Organizando os sentimentos

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Justin's POV

- TÁ NA SUA CARA QUE EU TE AMO, PORRA! QUE MERDA, HEIN? EU TE AMO, SÓ QUE VOCÊ SÓ SABE ME TRATAR COMO UM CACHORRO, COMO SE EU FOSSE UMA DE SUAS PUTAS! CHEGA PRA MIM JÁ DEU! - Claire saiu batendo a porta do quarto.

Eu não podia esperar por aquelas palavras, elas realmente me pegaram de surpresa. Como assim ela me amava? Sua fala ecoou em meu cérebro, fazendo com que um arrepio estranho corresse por todo o meu corpo. Agora eu me sentia culpado. Eu a tratava como nada e ela me amava. Senti um impulso para correr atrás dela, ela precisava me explicar melhor tudo isso, era muita coisa de uma vez só pra minha mente. Procurei em todos os quartos até que a encontrei em um dos quartos de hóspedes. Ela estava sentada na cama, abraçando os joelhos, escondendo o rosto nos mesmos.

– Claire...? – disse com cautela. Ela não levantou o rosto. Me aproximei da cama e sentei a uma certa distância dela. - Olha pra mim. - ela fez sinal de negativo com a cabeça, ainda sem levantar o rosto. – Eu estou falando com você, porra, dá pra olhar pra mim? – fui grosso sem querer e ela se encolheu mais. Pela primeira vez eu senti algo em vê-la naquele estado. Senti culpa. – Eu quero conversar com você. Direito. – toquei sua perna e ela tirou minha mão rapidamente, sentando direito na cama e me encarando. Seu rosto estava molhado devido às lágrimas.

– Para! – ela disse, séria. – Eu sei o que você quer e não vai conseguir. Não é a primeira vez, você me maltrata e depois quer me levar pra cama. Chega, Justin. Eu não sou as vadias com quem você lida, que você trata do jeito que quiser e elas sempre estarão aos seus pés – suspirei.

– O que posso fazer pra consertar isso? – ela riu sem humor algum.

– Nada. Você não quer realmente consertar as coisas, você não se importa, para de fingir!

– O que você quer que eu faça? – disse, já me alterando.

– Eu quero que você me deixe em paz! Me deixe ir embora, por favor. Você não gosta de mim, você mal me suporta, então pra que me prende? Você pode muito bem comprar outras garotas, quantas quiser, pra que me prender aqui? Eu não aguento mais isso, você me faz mal, Justin, eu cansei – as lágrimas rolavam rapidamente por seu rosto. – Eu não quero gostar de você, eu não quero sofrer por alguém que não dá a mínima pra mim, me deixa ir embora... – ela suplicou. Não, eu não a deixaria ir embora em hipótese alguma.

– Você bateu muito forte com a cabeça ontem, precisa descansar.

Saí do quarto, incomodado com aquela ideia. Eu não podia deixá-la ir, eu não sei... Mesmo que ela fosse chata pra caralho algumas vezes, eu me acostumei. Parece que ela faz parte da minha vida agora, do meu dia a dia, e isso é estranho. Muito estranho.

Fui para meu escritório e me tranquei lá, não queria que ninguém me incomodasse. Abri uma das gavetas da mesa e tirei de lá um saquinho de pó. O arrumei em três carreirinhas na mesa e aspirei uma rapidamente. Eu precisava encontrar uma forma de lidar com isso, mas como? Não vou iludir Claire, dizer que a amo se realmente não sinto isso. Eu posso ser um cafajeste, mas iludir menininhas inocentes não faz o meu tipo. Desde que Rachel foi embora eu simplesmente não consigo sentir nada por ninguém, e por que seria uma garotinha que mudaria isso? Mas confesso que o que ela disse mexeu comigo. Ela é completamente diferente de todas as mulheres com quem me relacionei porque a personalidade dela não é o "meu tipo", é tudo novo pra mim e eu sinceramente não sei como lidar com isso. Decidi deixar tudo pra lá e lidar com isso depois, eu precisava me acalmar e minha fonte de calma estava bem ali na frente, naquelas carreirinhas de pó.

Claire's POV

Voltei ao meu quarto, ainda completamente destruído, e deitei na cama que ainda estava com lençóis rasgados. Fiquei em posição fetal, eu ainda chorava. Isso era mesmo uma droga! Se amor era isso, uma depressão sem fim, eu não queria sentir mais. Queria simplesmente arrancá-lo do meu peito.

Criminal MindsWhere stories live. Discover now