Negociações

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Alguns dias haviam se passado e era o dia de Justin buscar as tais cargas de bebidas ilegais que chegariam para ele. Eu ainda ficava confusa com essa história de contrabando, mas ouvia vagamente quando morava com meu pai que ele comprava bebidas ilegais que vinham de outros lugares, e tudo o que eu sabia era que a entrada disso tudo era perigosa. O que é óbvio.

Sentia medo por Justin e ficava extremamente preocupada só de pensar que ele estava correndo risco de ser pego pela polícia. Meu coração acelerava angustiado apenas por pensar em vê-lo atrás das grades, por mais que o correto fosse ele estar na cadeia por ser um criminoso e cometer atos ilícitos. Mas ele é o Justin, o meu Justin, e por mais que fosse errado eticamente eu torcia para que ele ficasse livre.

Não apenas isso, mas porque sabe-se lá com que tipo de pessoas ele se envolve e faz negócios. As mesmas pessoas que apertavam sua mão também poderiam apunhalar.

A aflição era visível em meu rosto. Na verdade, eu não havia ficado preocupada até o dia chegar e eu receber um alerta mental, dizendo que Justin corria perigo.

Havia convencido Justin a me deixar ir para o galpão enquanto ele ia buscar as tais mercadorias que atravessariam a fronteira. Como Chris não entrava em ação, pois tomava conta de tecnologias e coisas relacionadas a isso, eu ficaria com ele no galpão enquanto Justin, Chaz e Ryan fariam o resto do trabalho. Fiquei calada durante todo o caminho e Justin percebeu que eu não estava bem.

- Não precisa ficar preocupada – ele disse em um tom suave, colocando a mão em minha perna. – Vai dar tudo certo, como sempre. Estou mais do que acostumado a fazer isso, nem é grande coisa.

- Eu tenho medo, Justin! E se... – ele colocou o dedo indicador em meus lábios, fazendo com que eu me calasse.

- Não tem "se". Eu só vou até a fronteira colocar algumas cargas pra dentro do território, pagar por elas e fim de papo. Eu nem vou dirigir o transporte com a mercadoria. Relaxa. Vai ser jogo rápido e em breve estaremos de volta. Vamos ficar juntos depois e comemorar, está bem? – assenti. Eu não tinha escolha, de qualquer forma. Ele ia abrir a porta do carro para sair.

- Justin! – ele se virou para mim. – Me beija? – perguntei timidamente e ele segurou em meu rosto e me beijou, atendendo o meu pedido. O beijei com todo o amor que eu tinha dentro de mim, de forma intensa, meus dedos agarrados em seu cabelo sem querer soltar por nada no mundo. Ele interrompeu o beijo e me deu dois selinhos.

- Vamos – ele disse e saiu carro, fiz o mesmo. Justin pegou minha mão e caminhamos juntos em direção ao galpão. Estacionado ali, havia três caminhões de porte médio.

- Pra que três caminhões? A carga é tão grande assim? – perguntei enquanto caminhávamos com passos lentos para dentro.

- Não. É que prefiro dividir e mandar por locais diferentes. Se acontecer algo, não perco tudo.

- Ah... – murmurei.

Era começo da madrugada, uma da manhã e mais um pouco. Tremi um pouco, mas não por causa do frio, pois minha jaqueta me esquentava. Tremi de medo por ele.

Entramos e avistei de primeira Ryan e Chaz carregando armas.

- Por que eles estão carregando armas? – perguntei, me virando para Justin. – Você disse que era uma coisa tranquila!

- Nós não vamos matar ninguém, Claire. É só questão de segurança, para que caso alguém tente uma gracinha conosco, estarmos prevenidos.

Fiquei um pouco mais tranquila com aquela resposta. Cumprimentamos todos e me sentei no sofá, enquanto Justin fazia algumas ligações, Chaz e Chris instalavam rastreadores nos caminhões e Ryan pesava dinheiro. Realmente, isso não era brincadeira e rendia muito, já que era necessário até mesmo pesar o dinheiro.

Criminal MindsWhere stories live. Discover now