Revenge part 1

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Claire's POV

Não, aquilo não podia ser real, eu devia estar tendo um sonho ruim. Um sonho muito ruim.

Mas eu não estava.

Eu não podia acreditar no que tinha visto, ele não podia ter sido capaz de fazer isso comigo, debaixo do nosso teto. Aquela imagem estava grudada em minha mente como chiclete velho na sola do sapato e uma das piores partes era o sorriso de Rachel para mim, aquele sorriso maravilhoso como se dissesse "eu disse que ia conseguir, não disse?".

A dor em meu peito era esmagadora. Tudo o que eu consegui fazer foi sair correndo dali e eu não sei por que fiz isso. Eu queria ter tido a coragem de fazer barulho e anunciar a minha presença, xingar Justin, bater nele, jogar nele qualquer coisa que estivesse em minha frente. Mas, no que isso mudaria? Já havia sido feito. Um par de belos chifres estava em minha cabeça agora e nem colocando toda a casa abaixo isso mudaria. Entrei na primeira porta de quarto de hóspede e fiquei ali chorando enquanto aquela cena se repetia em minha mente. Os soluços saíam dolorosos, até minha blusa estava molhada pelas lágrimas. Fiquei um bom tempo ali, esperando que aquilo estivesse acabado. Um bom tempo se passou e eu decidi que não queria mais ficar ali, de modo algum. Respirei fundo e sequei minhas lágrimas, mesmo tendo certeza de que isso não adiantaria, eu devia estar com olhos inchados e vermelhos, com uma aparência terrível.

Voltei ao quarto e a porta estava aberta, então era sinal de que aquilo havia acabado. Fui até o closet e escolhi rápido uma roupa qualquer; short cintura alta, um top florido colorido e sapatilhas, as peças do tipo que eu mais tinha e usava. Troquei de roupa com rapidez e então fui para frente do espelho, onde passei os dedos em meu cabelo com pressa, o penteando. Ignorei meu rosto vermelho e levemente inchado por conta do choro. Justin saiu do banheiro, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Ao vê-lo senti a raiva acendendo dentro de mim e quis voar em cima dele e descontar tudo o que eu estava sentindo com tapas e socos, mas do que ia adiantar? Não mudaria o que havia acontecido e só contribuiria para aumentar o papel ridículo.

- Vai a algum lugar? – perguntou ele.

- Vou ver Emma – respondi, indo pegar uma bolsa. Ali ainda tinha dinheiro suficiente para o táxi, então peguei meu celular no criado-mudo e joguei dentro da bolsa também.
- Estava chorando? – perguntou curioso, me fitando. Quis soltar uma risada de escárnio.

- Nada... Só estou com saudades da minha mãe. Isso acontece às vezes.

- Ah... – ele murmurou, indo em direção ao closet.

- Justin! – chamei e ele se virou para mim. – Tem algo que queira me contar? – ele franziu o cenho.

- Não, por quê?

- Não aconteceu nada? Tem certeza?

- Não, Claire.

- Tudo bem, se você diz.

Eu só queria ver se ele seria capaz de me contar o que havia feito, mas é claro que não seria. Ele pode passar a imagem de fodão, mas na realidade, por baixo de toda a capa, ele é um grande covarde. Tomei um táxi e dei o endereço da casa de Emma, e durante o caminho eu tentava segurar as lágrimas, o que era uma tarefa extremamente difícil. Assim que cheguei e Emma abriu a porta, dando de cara com uma Claire completamente destruída, ela arregalou um pouco os olhos.

- Amiga?! O que aconteceu? – perguntou preocupada, já me puxando para dentro e fechando a porta.

- Preciso de você – eu disse com a voz falha e embargada por conta do choro, a abraçando. Ela era a única pessoa com quem eu realmente podia contar o que estava acontecendo. Por mais que Tyler fosse meu melhor amigo, eu sabia que ele ia me julgar e até jogar isso na minha cara, dizendo que eu merecia coisa melhor e que Justin não prestava e não me merecia. Eu sabia que era verdade. Mas eu não queria ter todas essas verdades sendo jogadas na minha cara nesse momento.

Criminal MindsWhere stories live. Discover now