Capítulo 12

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O necrotério era frio. Melanie estava deitada em cima da maca fria, sem conseguir se mover. Sua barriga doía. Havia um homem com ela. Ela não sabia quem ele era, mas ele lhe dizia coisas que a faziam ter ânsias. Ele achava que ela estava morta, e ainda assim a tocava, o que era repulsivo. As mãos pegajosas entraram pelo roupão dela, encontrando a pele jovem, os seios delicados, e ela se perguntou por que a morte não levara. Aquele homem a estava machucando. Ela tinha nojo. Então houve um baque, silencio, um alvoroço e o homem se foi. Ela ficou sozinha, com vontade de chorar, querendo ter morrido. Instantes depois a porta se fechou, e houve só silencio. Então uma mão masculina, forte, tocou seu rosto sutilmente, afastando o cabelo.

Niall: Tão bonita. Um desperdício. – Lamentou – Agora terá paz. – Prometeu, achando que ela estava morta. A mão dele tocou a maxilar dela e ele hesitou os dedos sentindo a respiração fraca. Houve um instante aturdido, e a mão dele apanhou o pulso dela. – Que diabo...? – Perguntou, sentindo a pulsação.

Melanie não se moveu. Não conseguia, nem queria. Aquele homem deveria estar ali para abusar dela também, achando que estava morta. Ele era mais sutil que o outro, não lhe dizia aquelas coisas horríveis, nem estava tentando tocar por debaixo da roupa dela. As mãos dele não eram pegajosas, pelo contrario, eram macias e perfumadas. Melanie se sobressaltou quando algo quente passou por seus ombros, então o perfume da mão dele se tornou mais forte; Ele estava vestindo ela.

Niall: Pode me ouvir? – Ela assentiu uma vez, enquanto ele a colocava sentada, passando o, sobretudo por seus ombros – Sou James. Não se preocupe, não vou te fazer mal. – Disse, ajudando-a a se vestir – Eu preciso tirar você daqui.

Ela não viu como ele conseguiu. Apenas a apanhou no colo, e ela sentia ele se movendo, andando. Então estava em um carro. De repente, sua vida não tinha rumo. Ele a carregou novamente, e ela se viu em um quarto de hotel. Não sabia quando abrira os olhos. Ele lhe perguntou sua história, e ela contou. Ele apanhou o celular, dando telefonemas rápidos, e então um homem que disse ser médico apareceu. A examinou, receitou remédios, e ela pediu um banho. Ele cedeu, e ela caiu no choro debaixo d'água quente. Ela achava que Justin a amava, e ele a envenenou. Se lembrou da dor. Se sentia sozinha, perdida. Por fim saiu do banho, e haviam roupas para ela em cima da cama. Ela mal havia acabado de se vestir e ele voltou com os remédios. Devia haver algum sedativo entre eles, pois um sono profundo se apossou dela pouco depois de ter ingerido.

Niall: Ei. Só me diga uma coisa, e eu vou deixar você descansar. – Disse, brando, sentado ao lado dela, que estava deitada na enorme cama king size. Ela assentiu – Eu preciso dos nomes completos, dos dois. Do seu namorado e da sua amiga. – Melanie se contraiu de dor com a lembrança – Desculpe, mas eu preciso. – Ela disse os nomes, sem saber pra que, e ele assentiu – Eu vou... Vou dar uma saída. Pode pedir o que precisar ao serviço de quarto, e se sentir qualquer coisa meu celular está do lado do telefone. – Ela assentiu – Agora durma.

Foi bem fácil, ela dormiu em seguida. Não viu ele sair nem voltar. Não viu o dia amanhecer. Seu corpo estava cansado, e ela precisava daquele sono. Não sabia quanto tempo dormira, mas quando acordou ele ainda estava lá. Havia uma mulher com ele.

Madison: Apanhar uma civil, Niall? Uma criança? – Perguntou, incrédula. Parecia condenar.

Niall: O que queria que eu fizesse, deixasse ela no necrotério? – Perguntou, impaciente – Ela não já sofreu demais?

Madison: É claro que sofreu, e eu não sei porque você ainda não fez nada a aquele vagabundo. – Melanie ficou satisfeita por a mulher odiar tanto Justin – Mas uma criança, Niall! – Lamentou.

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora