Capítulo 38

2.7K 204 65
                                    


                 
A lua de mel durou 3 meses. Interruptos. Os dois passearam por Londres, tiraram fotos, se amaram... O perfume da perfeição podia se sentir no ar. Para um autor, depois de ter que matar um personagem que ele gosta, uma das coisas mais difíceis de se fazer é conseguir com que o leitor se sinta assistindo a cena, não lendo-a. Mas vamos tentar. Imagine um casal em um supermercado. Ele empurra o carrinho. Melanie não tinha a menor vocação pra isso, não tinha paciência e se distraia muito rápido. Depois de muito discutirem (E de ela muito atrapalhar), ele apanhou um carrinho vazio e a colocou dentro, as pernas dela sobrando pro lado de fora e ela riu gostosamente, enquanto ele transferia as compras pro colo dela. Desse modo as compras funcionaram, antes tarde que nunca, ela apenas sendo levada pelos corredores enquanto ele escolhia as coisas.

Os dois haviam saído pra passear... E uma tempestade caíra. Estavam a pé. A inicio era uma caminhada curta, mas abraçados, conversando, se curtindo, terminaram indo longe... E voltando correndo, na chuva, e ela desatou a rir. Harry a olhou, sorrindo, e ela chutou uma poça, rindo, espirrando mais água nele. Harry ergueu a sobrancelha e ela passou na frente dele... Perdendo o equilíbrio em uma calçada e caindo. O riso dele quase foi mais alto que a chuva. Ela mesma riu, se deitando no chão e ele se abaixou, apanhando-a no colo. Ao chegarem no apartamento, tratando se livrarem das roupas molhadas, terminaram na cama (ou melhor, no chão).

Harry a levou para conhecer o hospital em que ele trabalhava. Era enorme, e ele a levou pela mão, explicando isso e aquilo. Ela queria saber, cada parte. Queria fazer parte de tudo o que se relacionasse a ele. Mas a concentração dela acabou quando uma médica o reconheceu e veio falar com ele. Harry sorriu, gentil, e apresentou "Esta é Melanie, minha esposa". Melanie gostou disso, mas a médica estava mais interessado onde ele tinha estado do que no fato de que ele havia se casado, e que a mulher dele estava de mãos dadas com ele. Melanie não gostou. Fechou a cara e apertou a mão dele, que se alertou pro olhar dela contra a colega de trabalho, e tratou de sair dali. Ela achou que ele iria brigar ao chegar em casa, mas ele a abraçou e a encheu de beijos. Disse que gostava que ela sentisse ciúme dele... E que nesse caso o instinto dela tivera razão – Ele tinha tido um caso com a medica, alguns meses antes de viajar. Melanie ficou indignada, mas no fim se acertaram.

Os dois passeavam por uma Londres que nevava. Ambos bem agasalhados, deixando pegadas na neve, e pararam em uma ponte, perto do tower clock. O rio abaixo deles mal corria, a superfície quase toda congelada. Ficaram ali se namorando um bom tempo, sozinhos, apenas em carinhos, vendo a neve cair.

Estavam debaixo do chuveiro quente... E a temperatura ali era mais quente que a água. Melanie tinha as mãos apoiadas no vidro do box, que já continha suas marcas das digitais dela. Era madrugada. Ela e Harry ficaram acordados até tarde, assistindo filme com pipoca, entre as cobertas, até que o clima esquentou... Tanto que os dois viraram a caneca de chocolate quente que dividiam em cima de ambos. Melanie gritou, pulando fora da cama e Harry rolou pro lado, fugindo do liquido quente. Os dois resolveram terminar no chuveiro, e aqui estamos. Os braços dele estavam em volta da cintura dela, uma das mãos em um dos seios, possessivamente, e Melanie deixou a cabeça cair no ombro dele, gemendo, languida. Os movimentos dos dois eram lentos, intensos, e ela sentia o corpo quente, quase febril. Ele beijou a orelha dela, a maxilar, a trave da boca e baixou o rosto pra curva do pescoço da mesma, mordendo-a, o que a fez arfar. Após algum tempo ela choramingou o nome dele, que deixou o corpo dela, puxando-a pelo braço e a virando pra si, apanhando-a no colo e invadindo-a novamente. Melanie gemeu alto, satisfeita, enlaçando as pernas na cintura dele, prensada na parede e as investidas dele ganharam força, rapidez. Melanie ouviu um gemido dele perto de seu ouvido, torturado, abafado e sorriu, mordendo o lábio inferior e cravando as unhas nas costas dele. Estava tão perto. De todos os homens que ela tivera, apenas ele era capaz de fazê-la se sentir desse modo. O amava tanto que achava que não conseguiria suportar. Então o orgasmo dela veio com um gemido longo, e o pensamento se perdeu.

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora