Capítulo 15

3.2K 207 43
                                    



Quando Harry acordou, na manhã seguinte, estava sozinho. Ela havia pego um travesseiro na cama e colocado debaixo da cabeça dele sem que ele percebesse, e partira. Ele suspirou, se encolhendo no edredom, e, exausto que estava, voltou a dormir. Teria tempo para resolver isso depois.

Melanie não tocou no assunto na manhã seguinte. Agiu o dia inteiro como se nada tivesse acontecido. Harry achou graça e se divertiu a inicio, mas no final da tarde isso começou a irritá-lo. Ele sabia que ela não iria cair de amores por ele, mas aquilo era patético! No entardecer... Melanie passou pelo corredor, rumando a escada, com um pêssego na mão. 
 

Harry: Hey! – Chamou, sentado no sofá da sala. Ela parou no corredor, pondo a cabeça na porta – Venha aqui. – Chamou. Ela ergueu a sobrancelha e foi. 

Melanie: O que? – Perguntou, na defensiva. 

Harry: Eu topo. – Disse, apoiando os cotovelos nos joelhos. 

Melanie: Não te propus nada. – Rebateu. 

Harry: Topo que você me ensine. A me defender. – Acrescentou. Melanie riu, cruzando os braços. 

Melanie: Em nome de Deus, era isso? – Harry ergueu a sobrancelha – A resolução para todas as brigas, era isso? Sexo? – Ah, agora ela lembrava, Deus a abençoe – Está disposto a matar pessoas só por ir pra cama comigo. Inacreditável. 

Harry: A me defender. – Repetiu, severo – Não quero matar ninguém que não me queira mal. - Alfinetou 

Melanie sorriu de canto, se aproximando dele. A mão dela mirou o vão entre as pernas dele, enquanto ela o encarava, e ele se recostou no sofá.

Mas em vez de alcançar o... O que ele havia pensado, a mão dela escorregou pelo sofá, até o adorno abaixo das almofadas... E ela puxou. Ele franziu o cenho, puxando as pernas. Era uma gaveta, do tamanho do sofá, com várias armas e facas de vários portes. Ela apanhou uma faca, fechando a gaveta em seguida. A faca era afiada só de olhar, e ela cortou uma fatia do pêssego.

Harry: Porque essa casa é cheia de armas? – Melanie riu, mastigando o pêssego. – Tem armas no fogão, tem armas no sofá, onde mais tem armas, dentro do chuveiro? – Perguntou, exasperado. 

Melanie: Na verdade, no fundo falso do armário de sabonetes. – Disse, divertida. 

Harry: Porque? Que diabo é isso? Sr. e Sra. Smith? – Perguntou, debochado. 

Melanie: É uma analogia interessante, mas não. Tá mais para "metade-do-mundo-sonha-em-te-matar". – Disse, mordendo o pêssego. – Com o tempo você se acostuma. O que nos leva ao fato de que eu vou treinar você. 

Harry: A me defender. – Reparou. 

Melanie: Como preferir. – Disse, dando de ombros – Começamos amanhã. – Prometeu, sorridente, dando as costas e saindo, subitamente tranquila. 

Harry: Bipolar. – Suspirou, se deitando no sofá. Depois se lembrou do arsenal embaixo dele então rolou pro chão, saindo dali em seguida.

Melanie: Agora. – Disse, ambos parados no jardim. – Um bom lutador presta atenção a arma que vai atacá-lo. Mais um ótimo lutador presta atenção em quem o está atacando. – Disse, se postando de frente a ele. – James Campbell precisa ser um ótimo lutador.  

Harry: Como eu vou saber o que vai me atingir se eu não estiver olhando? – Perguntou, observando-a.  

Melanie: Observe seu atacante, e ele se denunciará. Observe seu rosto, e verá a decisão tomada. Observar a arma te faz perder segundos, e segundos podem significar tudo. – Explicou – Tente.  

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora