Capítulo 22

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Por entrelinhas, há algo que acho válido ressaltar: Melanie e Harry podiam estar em pé de guerra, mas James Campbell e a esposa precisavam continuar na mais perfeita paz... O que vinha se tornado impossível. Madison, por sua vez, achava graça.


Melanie: Totalmente desnecessário. – Completou, virando numa curva com ele.

Harry: Vou me lembrar disso na próxima vez em que me trouxerem você baleada. – Disse, debochado.


Harry insistira em querer comprar todos os seus materiais: Uma maleta, estetoscópio, luvas, mascaras, gazes... Enfim, todo material de médico. Melanie ficou parada no balcão da farmácia, olhando o teto, e ele demorou o máximo que pôde. Com tudo comprado foram pra casa... E chegando lá, só de pirraça, ele disse que precisavam voltar.

Melanie: Porque? – Perguntou, exasperada.

Harry: Esqueci algumas pinças. – Melanie o encarou, incrédula, e apanhou uma das sacolas de papel, virando-a no sofá. Várias pinças cirúrgicas, ainda embaladas, caíram no sofá. – Não essas. – Dispensou.

Melanie: Precisa de mais? – Perguntou, os olhos de um azul ameaçador.

Harry: De nós dois, eu sou o que tem um diploma de medicina. Vamos. – Chamou, irônico, e saiu. Melanie respirou fundo, olhando o teto por um instante, e saiu.

Ela entendeu o jogo dele logo, e resolveu participar. Não ia dar o gosto de ficar com raiva. Assim ele parou no balcão da farmácia, conversando tranquilamente com o farmacêutico, que logo saiu. Melanie se amparou no balcão, de lado, virada pra ele, e ficou quieta, sorrindo e o observando. Ela usava uma calça preta, simples, uma camiseta regata, branca, e os cabelos presos em uma trança embutida, que caia pelas costas.

Harry: ...Uma coisa meio Lara Croft. – Alfinetou, sobre o visual dela, e ela sorriu, olhando-o. – Só comentando.

Melanie: Fique a vontade. – Liberou, sorrindo.


Harry a encarou, prestes a mais uma piada, mas o olhar dela o alertou. Ele viu Melanie erguer a mão pra ele e puxar o revolver da cintura com a outra... Mas ela não mirava ele. O empurrou pro chão e o tiroteio começou. Barulho de vidro e gritos vieram de toda parte, então os tiros pararam.


Harry: O que foi isso? – Perguntou, se levantando.

Melanie: Fique no chão. – Avisou, olhando em volta, acuada. Ela apanhou outro revolver, os olhos varrendo o local, e checou os pentes deles, dando uma batidinha – Ligue pra Niall. Faça agora. – Disse, recuando um passo. Harry apanhou o celular, sem obedecer ela e se levantando, totalmente confuso.


Mais tiros, vindos do nada. Harry visualizou alguns homens nos corredores, mas eles não paravam, e Melanie era uma só... Uma só e parecia o vento. Ele discou os números e chamou, atônito... Porém os cercaram. Melanie ainda atirava, os dois braços erguidos, os olhos furiosos... Então um cano tocou o pescoço de Harry. O celular caiu. Melanie hesitou, as duas armas erguidas. Alguém dava uma chave de pescoço em Harry, o revolver em sua têmpora.


Melanie: Você está com algo que me pertence. – Avisou, em um rosnado.

XXXX: Calma, docinho. – Ordenou a voz no ouvido de Harry – As armas no chão. Agora.


Mas Melanie não abaixou as armas. Harry viu o olhar dela se aguçando, como uma cobra ao dar o bote: Ela ia arriscar o tiro.

XXXX: No chão! – Ordenou, e Melanie sentiu mais homens a suas costas. Estavam em uma minoria esmagadora. Melanie encontrou o olhar de Harry, e se encararam por um instante, ela ainda em posição de ataque. Ele assentiu uma vez, minimamente. O dedo de Melanie tremulou no gatilho, quase apertando...

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora