook e me marcado. Passei o olho pelas curtidas e vi que Giulia tinha curtido. Fiquei olhando aquilo até o celular ser puxado da minha mão. - Parabéns papai. -Encarei ele mais uma vez e me posturei.

Eu: Tu não vai me dizer onde ela tá?

RD: Eu já falei que não sei e mesmo se soubesse, pode ter certeza que eu não ia te falar - Assenti.

Eu: Ricardo, tu deixou a mina que tu ama ir embora sem se desculpar - Ele me olhou de cara fechada e eu levantei parando na porta. - Não quero que isso aconteça comigo e com a giulia não, tu pode não me dizer agora, mas eu vou descobrir onde ela tá. Bota fé no que eu tô te dizendo. Tu pode não ter feito nada, mas teu maior erro foi não ter ido atrás dela. E mano, eu amo demais aquela garota pra deixar ela ir assim.

Ele não falou mais nada e eu saí dali, montando na minha moto e a ligando.

Minha cabeça nem tava ali e eu nem sabia pra onde ir. Fiquei horas rodando pelo morro e só fui parar quando já estava bem escuro. Olhei pros lado e vi que tinha parado em frente a casa da coroa. A luz da sala tava acesa, então ela tava acordada.

Entrei sem bater e vi ela cochilando com a tv ligada. Sentei no sofá e coloquei a cabeça no colo dela que se assustou.

Celeste: Oh meu filho, quanto tempo - Beijei sua mão e ela começou a fazer um cafuné na minha cabeça. - O que aconteceu?

Eu: Nada, pô. Por que a senhora acha que aconteceu alguma coisa? - Ela sorriu como se lembrasse de algo e eu encarei ela.

Celeste: Sempre que você ficava chateado com alguma coisa, principalmente quando perdia no futebol, vinha pro meu lado e se deitava bem assim como você ta agora - Assenti, lembrando. Felipe me zoava pra cacete, mas eu nem ligava. Celeste me acalmava de uma forma que até eu me surpreendia. - Você chegava a cochilar e eu adorava ficar assim... época boa quando vocês tinham que me obedecer.

Eu: E eu não te obedeço mais não é? - Ela riu negando.

Celeste: Vocês já são homens feitos, não tem que me obedecer, mas me ouvir. Criei ninguém pra me deixar falando sozinha - Ri. - Quem é ela?

Eu: Ela quem?

Celeste: Eu tô velha, mas não sou burra. Conheço os filhos que tenho e uma mãe sempre sabe quando o filho tá preocupado com algo ou apaixonado... e você senhor Lennon, tá triste com alguma coisa e apaixonado.

Eu: Não é nada não, mãe.

Celeste: Você vai me falar ou eu vou ter que correr pra vizinha? - Fiz careta me sentando e soltei o ar encarando o teto. - É a menina que você disse que ia trazer aqui e até agora nada?

Eu: É ela mesma, coroa.

Celeste: Espero que você não tenha feito nada de ruim com ela - Ela se levantou, indo pra cozinha. - Ensinei aos dois que é errado levantar a mão pra mulher e acho muito bom que vocês... - Eu estava de cabeça baixa e ela parou na minha frente com os braços na cintura e uma colher de madeira na mão. A coroa espremeu os olhos e eu olhei ela. - Você bateu nela?

Eu: Eu... eu tinha me drogado e... ai mãe, porra! - Ela começou a me bater com a colher e eu levantei com ela atrás de mim.

Celeste: Foi isso que eu te ensinei? - Perguntou parando. Minhas costas tava ardendo pra caralho e minhas pernas estavam no mesmo estado. - Eu te ensinei isso Lennon? Responde!

Eu: Não, mãe. A senhora não ensinou nada disso pra casa mim.

Celeste: Eu algumas vez levantei a mão pra um de vocês?

Eu: Não senhora.

Celeste: Então o que te levou a fazer isso? Não vem me dizer que é porque encheu o cu de leite em pó, porque nós dois sabemos que isso não justifica teu erro - Eu tava de cabeça baixa e assim permaneci. Tava cheio de vergonha, não conseguia nem olhar na cara dela. - Achei que tinha criado vocês bem...

Eu: E a senhora criou, pô. Minhas atitudes, meus erros.

Celeste: E por que você bateu nessa menina?

Eu: Eu não sei mãe - Ela abaixou a cabeça e depois de uns minutos começou a chorar baixinho. Me cortava o coração ver ela assim, eu não aguentava não. Levar um tiro era menos doloroso. Fiquei de joelhos na frente dela e apertei sua mão, chorando também. - Desculpa mãe.

Celeste: Não é pra mim que você deve desculpas, Lennon. É a essa menina que tá certa de ter feito o que seja lá com você - Ela levantou e eu fiz o mesmo vendo ela ir pra cozinha. - Tô muita decepcionada com você.

Eu: Eu sei, mãe - Cocei a cabeça e ela ficou fungando na cozinha. Fui pra sala e deitei no sofá, olhando pro teto e limpando meu rosto

Mente milionária Where stories live. Discover now