Capítulo 7

2.7K 194 65
                                    


Harry acordou na manhã seguinte. A dor de cabeça passara. Ele apanhou o próprio pulso, um dedo pressionando a veia. Ele olhava pro teto, respirando fundo. Sua pulsação voltara ao normal. Se levantou, olhando em volta; não conhecia nada, não sabia nem como chegara ali. Caminhou até a porta, abrindo-a, e se deu com um corredor longo. Estava decidindo pra que lado ia ou já começava a gritar com alguém, quando uma porta se abriu, mais longe no corredor, no mesmo lado que a dele, e Melanie saiu, usando um vestido de alça preto, os cabelos completamente lisos até a cintura, descalça, a muito confortável. Ela parou ao vê-lo ali, então avançou.

Melanie: Finalmente você acordou. Teve febre. – Avisou, se aproximando.

Harry: Que diabo você me deu? – Rosnou, subitamente raivoso.

Melanie: Doce, como sempre. – Disse, sorrindo falsamente – Nada que você possa comprar legalmente, doutor, mas você me obrigou a mantê-lo dormindo. – Disse, dando de ombros – De qualquer forma, já saiu do seu organismo. Venha comer alguma coisa, vai ajudar.

Harry: Onde nós estamos? – Perguntou, tentando se situar.

Melanie: No corredor do segundo andar. – Debochou, se divertindo perversamente – E não fale tão alto, todos aqui tem o sono violentamente leve. – Comentou.

Harry queria matar ela, queria se impor, armar um escândalo, machucar alguém... Mas que diabo ele podia fazer? Ele viu as pessoas tentando atirar nele, e acreditava: Queriam matá-lo. O máximo que podia fazer era esbravejar com Melanie pelo que tinha feito, se rebelar, mas não resolveria, e era infantil demais. Os dois andaram pelos corredores em silencio até uma cozinha enorme. Não haviam empregados.

Harry: Sem empregados? – Perguntou, olhando em volta.

Melanie: Está procurando por civis aqui dentro? Jura? – Perguntou, abrindo a geladeira – Não, nada de empregados. Tudo nessa casa é auto limpante, e o que não é, é o mínimo. Não nos mata forrarmos a cama.

Harry: Você lava roupa? – Perguntou, divertido, apanhando uma maçã.

Melanie: A maquina lava. E seca. E passa. – Disse, retribuindo o tom de deboche. – Aqui ninguém usa roupa sofisticada nenhuma. Estamos em casa. Nada luxuoso demais, não é necessário. A propósito, eu não sei do que você gosta, mas tem de tudo aqui. – Disse, puxando várias travessas com frios e todo o tipo de coisas pro café da manhã e pondo na mesa em frente a ele.

Harry: O que quis dizer com "um lugar impossível de se encontrar a não ser por quem já esteve lá"? – Perguntou, vendo ela fazer um sanduíche.

Melanie: Hum. – Disse, bebendo um gole do suco de maçã que se servira – Algo que nos custou anos a fio de trabalho e uma quantia de dinheiro nauseante. Um dia você vai entender, mas por enquanto saiba que uma pessoa pode passar de helicóptero bem em cima dessa casa, e só o que vai ver são arvores. – Harry se lembrou das arvores na estrada até ali – É seguro aqui.

Harry: Não é seguro se você está perto. – Encerrou, mordendo a maçã, e ela riu.

Harry não perguntou mais nada; não tinha paciência pra ela. Melanie terminou seu café, colocou as louças no lava louça, guardou meio mundo de coisas, e deixou ele tomando café sozinho. Harry terminou seu café, se abastecendo e se recuperando do porre do dia passado, e saiu a esmo. O gramado ia a perder de vista, e haviam arvores por toda parte. Deus, porque isso agora?

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora