Drogado

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– Claire, está acordada, menina? – Maria falou, batendo na porta.

– Sim, pode entrar, Maria.

– Aqui está o seu jantar – ela entrou no quarto carregando uma bandeja.

– Não precisava trazer aqui, eu gosto de comer na sala de jantar com o Justin.

– É que hoje ele pediu pra que você ficasse no quarto e não descesse de jeito nenhum.

– E por quê? – franzi o cenho.

– Não tenho autoridade para explicar. Senhor Bieber só pediu para que você ficasse no quarto e não descesse pelo resto da noite.

– E por quê? Ele não tinha me avisado antes.

– Ele deve ter esquecido. Só posso dizer isso, desculpe. Agora tome sua sopa antes que esfrie.

– Ok – murmurei apenas, sabendo que ela não diria mais nada.

Ela saiu do quarto e aquilo ficou martelando em minha cabeça, eu não conseguia entender o porquê, quebrei a cabeça pra entender, mas nada se encaixava.

Tomei a porra da sopa, não estava com vontade, mas se eu não tomasse Maria iria enfiar o prato inteiro minha goela abaixo. Terminei e deixei as louças em cima da cama, Maria iria vir buscar em pouco tempo. Entrei no banheiro e liguei a torneira da banheira, joguei os sais de banho e fiquei ali dentro por bastante tempo. Um longo e demorado banho para relaxar um pouco, eu precisava daquilo. Ficava rindo que nem louca lembrando de alguns momentos com Justin, pensar nele quando ele não estava aqui fazia com que eu me sentisse solitária, aquela cama grande só para mim, tão vazia.

Depois que entrei na boate eu sabia que já não seria a mesma, mas depois que conheci Justin, sei que só piorei. Nunca tive pensamentos tão pesados quanto os que eu estou tendo com ele nos últimos tempos. Terminei o banho e pus uma roupa qualquer, percebi que Maria já tinha passado por ali e levado as louças sujas. Realmente ela é muito eficiente. Olhei para a cama e senti um vazio, queria Justin comigo. Ignorei o que Maria tinha dito a mim e desci as escadas, ouvia um barulho de música vindo do escritório de Justin e a cada passo que eu dava a música ficava mais alta. É, ele estava dando uma festa e sem mim.

Caminhei até a porta de seu escritório e pude ouvir alguns murmúrios, algumas risadinhas. Meu coração batia mais forte. Demorei um pouco até criar coragem e abrir a porta. Me deparei com uma cena deplorável: Justin e uma mulher quase nus, ela em cima dele, rebolando sobre o mesmo, enquanto Justin brincava com os seios dela, que gemia feito cadela no cio. Tinha pó por todo o lado, o ar estava pesado. Naquele exato momento me arrependi de ter desobedecido Maria, devia ter ficado no quarto.

Justin além de bandido era drogado. Um viciado. Fiquei decepcionada, muito mesmo. Sem me conter, e totalmente enojada, gritei:

– JUSTIN!

Ele e a vadia tomaram um susto e olharam para mim.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? – ele berrou, tirando a mulher de cima dele. – EU MANDEI A MARIA TE AVISAR PARA FICAR TRANCADA NO QUARTO!

Ele mandou a mulher sair e ela recolheu suas roupas, batendo a porta ao sair. Ficamos apenas ele e eu ali, eu começava a sentir medo.

– E ela mandou – minha voz soou trêmula.

– E PORQUE NÃO FICOU NO QUARTO, PORRA?

– P-Porque eu queria t-te ver...

– TODO DIA VOCÊ ME VÊ, NÃO PRECISA FICAR COLADA COMO CHICLETE!

– E VOCÊ É UM IDIOTA! – me revoltei com sua grosseria e gritei, sem conseguir conter as lágrimas que desceram por minha face.

– Por acaso você estava pensando que eu seria só seu? – fiquei em silêncio. Sim, eu pensava, mas não iria dizer isso para ele. – Pensou, não pensou? – ele riu debochado.

Criminal MindsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora