Aqui que se faz, aqui se paga

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O dia havia chegado. O tal dia em que Justin roubaria a casa de Tyler – que eu ainda tinha esperanças de que não fosse o meu Tyler – para pegar o dinheiro que usaria para pagar a dívida que teve com um cliente como prejuízo pela perda de suas cargas.

Pelo o que eu sabia, Ryan e Justin estavam ajeitando algumas coisas para o roubo e Chris ainda tentava se infiltrar no sistema de segurança da casa.

Preferi me arrumar um pouco cedo, já que Justin havia me alertado que aparecia a qualquer momento para me levar. Até a hora em que eu fosse para lá, Chaz teria trocado de lugar com Chris, que ficaria dentro de uma van estacionada próxima à casa, monitorando os passos dos garotos dentro da casa. Eu ficaria perto da casa dele e ao sinal de Chris pelo telefone, eu me jogaria na frente do carro de Tyler, como eu mesma havia sugerido. Ele seria obrigado a parar o carro. Tinha que me produzir se quisesse prender a atenção do tal homem, então escolhi uma roupa que me valorizasse. A roupa que escolhi acabou não sendo exatamente o meu estilo, mas eu estava muito bonita com ela, pois também ressaltava minhas curvas. Escolhi calça para não ralar minhas pernas caso eu caísse no chão, o que provavelmente aconteceria. Em minha maquiagem optei por destacar os lábios e deixar os olhos menos chamativos. Fiz um penteado em meu cabelo, uma trança de cada lado de minha cabeça e as mesmas se encontravam na parte de trás, e o resto de meu cabelo solto em ondas que marquei ainda mais com um babyliss.

Justin entrou em meu quarto de repente, perguntando se eu estava pronta. Estava finalizando colocando um brinco, e quando terminei, virei-me para ele com um sorriso, dizendo que sim.

- Como estou? – indaguei, dando uma voltinha para que ele me analisasse.

- Está linda. E isto está me incomodando porque não gosto de te ver se arrumando pra outro cara. Principalmente porque esse cara é meu inimigo – ele respondeu de cara fechada e eu ri fraco, revirando os olhos, feliz por ele sentir ciúmes de mim. Coisas tão bobas vindas dele me deixavam tão feliz. – Oh, quase me esqueci – ergui um dedo ao falar. Corri de volta para a penteadeira e peguei o colar que ele me dera na caixa de joias. – Coloca pra mim? – mordi o lábio. Ele sorriu assentindo e eu me aproximei dele para que ele pusesse o colar em mim.

- É bom mesmo que você use sua coleira, assim você não esquece de que tem dono – soltei uma gargalhada.

- Idiota. Fica tranquilo. O máximo que pode acontecer, são uns beijos. Um sexo casual? Não, tenho que fazer jogo duro – ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas e eu ri novamente, me deliciando com sua reação e seus ciúmes. – Brincadeirinha, parei – segurei em seu rosto com as duas mão e beijei seus lábios de leve para não borrar o batom em meus lábios. – Agora temos que ir, certo? Ou vai dar tudo errado.

- Sim, vamos – ele respondeu e pegou minha mão, levando-me para fora do quarto.

Descemos as escadas e caminhamos até seu carro que estava no jardim.

- Está tudo preparado mesmo? Tem certeza de que não é perigoso? Sendo um criminoso também, ele deve ter a casa cheia de seguranças, assim como você.

- Não se preocupe com isso. Estamos totalmente preparados, vigiamos a casa durante todos esses dias. Nada vai nos atrapalhar hoje – forcei um sorriso, e me calei. Não queria expor minha preocupação para que ele não ficasse irritado com meu cuidado excessivo. Tudo tinha que dar cem por cento certo.

Enquanto o carro corria, meu coração se apertava e o desgraçado nó na garganta voltou a me assolar. O caminho era conhecido. Não, não podia ser ele, não podia! Sentia minhas mãos suando e as enxuguei sobre minha calça, mordi os lábios olhando pela janela, forçando-me a pensar que aquele poderia ser um caminho que levasse a casa de outro Tyler. Mas eu soube que estava enganada assim que pensei na hipótese, era óbvio. Onde eu fui me meter?

Criminal MindsWhere stories live. Discover now