Capítulo 37

2.1K 175 1
                                    


                 

Melanie acordou só na manhã seguinte. Se espreguiçou, ouvindo a chuva lá fora. Ela estava coberta pelo edredom, aninhada nos travesseiros. Sozinha. Ela se enrolou no edredom, chamando por Harry, sem resposta. Caminhou pelo quarto, olhando as coisas e abriu o guarda roupas. Só haviam as coisas que ele deixara antes de viajar, como um frasco de perfume e um pente. Ela abriu uma das gavetas, e tinha meias. Bagunçadas, os pares jogados de qualquer jeito. Abriu outra, e eram cuecas. Ela riu, apanhando uma boxer branca na mão. Onde ele fora? Abriu outra porta do guarda roupas e ali haviam jalecos, passados e engomados, em cabides. Ela sorriu se lembrando da noite anterior. Em uma das portas achou gavetas com camisas e bermudas que ele devia usar em casa. Ela apanhou uma camisa branca dele e a vestiu, se livrando do edredom. A camisa lhe bateu no inicio das coxas. Não sabia onde estavam suas malas, e sua calcinha da noite anterior devia ter virado trapos... Mas ela não se importou. Terminou de se vestir, se assustando com um trovão. Apanhou o edredom, se embolando nele e saiu pelos corredores, chamando por ele. Sem resposta. Quando chegou na sala, ele estava entrando. Se surpreendeu ao vê-la ali, parada, e sorriu.

Melanie: Você me deixou sozinha. – Acusou, desolada, fazendo manha.

Harry: Não era pra você acordar até eu voltar. – Ele largou a chave do carro na mesa, assim como um suporte com dois copos da Starbucks. No braço haviam varias sacolas de papel - Fui buscar nosso café da manhã. – Explicou, pondo as sacolas em cima da mesa. – Venha aqui. – Completou, indo até ela, que continuou de dengo.

Melanie: Nossa lua de mel e eu acordo só. – Se queixou, com bico, e ele a abraçou.

Harry: Eu passei duas horas só olhando você dormir. Sabia disso? – Perguntou, selando os lábios com os dela, que sorriu.

Melanie: Duas horas? – Perguntou, com uma careta.

Harry: Já passa das 10. A sindica veio aqui as 8, destampar em cima de mim porque disse que ia viajar um mês, sumi e não voltei. – Disse, mordendo o pescoço dela, que riu – Depois voltei pra cama e você tava lá, toda linda, dormindo. – Disse, acariciando o rosto dela, pondo o cabelo atrás da orelha – Eu fiquei lá, te mimando e olhando você dormir.

Melanie: Hum... Tá perdoado. – Disse, enlaçando os braços no pescoço de e enchendo-o de beijos. O perfume do café a atingiu – Hum... – Disse, desviando dele, deixando-o com o edredom na mão. Harry se virou e viu ela andando até a mesa, vestida com sua camisa. Ele mordeu a ponta do lábio, deixando a cabeça cair pro lado, olhando.

Melanie: O você troux... Harry! – Exclamou, esticando a camisa pra baixo e ele riu.

Harry: Nada que eu já não tenha visto... Mas é sempre bom admirar. – Disse, malicioso, se aproximando e mordendo a orelha dela. – Trouxe café. – Disse, satisfeito, olhando cobiçoso os copos de café.

Melanie: Fora o café, Harry. – Disse, se sentando e abrindo as sacolas, e ele riu.

Havia de tudo nas sacolas. Dentre frutas, variando entre mamão, morango, laranja, pêssego e damasco, passando por frios, como queijo, presunto, salame e outros e terminando na padaria, onde ele comprara pães, croissants e docinhos. Logo a mesa de centro virou uma mesa de café da manhã. Harry foi com sede no café... Mas Melanie roubou os dois, fazendo doce.

Harry: Dá um? – Pediu, e ela negou com a cabeça – Um só?

Melanie: Você é dependente de cafeína. – Condenou.

Harry: Não, eu só não aguento o café da França. – Desprezou, e ela riu – Parece água suja. Vamos, me dê um.

Melanie: Dá um beijo. – Disse, oferecendo o rosto.

Harry: Tão caro assim? – Perguntou, com uma careta – Acho que vou voltar lá e comprar outro. – Melanie ergueu a sobrancelha, ultrajada.

Ela largou os dois cafés na mesa, se encolhendo no canto do sofá, pondo o cabelo de modo que ele não via o rosto dela. Ele sorriu.

Harry: Amor? – Ela não respondeu. Ele engatinhou no sofá, ficando em cima dela – Dá aqui o meu beijo. – Melanie virou o rosto, sorrindo, debochada.

Melanie: Sai. – Disse, direta, ele riu.

Harry: Não seja assim. – Disse, selando os lábios dela – Hum? – Perguntou, se demorando nos lábios dela, que prendia um sorriso.

Melanie: Cachorro. – Disse, mordendo o lábio dele que riu, enchendo-a de mordidas, o que a fez rir, se encolhendo no sofá.

Os dois se namoraram a manhã toda, tomando café e depois se curtindo na chuva. Depois do meio dia, algo passou na cabeça de Harry.

Harry: Precisamos ir ao supermercado. – Disse, brincando com o cabelo dela. – A dispensa tá vazia.

Melanie: Então é bom que você saiba fazer compras. – Disse, satisfeita. Harry ergueu a sobrancelha pra ela – Nunca fiz compras. – Disse, se explicando.

Harry: Vai aprender. – Disse, mordendo os ombros dela.

Melanie: Amor, cadê as malas? – Harry apontou com a cabeça e ela olhou. As malas estavam atrás da porta, arrumadas.

Harry viu Melanie se levantar, caminhando ate as malas e ele sorriu, se ajeitando pra assistir. Quando comprara aquela camisa nunca imaginara que ela chegaria a isso. Melanie abriu uma mala, apanhando dois revolveres ali... Mas ele olhava outra coisa.

Melanie: Eu devia ter desarr... De novo? – Perguntou, encarando-o.

Harry: É inevitável. – Disse, dando de ombros.

Melanie: Você não devia ter saído desarmado. – Harry passou a mão no cós da bermuda, voltando com dois canivetes, que ele colocou na mesa. – Meu garoto. – Disse, satisfeita.

Harry: Largue isso e venha aqui. – Chamou, e ela deixou as armas na mesa, indo até ele – Sabe que você ficou linda nessa camisa? – Perguntou, apanhando-a no colo.

Melanie: Fiquei? – Perguntou, fazendo charme.

Harry: Ficou. –Disse, desembolando as pernas do edredom dela – Muito.

Melanie: Então eu acho que antes de ir no mercado... – Disse, brincando com a gola da camisa dele – Que a gente podia namorar um pouco. – Disse, beijando o queixo dele.

Harry: Um pouquinho? – Perguntou, acariciando as coxas dela, subindo pra dentro da camisa. Melanie assentiu – Não sei... Vamos ver. – Concluiu, avançando e tomando a boca dela em um beijo apaixonado, sôfrego. Melanie se espalhou no peito dele, uma das mãos em seus cabelos e retribuiu.

E nada como a paz da lua de mel.

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora