Capítulo 17

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Harry acordou com dor de cabeça na manhã seguinte. Após se aprontar e tomar uma aspirina, desceu. Encontrou Melanie no sofá, com uma tablet, na qual ela montava figurinos.

Harry: Bom dia. – Disse, beijando a cabeça dela, e se largando numa poltrona ao lado.

Melanie: Bom dia. – Respondeu, concentrada.

Harry: O que é isso? – Perguntou, tentando olhar.

Melanie: Vamos voltar a Paris logo. Gosto de ter meu guarda-roupas pronto e impecável, uma vez que sempre tem alguém me olhando. – Harry ergueu a sobrancelha, dando de ombros. Mulheres. Então algo passou em sua cabeça.

Harry: Melanie... – Disse, pensativo.

Melanie: Hum?

Harry: Sem ser ofensivo, mas temos transado sem camisinha. – Disse, agora intrigado. Uma coisa que não queria era um filho naquelas condições. Mas...

Melanie: Não precisa se preocupar. – Disse, acrescentando um lenço cinza na bonequinha do tablet, observando como ficava.

Harry: Você toma anticoncepcional? – Perguntou, confuso.

Melanie: Não posso ter filhos. – Disse, simples, tirando a cor da blusa que a boneca usava de preta pra branca.

Harry: Como?! – Ela não deu atenção – Por quê?

Melanie: Liguei as trompas. – Disse, obvia, e acrescentou duas botas de cano baixo no modelo. Parecia não ter gostado, porque trocou imediatamente.

Harry: Você fez o que?! – Perguntou, exasperado.

Melanie: Me esterilizei. Tem anos já, fica tranquilo. – Dispensou, e trocou a cor da saia da boneca de bege pra cinza.

Melanie nem viu como, mas Harry partiu pra cima dela. O tablet caiu pro chão, e ela ia se defender, mas ele não estava batendo nela. Apenas puxou o short dela um pouco pra baixo e levantou a blusa, os olhos incrédulos.

Melanie: Que diabo...?

Harry: É impossível. – Não havia rastro nenhum ali, a pele era lisa, a cor era uniforme.

Melanie: Acha mesmo que eu ia me deixar uma marca? – Perguntou, respirando fundo – Fiz uma plástica assim que cicatrizou. Dá licença? – Harry a largou. Parecia... enojado.

Harry: Porque fez isso?!

Melanie: Harry, ninguém aqui pode ter filhos. Madison, Niall, Louis, eu, Danielle, ninguém do nosso meio. – Disse, lentamente.

Harry: Isso é absurdo, você ainda é jovem!

Melanie: Pense bem. Se um dia eu tivesse um filho, ele poderia levar a vida mais digna do mundo, mas ainda assim os bisnetos dele seriam seguidos e torturados só por terem o meu sangue. Buscando atingir a mim. Essa não é a uma vida pra uma criança. Ele não teria amigos, não frequentaria um colégio, nada. Estaria sempre dentro dessa cúpula, porque era o único modo de protegê-lo completamente. Nenhum de nós pode ter filhos, porque nossos filhos pagariam por nossos crimes. – Harry parecia ter levado uma bolacha. Sua cabeça parecia que ia explodir – O império de James Campbell vai morrer junto com ele, quando o ultimo de nós morrermos. Não haverão herdeiros. Procure se acalmar.

Harry: Quem... Quem aceitou fazer isso? – Perguntou, exasperado.

Melanie: Nós temos um médico de confiança. – Resumiu. Harry suspirou. – Pense bem. Não há espaço para uma criança no meio de criminosos.

Harry: Eu... Eu preciso me deitar. – Disse, saindo dali. Melanie negou com a cabeça e ele saiu, subindo as escadas, desnorteado.

Harry se deitou, tentando registrar aquilo. Era desumano. Mas então, não se sabe como, em meio a raiva e a dor de cabeça, misteriosamente dormiu. Foi melhor assim. Quando Harry acordou, não sabia que horas eram, mas estava mal. Sentia frio, tremores, sua cabeça ia explodir.

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora