Happy Birthday

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Como ele podia ter tremenda cara de pau de aparecer na porta da clínica como se nada tivesse acontecido? Ele sumiu por meses – não que eu tenha ligado, na verdade, eu adorei e por mim ele não voltaria nunca mais. – e nunca atendeu uma das ligações dela. Se ele está achando que vai vê-la ou sequer chegar perto dela está redondamente enganado, porque se depender de mim, ele nunca mais vai ver ou tocar nela.

Não hesitei em sair do carro. Atravessei a rua e me aproximei dele já sentindo o sangue borbulhando em meu corpo.

- O que quer aqui, Holmes? – falei sério, chamando sua atenção.

- Não é óbvio? – ele respondeu, cruzando os braços. – Eu sei que Claire está internada aqui e sai hoje, eu vim vê-la – ri debochado.

- Que pena... Por que adivinha só?! Você não vai.

- É o que veremos.

- Não queira fingir que se importa porque você sumiu da vida dela durante meses, ela teve problemas e você nunca ligou.

- Pra sua informação, eu não sabia de nada disso até ontem. E assim que soube, peguei o primeiro avião pra cá. E pelo o que eu sei também, você mesmo sabendo de tudo, não deu a mínima. Tanto é que ela está aqui por sua causa e tentou acabar com a própria vida por causa de você – ele retrucou cuspindo as palavras. Engoli em seco. O mundo todo resolveu jogar isso na minha cara.

- Eu não vou permitir que você a veja. Caia fora, Holmes!

- Por que não a deixa decidir se quer me ver ou não? – disse, desafiador. – Uma hora você vai ter que passar por esse portão com ela – deu de ombros. – E seu não conseguir vê-la hoje, posso ver depois, falar por telefone, há tantos métodos – agora sua voz tinha um tom debochado. – Você não vai me impedir de ver a Claire.

- Vejamos quem vence. De novo – disse e lhe dei as costas. Não perderia mais tempo com ele, eu tinha coisas mais importantes pra fazer.

Atravessei a rua novamente e entrei em meu carro, o portão já havia sido aberto pra mim. Estacionei o carro dentro da clínica e tomei meu caminho em direção ao quarto de Claire no 3º andar com passos rápidos. Estava ansioso para vê-la.

Abri a porta devagar, sem fazer barulho ou bater antes. Ela estava de costas, arrumando suas coisas. Entrei no quarto na porta dos pés, sem querer fazer ruído algum. Me aproximei devagar e então a agarrei por trás, envolvendo sua cintura com meus braços e a beijando no rosto. Ela tomou um susto e eu ri.

- Oi.

Ela se virou pra mim e tinha um sorriso lindo no rosto.

- Oi! – Claire respondeu animada e me deu um abraço apertado que eu retribuí da mesma forma.

- Pronta pra sair daqui e voltar pra casa? – ela assentiu com um sorriso. – Então termine de arrumar suas coisas. Quer ajuda?

- Não, não precisa. Já estou terminando.

- Então tá.

A soltei e fui pra perto da janela, esperando que ela terminasse de arrumar suas coisas. Ficava olhando lá pra baixo, aquele filho da puta tinha que sair dali. Eu não ia permitir que Claire o visse de jeito nenhum. Não queria que ele sequer chegasse perto dela, que todo o inferno recomeçasse, que ele tivesse nem por um segundo o que era meu.

- E então, como andam as coisas? – Claire disse, tirando-me de meus devaneios. – Como estão todos? Pattie, Maria, Emma, os meninos?

- Estão todos bem. E com saudades de você – ela sorriu.

- Também sinto saudades de todos. Emma não veio com você?

- Não, está ocupada.

- Hm... – murmurou desapontada.

Criminal MindsWhere stories live. Discover now